LALISA's POV
Estou deitada na minha king size no momento com os olhos fechados, apreciando a calmaria do meu quarto, (vulgo meu lugar favorito da casa), decidindo se eu durmo mais cinco minutos e me atraso ou não. Sabe aquela sensação de estar sendo observada? Errrr então.
Abro só um olho.. E..
- AFF LEO, você tem que parar com essa mania carinha, assustador não acha? - Eu falo encarando meu filhote. Ele apenas me olha virando o rostinho, acho que alguém está com fome..
- Miau.
- Não vem de miau pra cima de mim, sua mãe está meio cansadinha hoje. - O treino foi pesado essa semana, nossa treinadora vulgo Sue Sylvester não pega leve, e ser capitã do time de vôlei da universidade não é nada fácil, mas eu amo esse esporte e minhas meninas.
- Okay carinha, eu me rendo, vamos lá comer, vem! - Ele já vem pro meu lado todo dado, esse gato não tem jeito, nem parece meu filho fácil desse jeito. Solto uma risada enquanto coloco a ração em sua tigelinha verde.
Consigo ouvir ao longe o samba baixinho vindo da cozinha, mamãe sempre coloca música pra tudo que faz.
Seguindo pro banheiro, cuido da minha ereção matinal e faço toda minha higiene pessoal, tenho uma banheira perto da minha janela no quarto, mas só uso em ocasiões especiais. Volto para o quarto com duas toalhas, sim duas, uma na cintura e outra no pescoço caindo pelos ombros. Me olho no espelho, meu cabelo loiro longo ainda pingando pelo banho que tomei. Gata.
Olho rapidamente pro relógio em cima da minha escrivaninha.. está marcando 5 e meia da manhã, vida de jogadora de vôlei é assim, uma hora e meia de treino antes de assistir as aulas do dia. Esse é meu segundo ano na universidade, eu estudo Administração. Quero ajudar mamãe com o negócio da família e também quero jogar profissionalmente. Então juntei o útil ao agradável.
Enquanto estou vestindo minha roupa esportiva de treino na cor preta ouço uma batida de leve na porta do meu quarto, ela abre devagarinho.. é mamãe. Ela sempre faz isso, o medo de me pegar de cueca é grande, durante toda a minha vida ela sempre deixou claro que a minha privacidade é muito importante.
- Filha eu fiz seu café da manhã, está na mesa ok. Vou dormir só mais um pouco e depois vou levantar e me arrumar para trabalhar. Vai assistir a minha palestra? - Ela me olha inquisitiva, a sobrancelha arqueada.
Ela quer que eu diga sim.
- Claro que sim mamãe, eu não perderia esse evento por nada! - Digo piscando, enquanto mostro meu sorriso largo. Neste momento estou travando uma disputa com as minhas meias. Estou perdendo feio inclusive.
- Lalisa, Lalisa. Tome jeito de gente minha filha. - Ela diz meio risonha, eu finjo que não entendi, ela conhece a filha que tem.
- Mamãe eu vou fazer o possível para estar lá, sério. Sei o quanto é importante para a senhora. - Estou sendo totalmente sincera agora. Terminei de colocar meus tênis brancos, a meia indo até o meio da canela.
Finalmente.
Ela apenas sorri sem mostrar os dentes e vai para o seu quarto me desejando um bom treino. Apesar da minha mãe ser muito reservada com todos de fora, com a família e amigos próximos ela é toda fofa.
Assim que tomo meu café da manhã no primeiro andar agarro minha bolsa esportiva e rumo em direção ao elevador, coloco meus fones de ouvido e aperto o botão que leva direito para a garagem.
Clichê da DAY ta tocando no meu fone.
Moramos em Copacabana, uma casa de três andares, com garagem no subsolo, os quartos ficam no terceiro andar, temos quatro suítes, o meu, outro da mamãe e dois para visitas. O segundo andar fica a academia, uma sala de estar conectada à sala de jogos, uma piscina interior e dois banheiros. O primeiro andar ficam a cozinha que tem uma saída para os jardins com piscina e um deck, uma sala de jantar e outra de estar, e mais dois banheiros.
Chegando no subsolo observo minhas beldades, tenho duas motos esportivas (uma roxa com preto e uma laranja com preto), uma Harley, e dois carros (um Jeep prateado e um Audi preto).
Muita coisa? talvez. O que posso fazer se tenho um crush em velocidade? Falando nisso, paro perto da minha vítima do dia, a esportiva laranja com preto. Subo nela e coloco o capacete laranja.
- Eu e você é tipo déjà vu e se pá, é de arrepiar.. Tipo coisa de vida passada, te vejo e não vejo mais nada..
Continuo cantando enquanto me arrumo pra dar partida, sinto meu celular vibrar e coloco a mão na orelha pausando a música para atender. É a minha linda levantadora, ih lá vem..
- LA-LI-SA aonde é que você está? Coé eu não tenho o dia todo mermã, se você não trazer seu traseiro até aqui em cinco minutos, eu juro qu.. - Rosé nem espera eu atender a ligação direito, já vai me metralhando.
- CHAE! Respira gata, seu cabelo lilás vai ficar branco desse jeito. Bom dia pra você também. - Digo tentando tranquilizar minha amiga.
- Ah não fale do meu cabelo Manoban! Bom dia e venha logo. - E simplesmente desligou na minha cara. Mas o que rolou aqui galera? Eu hein.
- Mulheres. Por que tão loucas? Deve ser por isso que eu gosto. Só pode. - Penso alto e pego a estrada para a universidade. Sinto o vento no meu corpo e sorrio, adoro andar de moto, aqui no Rio é como ter outro par de pernas. Adoro o clima desse lugar, nos mudamos da Tailândia pra cá quando eu tinha nove anos, no começo foi difícil por causa da língua, e por eu ser intersexual mas fui aprendendo. Os brasileiros são bem receptivos, e a comida sem comentários.
Não é atoa que chamam esse lugar de Cidade Maravilhosa, o sol nascendo ao horizonte me traz a paz e a tranquilidade que eu preciso pra começar o dia bem. A cidade já acordando, carros por todos os lados, esses que faço questão de deixar pra trás enquanto acelero pelas ruas cariocas.
Não querendo me gabar mas já me gabando, quando o assunto é velocidade eu levo jeito pra coisa. Ouço alguém buzinando logo atrás de mim, nem preciso olhar pelo retrovisor pra saber quem é. Me azucrinando uma hora dessas só podia ser a minha líbero favorita, aceno com a cabeça e dou uma pequena buzinada indicando que ela vai comer poeira.
- Coé, não tem nem tamanho pra ta em uma moto dessas!! - Falo um pouco mais alto por causa do vento.
- Não enche Manoban!! - Ryujin acelera passando por mim, logo sigo ela, cortando entre os carros.
Sempre funciona! Ela fica puta comigo muito rápido, parece uma pincher. hahaha
Falando nisso acabei de ultrapassar ela e peguei um atalho, assim consigo chegar no estacionamento da universidade primeiro. Nosso time ganhou um espaço todo pintado com as nossas cores: verde escuro com branco, o local é separado e exclusivo, graças ao título que trouxemos pra casa no ano passado.
Mas é claro que vão ter pessoas que não são do time querendo tirar uma casquinha, como a garota que estacionou esse negócio que ela deve chamar de moto bem aqui. E claro que eu vou tirar satisfação.
Se não, não seria eu.
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Estranho seria não se Apaixonar
FanficEla se vê encrencada com uma das garotas mais cobiçadas da UFRJ: a capitã do time de vôlei. Seu coração bobo e puro de quem nunca deixou o lado menina de lado vai encontrar alguns obstáculos pela frente. Já a outra tem tudo que sempre quis, ou pelo...