Gênio Ruim

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A citação de Ingersoll pegou Colin de surpresa, uma lembrança ferina da garota encantadora de cabelo cacheado que era capaz de citar de Buda a João Batista, dependendo da ocasião.

Infelizmente, isso só o deixou mais irritado agora, porque ela não era mais aquela garota. Em vez disso, tinha se tornado uma oportunista. Ele sabia que Penelope já teria dito alguma coisa se realmente quisesse se casar com Ethan por amor.

Sua esposa se tornara ambiciosa nos últimos onze meses, percebeu ele com um desdém inflamado. E linda.

De um jeito deslumbrante, com o brilhoso cabelo Avermelhados caindo em seus ombros e costas em ondas e cachos, em contraste vívido com a pele clara e macia, os olhos azuis reluzentes e os lábios macios e rosados. Em comparação com as louras pálidas que geralmente eram as Beldades Aclamadas dos bailes, penelope era infinitamente mais sedutora.

Ele a encarou, convencido de que a esposa era uma interesseira, mas, apesar de todas as provas, era impossível encontrar qualquer sinal de malícia naqueles olhos fumegantes ou em seu rosto irritado e empinado.

Furioso com sua relutância interior de aceitar o que ela se tornara, Colin lhe deu as costas e seguiu para a porta.

Penelope o observou se afastar, anestesiada por uma série de emoções conflitantes, que incluíam fúria, alívio e preocupação. Ele parou na porta, e ela ficou tensa no mesmo instante.

— Vou me mudar para cá amanhã. Enquanto isso, quero lhe dar algumas instruções: você está proibida de ir a qualquer lugar com Ethan. — Seu tom prometia consequências terríveis caso ela decidisse ignorar aquela ordem, e, apesar de Penelope ser incapaz de imaginar quais seriam tais castigos nem por que ela iria querer sair e encarar o furor das fofocas, ficou momentaneamente emudecida pelo tom ameaçador na voz do marido. — Na verdade, você está proibida de sair desta casa. Fui claro?

Com um magnífico gesto despreocupado que escondia completamente seu nervosismo, ela deu de ombros e disse:

— Sou fluente em três idiomas, senhor. Inglês é um deles.

— Você está zombando de mim? — perguntou Colin numa voz suave e ameaçadora.

A coragem de Penelope brigava com seu bom senso, mas nenhum dos dois venceu. Com medo de avançar e sem vontade de bater em retirada, ela tentou manter sua posição ao ousar dizer no tom de um adulto falando com uma criança mal-humorada e irracional:

— Não quero discutir esse assunto nem qualquer outro enquanto o senhor estiver agindo de forma tão despropositada.

— Penelope — disse ele numa voz terrível — se estiver tentando descobrir o quanto consegue me irritar, acabou de chegar ao seu limite. Agora, com esse meu comportamento “despropositado”, nada me daria mais prazer do que fechar esta porta e usar os próximos dez minutos para me certificar de que você passe a ser uma boa menina

O sorriso irônico de Penelope fez Colin se irritar , a mesma caminhou até a porta e a abriu antes de dizer:

— Faça ao menos um favor e vá conhecer seus filhos... eu posso ser oque você quiser , uma interesseira, uma má pessoa , uma péssima esposa, uma prostituta mais... fui eu que tive dois filhos ao mesmo tempo sozinha....  se você decidir me mandar embora eu posso afirmar a você que eu levo eles junto comigo, pois não há amor maior que o deles..

— Penelope...

— Posso não ser o grande amor da sua vida... eu não sou uma das belíssimas amantes, eu não tenho títulos, não tenho recursos... mais eu dei a você dois filhos lindos e saudáveis e o mínimo... O mínimo que você me deve enquanto eu estiver dentro dessa casa é respeito!

Say You'II remember meOnde histórias criam vida. Descubra agora