35°Capítulo

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REESE

Ele murmurou para mim com aqueles grandes olhos azuis que me fizeram derreter e partiram meu coração.
Sawyer parecia o tio. Bem, tecnicamente, ele parecia com a mãe. Só que a mãe era a cara do irmão. Não precisava dizer que os três foram abençoados pela genética.

- Ele é tão lindo, Anna.

Ela pegou Sawyer de meus braços e o posicionou para mamar.

- Ele se parece muito com Chase. Espero que ele tenha o cérebro do tio, mas não seu temperamento.

Nos encontramos em um pequeno restaurante grego a uma curta distância do apartamento de Anna e Evan. Eles deviam frequentar o lugar, porque o dono pegou Sawyer dos braços de Anna e o sufocou com beijos no momento em que ela entrou. O restaurante também enviou meia dúzia de pratos sem que tivéssemos pedido.
Eu tinha me questionado se deveria procurar Sam ou Anna, mas me decidi por Anna. Sam ficava trancada como um cofre de banco quando se tratava de Chase. Trabalhando para ele e sendo a melhor amiga de Peyton, a lealdade era profunda. Isso não queria dizer que Anna não era extremamente leal a Chase. No entanto, eu tinha a sensação de que ela faria o que achava ser melhor para o irmão, não importava o que fosse mesmo que significasse contar uma história que ele talvez não quisesse que fosse contada.

- Espero que você não se importe por eu ter te chamado.

- Imagine! Pode me ligar todos os dias. Adoro esse rapazinho, mas estou começando a falar com voz de bebê mesmo quando converso com adultos. Eu estou precisando mesmo de desculpas para sair com mais frequência, tirar o pijama e lavar o cabelo antes das oito da noite.

Conversamos um pouco sobre o bebê, planos para o outono e até mesmo sobre alguns dos produtos em que a Parker Industries estava trabalhando. Achei que teria que trazer à tona um assunto que nos deixaria desconfortável, mas Anna se adiantou.

- Posso perguntar algo pessoal?

- Claro.

- Meu irmão fez algo que a magoou? É por isso que vocês não estão mais juntos?

- Fez, sim.

- Imaginei. O que o idiota fez?

Fiquei séria.

- Terminou comigo.

Ela parecia chocada.

- Por quê?

- Não faço ideia. Essa é parte da razão pela qual eu queria falar com você. Ele terminou comigo, mas tem ficado sentado do lado de fora do meu apartamento todas as noites.

Anna contorceu o rosto.

- O quê?

Contei a história toda. E, mesmo falando tudo em voz alta pela primeira vez, parecia que faltavam partes. O que me deu ainda mais certeza de que várias partes eram... importantes.
Quando terminei, o bebê pegara no sono e Anna gentilmente o colocou no carrinho. Fiquei surpresa ao ver lágrimas em seus olhos quando se sentou de volta na cadeira.

- Tudo faz sentido agora.

- O quê?

Grandes gotas deslizaram por suas bochechas.

- Ele sente que não conseguiu manter Peyton segura, e sua maior preocupação é a segurança. Ele não se sente digno, mas não pode deixar para lá.

A porteira se abriu depois disso. Anna me contou tudo o que estava faltando, sobre a detetive Balsamo, a faca de cabo de nogueira de Chase e sobre Eddie. Quando terminou, nós duas estávamos chorando. Meu coração estava partido. Era ruim o suficiente ter perdido alguém que ele amava, mas descobrir que foi com a própria faca uma faca que ele voluntariamente dera ao homem que a matou fez com que Chase se sentisse responsável pela morte de Peyton. Como se ele não a tivesse protegido. Caramba.

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