START OF THE END¹, 𝐜𝐚𝐫𝐥 𝐠𝐫𝐢𝐦𝐞𝐬 [REESCREVENDO]

28. the coffee shop

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EPISÓDIO 28

A CAFETERIA

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"Aquele seria para sempre o dia que a mulher da katana se transformaria em Michonne para mim.

E também o dia em que percebi que Carl Grimes sempre seria o garotinho da fazeda."

Rick se agachou ao lado do corpo desacordado e começou a amarrar as mãos dele, era uma clara mensagem para desistirem de continuar discutindo. A garota respirou fundo ao colocar a bolsa de volta no chão, se sentindo um tanto quanto derrotada com aquela nova situação, ela achava que as coisas seriam mais fáceis se fossem todos loucos ou malvados, talvez dessa forma eles não pensassem mais tão atentamente nas próprias decisões. Teria Morgan hesitado e voltado atrás? Ele atirou com muita vontade na direção  deles, mas mesmo assim Rick ainda enxergava algo naquele homem que nenhum outro ali conseguia.

Charlie olhou para as paredes cheias de palavras e percebeu como o silêncio dominava a sala, ninguém muito satisfeito com o quê Rick disse. Mas geralmente as decisões dele nunca faziam todos felizes e eles tinham feito a escolha de sempre escutar e concordar com as ordens dele, foi daquele jeito que sobreviveram o inverno na estrada com uma mulher grávida, um homem idoso, duas crianças e nenhuma perda.

Mesmo assim, quanto mais enrolavam, mais preocupada Charlie ficava. Sabia bem que o Governador estava os esperando, com uma cidade inteira pronta para matá-los, querendo pegá-los desprevenidos de novo.  Tudo que poderiam fazer era torcer que Andrea tivesse feito algo, isso se ela não resolvesse apenas ficar do lado daquele homem. Ela tentava se manter positiva com o pensamento de que a Andrea que conhecia, a mulher da fazenda determinada a ser importante, não iria desistir tão rápido assim, mas ela não conhecia aquela nova versão e não tinha a coragem de perguntar para Kate sobre ela.

E se voltassem e…

Não.

Charlie nem queria imaginar aquela hipótese acontecendo, mesmo que a morte e a tragédia sempre estivesse ali, o pensamento continuava aterrorizante e lhe enchia de angústia. O coração dela doía por Gus, ela nunca conseguia se imaginar sem o irmão, era impossível para Charlie que tivesse uma única chance dela existir enquanto ele não estava ao lado dela.

Cruzou os braços, observando os outros ao redor dela se moverem, Kate lia atentamente uma das paredes cheia de palavras escritas e Michonne começou a mexer nas coisas de Morgan, já Carl havia se afastado para o outro lado.

Charlie deu as costas para eles, vasculhando o lado de fora com o olhar. Nada, Morgan não tinha ninguém ao lado dele.

Deve ser tão solitário, isso explicava a óbvia loucura. Humanos não foram feitos para ficarem sozinhos ou para enfrentarem tantas perdas. Ela pensava muito sobre essas coisas, a forma que passavam por isso a todo momento, a forma que todos sofriam com a ameaça de um possível surto. Só se lembrava de Rick, teria o homem permanecido naquele estado se a situação deles não implorasse por uma melhoria forçada? Charlie ainda sente culpa de terem o arrancado do luto dele, porém era melhor do que vê-lo se autodestruir longe de todos.