ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐑 𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐂̧𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐀𝐄𝐑𝐈𝐍 me envolver, de fato, não era uma sensação nova. Já havia acontecido algumas vezes. Mas mesmo assim, eu sempre sentia uma sensação de conforto quando acontecia.
Não sabia ao certo se era pela delicadeza com a qual ela me abraçava ou se era o calor que ela emanava contra minha pele gélida. Mas a realidade era que no final nada daquilo importava, porque eu sabia que sentiria falta de seu toque quando me soltasse.
Deveras, quando Aerin me soltou, toda aquela sensação calorosa foi-se como as folhas são levadas pelo vento. A garota desceu da moto e me entregou o capacete. Observo a mesma curvar-se me agradecendo pela carona e acena com a mão direita indo em direção a entrada do prédio em que morava.
Aguardo até perder a Park de vista para voltar para casa. Dessa vez, o vento que batia contra meu corpo era frio e eu não tinha o calor da garota para me proteger.
Quando adentro meu apartamento novamente, sigo na direção do meu quarto e me jogo na cama. Sinto meus músculos relaxarem contra o coxão, sentindo um momento de calmaria e quietude.
Contudo, toda essa calmaria e quietude foram embora em um piscar de olhos quando meu celular começou a tocar incansavelmente, indicando as notificações que recebia. Retiro o eletrônico do bolso e abri no aplicativo de mensagens, vendo o grupo que continha Jaemin, Haechan, Jeno e eu lotado de mensagens.
Quando abro a conversa do grupo, a primeira coisa que aparece é a foto de quando eu e Aerin estávamos dormindo ⸻ a garota repousada sobre meu peitoral e eu com meus braços a rodeando.
Flashes do que ocorreu de madrugada encheram meus pensamentos enquanto meu olhar se fixava na figura serena de Aerin pela foto.
De madrugada, quando a levei para tomar sorvete, já que ela não conseguia dormir, foi a primeira vez que, de fato, tivemos uma conversa. Apesar de ter me sentido mal por ter feito a Park falar sobre sua relação com a mãe, conseguimos manter uma boa conversa sobre sabores de sorvete e coisas banais. Quando finalizamos o sorvete, voltamos para o apartamento. No meio do caminho Aerin já bocejava e quando entramos no apartamento, ela não demorou dois segundos para cair no sono quando sua cabeça tocou novamente o travesseiro. Ainda me recordo de quando a Park me abraçou inconsciente, como se eu fosse um ursinho de pelúcia. Logo após, não lembro-me muito já que acabei caindo no sono.
Balanço a cabeça, espantando qualquer tipo de pensamento sobre os acontecimentos de madrugada e volto toda minha atenção às mensagens.
Noto que a maioria eram de Jaemin, perguntando quando e onde aquilo havia acontecido e outras ele falando que imprimiria a foto e iria colar na própria testa e sair pela cidade... ou algo do tipo. Já Jeno havia apenas mandando uma mensagem dizendo para Haechan que ele deveria respeitar a privacidade dos outros. Enquanto isso, Haechan mandava diversas fotos minha e da Aerin de todos os ângulos possíveis.
Solto um suspiro e coloco meu celular no silencioso antes de desligá-lo. Deixo o telefone em cima da mesinha de cabeceira e saio do quarto indo para a cozinha.
Pego um copo e noto um scrunchie de cabelo lilás em cima da bancada. Pego o objeto em mãos e me lembro que Aerin havia o usado para prender o cabelo enquanto ajudava Haechan a cozinhar o lamén na noite anterior.
Controlo a minha vontade de sorrir e coloco o elástico em meu pulso para não esquecê-lo.
⭑
Tento focar minha atenção no livro de biologia à minha frente, mas não consigo. Desisto de ler sobre genética e pego minha jaqueta de couro, chaves, carteira, o maço de cigarro e o isqueiro.
Saio do prédio e me sento na calçada. Era quase oito horas da noite e havia pouco movimento na rua. Acendo o cigarro e antes que eu pudesse colocá-lo na minha boca, o objeto é retirado da minha mão de maneira brusca.
— Mas que porr– — olho para cima vendo Na Jaemin me encarar seriamente enquanto joga o cigarro no chão e pisa no mesmo.
— Eu já falei que vou te quebrar na porrada se te ver com cigarro na boca novamente! — diz o Na antes de me dar um tapa na cabeça.
— O que está fazendo aqui? — pergunto levando a mão esquerda onde recebi o tapa do mais novo.
— Como espera conquistar Aerin se você não para de fumar? — Jaemin se senta ao meu lado, evitando minha pergunta.
— E quem disse que eu quero conquistá-la?
— Você não engana ninguém Injun. A propósito vocês dormiram abraçados.
— Ela quem me abraçou enquanto dormia — respondo sentindo um calor subir para minhas bochechas.
— Mas você não afastou ela... na verdade você nunca afasta ela — comenta com um enorme sorriso estampado no rosto.
— E o que isso tem a ver?
— Como pode ser tão lerdinho, hein Injun? — o Na aperta minha bochecha e eu tento me afastar de seu toque.
— Você ainda não falou o que está fazendo aqui. — desvio do assunto.
— Na verdade nada demais, eu estava apenas andando sem rumo e quando percebi estava aqui.
— Hum... — murmuro sem saber o que responder até uma ideia vir à minha mente — Quer ir para o fliperama?
— Por que não? — Jaemin se levanta com um sorriso — Sabia que é um ótimo lugar para um encontro?
— Se você abrir a boca para falar qualquer coisa desse tipo, eu volto para casa.
— Deixa de ser rabugento, Injun! — Jaemin passa seu braço pelo meu pescoço, soltando uma risada enquanto me abraça de lado.
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