ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ𝐓𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐒𝐎𝐑𝐑𝐈𝐑 𝐀𝐒𝐒𝐈𝐌 𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐄𝐉𝐎 𝐑𝐄𝐍𝐉𝐔𝐍 sentando na mesa da biblioteca, para a sessão do grupo de estudos, porém o sorriso não sai. Desde que minha mãe voltou e apareceu na porta da escola e papai havia me falado que ela tinha ligado para ele, tudo parecia perdido. Um quebra-cabeça desorganizado e faltando peças.
Eu não conseguia prestar atenção nem nas mínimas coisas, até mesmo em algo trivial. Minha cabeça girava com as inúmeras possibilidades e teorias do por que Eunji (minha mãe) havia voltado. Mas queria realmente saber do porque ela queria me ver ⸻ já que nem ao menos fez o esforço de realizar uma simples ligação em todos esses anos.
— Espero que você não se importe que seja apenas nós dois hoje novamente.
— Jeno e Jaemin não vieram hoje? — pergunto me sentando na cadeira ao lado de Renjun.
O Huang nega com a cabeça. Parecia que havia se tornado uma rotina para Jeno e Jaemin chegarem atrasados na biblioteca ou simplesmente não comparecerem.
Solto o ar pela boca antes de pegar os meus materiais de estudo. Tento ao máximo me concentrar, mas tudo que eu lia me fazia entrar em profundos devaneios. Indagações sem respostas eram as únicas coisas que apareciam na minha mente.
— Aerin…? — começo a ouvir a voz de Renjun, ela ficava mais perceptível a cada segundo, me despertando dos pensamentos — Aerin…?
— Sim? — olho para o rapaz, confusa.
— Você está se sentindo bem?
Vagamente, flashes do dia anterior invadiram minha mente como um trem-bala. Talvez ver Eunji novamente não tenha sido muito bom para mim. Ao menos, ontem, Renjun havia conseguido me distrair com sorvete, mas agora parecia que nem isso era capaz de afastar esses pensamentos.
— Acho que sim… — respondo sem ao menos saber como eu realmente estava me sentindo.
— Você acha? — a voz de Renjun sai como um sussurro, como se quisesse entender corretamente o significado por trás da minha resposta. O rapaz olha diretamente nos meus olhos e eu rapidamente desvio o olhar — Pode contar comigo.
— Hum?
— Se você precisar desabafar, tirar o peso das costas ou qualquer coisa, pode me chamar. Sempre estarei aqui ao seu lado.
As doces palavras de Renjun me fazem corar. Olho para seus olhos e por um instante esqueço tudo aquilo que me atormentava. Renjun e Jihoon eram as únicas pessoas que sabiam da minha relação com minha mãe ⸻ ou melhor, a falta dela. Embora eu tenha desabafado com ambos, ainda era difícil falar sobre o assunto.
— Eu não sei exatamente o que fazer… — minha voz sai mais baixo do que eu esperava.
— Em relação a sua mãe? — Renjun me questiona e eu afirmo com a cabeça.
— Ela voltou do nada sem nenhum aviso e parece que ela está agindo como se nada tivesse acontecido.
— Você não acha melhor, ao menos, dar uma chance? — pergunta o Huang.
— Eu… — deixo minha resposta no ar, sem ao menos saber o que responder.
— Sabe, ela me pareceu triste quando não conseguiu encontrar você. Deveria dar ao menos uma única chance.
— É que… eu não sei se estou pronta para encarar ela e muito menos falar sobre qualquer coisa com ela — suspiro e deito minha cabeça em cima do livro de biologia. Sinto a mão de Renjun passar levemente na minha cabeça, afagando meu cabelo.
— Mas você não pode fugir para sempre, Aerin. Uma hora terá que encarar. — Renjun diz com sua voz suave.
— Eu sei… eu queria encarar isso o quanto antes, mas não é tão fácil quanto parece.
— Aerin, você não está sozinha nessa. Não precisa aguentar tudo, carregar todo o peso sozinha.
— Obrigada… — minha voz sai como um sussurro.
Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes eu havia agradecido Renjun desde que nos conhecemos. Contudo, todas as vezes em que eu o agradecia não parecia ser o suficiente ⸻ não depois dele sempre me salvar ou estar ao meu lado quando mais precisei de alguém.
E talvez fosse por isso que eu negava todos os meus sentimentos a todo instante. Tinha medo de dizer tudo o que realmente sinto e depois ter que abrir mão de toda "amizade" que construímos com o tempo. Eu não queria que as coisas ficassem constrangedoras e no final voltarmos a ser estranhos.
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