ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ𝐌𝐄 𝐉𝐎𝐆𝐔𝐄𝐈 𝐃𝐄 𝐂𝐎𝐒𝐓𝐀𝐒 𝐍𝐀 𝐂𝐀𝐌𝐀 e encarei o teto branco do meu quarto. Suspirei, talvez pela centésima vez desde que cheguei em casa. Eu queria respostas. Respostas para tudo o que estava acontecendo, para todas as ações que eu tomava por impulso.
Eu podia até não saber o que fazer, mas sabia que todos os meus problemas tinham apenas um nome.
Aerin Park.
Aerin estava em todos os lugares, inclusive em meus pensamentos. Desde que a salvei de um cara bêbado, tudo virou de cabeça para baixo. Apenas reconheci ela quando me lembrei que ela era conhecida pelos alunos da escola como "a bolsista inteligente" e às vezes como "melhor amiga do Jihoon". Achei que eu não a encontraria mais depois do incidente, mas ela estava em todos os lugares e de alguma forma sempre nos víamos ⸻ pelo menos eu a via, mesmo que de longe.
Aerin não era uma garota normal. Ela não podia ser, já que se fosse, não me faria sentir dessa maneira. Ela me deixava vulnerável, deixava minha guarda baixa toda vez em que a via. A forma como me olhava, as bochechas e as pontas das orelhas que ficavam rosadas quase sempre que nos encontrávamos, a forma como ela ficava extremamente atraente usando a minha jaqueta de couro e como ela se aconchegava na peça de roupa ⸻ e o cheiro dela que se impregnava na peça era extremamente viciante ⸻, o fato dela ser extremamente inteligente e dedicada.
Tudo nela, cada mínimo detalhe era fascinante e me intrigava.
E aquele sorriso.
O sorriso que eu apenas via de longe, era tão brilhante. Ela ficava simplesmente radiante enquanto sorria. Sortudo era a pessoa que recebia seus sorrisos.
As coisas começaram a ficar mais complicadas para o meu lado quando Jaemin descobriu tudo o que havia acontecido entre mim e Aerin. Eu nunca soube como Jaemin descobriu aquilo, era impressionante como ele sabia cada coisa de diversos alunos do colégio. Eu não sei como, mas Jaemin sempre sabia das coisas, não importa o que seja. Não que isso fosse algo ruim, pelo menos eu não teria que contar o que aconteceu para ele se eu precisasse de ajuda para entender meus sentimentos.
Talvez o problema fosse as provocações. Toda vez que a víamos, toda vez que ela estava com nós, toda vez que ela era o único assunto que meus amigos falavam. Ele me provocava a todo custo.
Ao menos Jeno era tranquilo em relação a toda situação, na verdade tenho certeza que ele nem se importava com isso, mas Haechan, esse sempre se juntava com Jaemin apenas para me provocar.
Por mais que isso tudo esteja acontecendo, eu sabia que não poderia ser próximo a ela. Em nenhuma hipótese, em nenhuma circunstância. Seria apenas uma questão de tempo até eu magoá-la, ou até mesmo machucá-la. E isso era a última coisa que eu desejava.
⭑
— Renjun, finalmente você lembrou que tem um celular! — disse Jaemin do outro lado da linha.
— Eu estava no banho — passei a mão pelo meu cabelo molhado — O que houve?
— Aerin está bem?
— Por que eu saberia se ela está bem? — franzi o cenho.
— Você foi, provavelmente, o último que a viu.
— E?
— Ela é minha amiga sabia, tenho o direito de saber como ela está!
— Desde quando vocês são amigos? — sentei na beirada da cama e encarei o par de sapatos jogado na frente do armário.
— Deixa de ciúmes Injun, só quero saber como ela está.
— Ela está bem... pelo menos foi o que pareceu quando saímos do restaurante.
— Então vocês almoçaram juntos? — Jaemin disse, era perceptível o tom de malícia em sua voz.
— Se você continuar com as suas provocações, eu vou... — deixei a ameaça no ar.
— Tá tá... — Jaemin segurou o riso mas logo voltou a ficar "sério" — Sabe Injun, eu estava aqui pensando... você acha que eu deveria chamar Aerin para sair, talvez um encontro.
— O QUÊ?!
— Ai meus tímpanos! — ouvi o Na reclamar.
— Por que quer sair com ela, assim de repente?
— Eu não sei, mas Aerin é uma garota formidável. Aposto que ela ficaria bem mais bonita usando minha jaqueta, você não acha Injun?
Não respondi. Fiquei encarando um ponto aleatório no chão de meu quarto tentando figurar Aerin e Jaemin juntos, mas era algo impossível. Por algum motivo a ideia de vê-los juntos não era algo que me agradava.
— Renjun... ainda está aí?
— Tanto faz... — falei quase que em um sussurro.
— O quê? Renjun, você sabe que eu estava brincando — Jaemin riu.
— Não me importo, até porque você não chamaria Aerin para um encontro, ela não faz o seu tipo mesmo.
— E quem disse que não? — após a frase, o Na desliga a ligação.
Coloco o telefone celular na mesa de estudos e me deito na cama. Diversos pensamentos invadiam minha cabeça, me deixando mais confuso do que antes. Embora a imagem de Jaemin e Aerin não me agradasse, talvez essa fosse a melhor opção para ela, talvez Jaemin pudesse fazer muito mais por ela do que eu jamais faria.
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