12. when you pull the trigger

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EPISÓDIO 12

QUANDO SE
APERTA O GATILHO

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Os quatro túmulos se transformaram em cinco quando o sol nasceu novamente. Em filmes de terror, aquele era o momento onde tudo ficava mais seguro, onde a luz do dia dos protegia do que viria à noite—em filmes de terror, o fim chegava e você imaginava se as pessoas que sobreviveram conseguiriam viver com a dor do trauma de ver seus amigos morrendo brutalmente.

Ela nunca antes tinha chegado a ver alguém morrer daquele jeito, com a barriga aberta e os gritos de dor ecoando pela noite, de uma forma que você conseguia ver que não teria volta, que você conseguia assistir a vida se esvaindo a cada segundo que se passava.

Charlie costumava fechar os olhos durante os filmes de terror, mas não conseguiu desviar o olhar ao ver Dale morto.

Ele sofreu até o último minuto e Charlie não achou justo, não achou justo que um homem que prezava pela justiça, pela humanidade, tivesse ido embora daquela forma injusta e desumana.

— Dale foi um amigo — Gus foi o primeiro a falar, apertando o chapéu de Dale, a voz dele falhando levemente antes de continuar — Desde o primeiro momento que pisei o pé aqui, Dale foi um amigo, uma figura paterna que eu tanto precisava depois de perder meu pai.

Gus limpou as lágrimas, arrumando postura para conseguir levantar o olhar.

— Alguns podem achar que a idade que o fez se tornar alguém tão sábio, mas isso vinha naturalmente para ele, suas falas, seus pensamentos, seus ideais. Dale Horvath prezava pela humanidade e ainda tinha esperanças de um dia bom… — ele pareceu engasgar levemente com as palavras, respirando fundo — Os dias bons ainda estão por vir, velhote.

Nos dias depois do enterro as coisas aconteceram com mais assertividade nas ações, Andrea, Shane, Daryl e T-Dog saíram algumas vezes para checar os arredores, ver os estados das cercas e procurar pelo resto do gado que havia fugido, fazer uma limpa mais dura nos caminhantes que estavam por perto, não poderiam ter outro problema igual aquele.

O inverno estava se aproximando, o tempo esfriava com tanta agressividade que os forçou a usar mangas longas e casacos, com isso Hershel os deixou desmontar o acampamento e se moverem para a casa Greene, iria ficar sufocante com quinze pessoas dentro, mas nada seria demais quando o frio chegasse e precisassem racionar a comida. 

Não tinham tempo para saborear o luto, não como antigamente, e Gus engoliu o que parecia ser todos os sentimentos dele e focou em ajudar no máximo que podia.

Charlie não ficava atrás, transportando o máximo de coisas que conseguia para as caminhonetes, Carl não tentava nem mesmo comentar sobre o caminhante, porém ela conseguia ver como a culpa estava o destruindo, então, em um momento onde os dois ficaram sozinhos, a garota o abraçou com força e deixou com que chorasse todas as lágrimas que tinha – ela afundou os sussurros de é minha culpa contra o casaco dela.

START OF THE END¹, 𝐜𝐚𝐫𝐥 𝐠𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora