castigo

919 44 4
                                    

Quando Penelope voltou para a realidade uma eternidade depois, viu-se deitada de lado, completamente encostada no corpo nu do marido.

Colin mantinha uma das mãos espalmada em suas costas, a outra ainda entrelaçada ao seu cabelo, segurando seu rosto contra o peito dele.

Penelope se forçou a erguer a cabeça, abriu os olhos azuis e o fitou, mas corou ao ver o olhar astucioso e o sorrisinho satisfeito nos lábios do marido.

Ela se comportara de forma completamente despudorada, e em plena luz do dia! De repente, sentindo-se perplexa pela capacidade dele de derrubar todas as suas barreiras, a jovem duquesa se afastou e disse, nada convincente:

— Estou faminta.

— Quando eu estiver mais forte — brincou Colin, fingindo não entender que ela falava de comida.

— Quero comer!

— Ah, isso — disse ele, fingindo-se de bobo, então ficou de pé e virou de costas, educado, dando-lhe privacidade enquanto os dois se vestiam. — Tem grama no seu cabelo — comentou, bem-humorado, tirando as folhas das mechas vermelhas bagunçadas.

Em vez de responder com um sorriso ou uma piada, Penelope mordeu o lábio, afastando o olhar enquanto começava a abrir a cesta.

Finalmente compreendendo que ela queria ficar sozinha por alguns minutos, Colin seguiu para a margem do rio e se demorou lá, apoiando o pé numa pedra.

As flores na colina, percebeu de repente, com uma clareza surpreendente, eram mesmo brancas — um tapete alegre e bonito em contraste com o verde-escuro.

Quando ele voltou, Penelope segurava uma licoreira de cristal com vinho do Porto.

— Quer uma taça? — ofereceu ela com aquele tom de extrema educação que apenas pessoas muito envergonhadas usam. — É... é aquele vinho especial de que você gosta. Dá para ver pela licoreira.

Agachando, Colin aceitou a garrafa e a deixou de lado, fitando os olhos da esposa.

— Pen — disse ele num tom gentil —, não há nada de imoral, nada de vergonhoso e nada de errado naquilo que acabamos de fazer...

Ela engoliu em seco e olhou ao redor com um ar culpado.

— Mas estamos em plena luz do dia.

— Quando saímos, avisei que queríamos ficar sozinhos hoje à tarde.

As bochechas dela coraram.

— Todos certamente entenderam por quê.
Sentando-se, Colin passou um braço pelos ombros da esposa e sorriu para seu rosto empinado.

— Imagino que sim — concordou ele sem deixar transparecer qualquer resquício de vergonha.

Para a surpresa de Colin, uma expressão chocada surgiu no rosto de Penelope, e ela enfiou a cara no peito dele, seus ombros esguios tremendo de tanto rir..

— Eu disse alguma coisa engraçada? — perguntou ele, baixando a cabeça, tentando ver o rosto da esposa.

A voz risonha dela foi abafada por sua camisa.

— Não. Eu... eu me lembrei de quando fui ter os gêmeos.. Foi um parto de emergência pois estávamos no campo, Sophie, Kate e sua Mãe fizeram o parto. e Seu Irmão Benedict acabou desmaiando quando Sophie lhe entregou Agatha assim que ela nasceu

A risada dos dois ecoou pelo vale, assustando os passarinhos nas árvores ao redor.

— Já está satisfeito com o vinho ou quer mais? — perguntou ela quando terminaram de comer.

Say You'II remember meOnde histórias criam vida. Descubra agora