A rapariga da máscara de gato

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 Vamos rever esta mesma cena, mas focando nos dois misteriosos sujeitos que estavam no telhado quando a Luz estava a ser capturada. 

   -Humana, para em nome do Imperador!

   Os dois sujeitos saltaram de um prédio para o outro atrás da Luz. Corriam pelos telhados, furtivamente. O da frente usava uma longa capa vermelha que o cobria dos pés à cabeça. Trazia um saco por cima do ombro direito que estava cheio de frascos de poções. Atrás dele, estava uma rapariga com cabelo roxo. Tinha uma máscara a tapar-lhe a cara e estava constantemente a olhar em seu redor. Não deviam estar a fazer algo legal.

  A rapariga reparou na confusão lá em baixo. Uma personagem de cabelos castanhos desviava-se de vários ataques de quatro guardas do Imperador. Ela  puxou a capa do seu companheiro e apontou-lhe a bruxa que batalhava lá em baixo. Ele não demonstrou qualquer empatia pela fugitiva, dizendo um simples e sem vida: "Ela safa-se!"

  Ajeitou o saco e a máscara que tinha na cara e retomou o caminho. A rapariga com a máscara de gato continuou ali, estática, a observar a cena e a refletir no que fazer a seguir, enquanto esfregava as mãos nervosamente. Por um lado, queria ajudar aquela rapariga em apuros. Mas se o fizesse, revelaria a sua posição e a missão falharia. Era melhor fazer como ele lhe tinha dito. A -miúda até se estava a....

  -AHHHHH!
   Um grito ecoou por toda a cidade. 

   Luz Noceda fora atingida e atirada do pilar de gelo abaixo. 

  Ela nem teve tempo de pensar. Desenhou um grande circulo no ar que fez aparecer uma gosma espessa e arroxeada em forma de pessoa (eu acho) que chamamos de Abominação que a apanhou antes de colidir com o chão. Toda a gente gelou naquele momento. Mas antes que o rapaz de encarnado pode-se perguntar "Qual é a parte de «ela safa-se» que não percebeste!", já os guardas se preparavam para investir sobre Luz. Luz saltou do colo da abominação e escondeu-se atrás do pilar de gelo, que estava a ser destruída pelos diversos feitiços que o atingiam. Aquela abominação tentava defender a Luz de alguns ataques, mas cada vez mais se ia desfazendo. Luz olhou em volta, à procura de quem a tinha salvo.

  -Chefe, lá em  cima!

   Um dos guardas apontou para o topo do prédio, para a misteriosa rapariga. Ela criou uma rampa de abominação e deslizou até junto de Luz. 

  -Miúda, estás bem?

  Luz ainda não percebera o que tinha acontecido. Com dificuldade, formulou algumas palavras.

  -S..Sim! Obrigada!

  A rapariga ainda olhava para Luz. Não se via a sua expressão, mas parecia estranhar algo:

  -Espera! Tu és humana?!

  Ela não devia ter  baixado a guarda.

Dois criminosos e uma humana: o que pode correr mal? (Um multiverso de TOH)Onde histórias criam vida. Descubra agora