Amor Dominante

Capítulo 1

Capítulo 1

Não sou uma grande fã de pessoas e nem sou a melhor em confiar em estranhos, ainda mais quando tudo o que ouvi sobre eles ao longo da minha vida era como destruíam e matavam seus inimigos, sem se importar com quem quer que fosse.

Foi com esse pensamento que os ajudei, eu queria que matassem meu pai, antes que o pior acontecesse, era minha única esperança nessa vida. Por sorte, eles me resgataram, me levaram para longe de tudo isso, junto com meu irmão mais novo.

Mentir minha idade não foi difícil, sempre fui uma mulher magra e herdei a aparência da minha mãe, meu único medo era perder a guarda do meu irmão. Foi um dia maravilhoso quando entraram em minha casa e mataram todos os homens maus, senti que poderia respirar aliviada. Sem saber o que viria a seguir, como me tirariam daquele caos, nos levariam para sua casa.

Pela primeira vez senti que algo bom ia acontecer comigo, isso até que Raphael Petrov passou pela porta, eu podia sentir seus olhos no meu irmão, sua afeição pela criança maltratada, e então seu olhar caiu em mim, não entendi suas emoções, ele é bom em escondê-las e automaticamente deduzi que fosse ódio.

Ele poderia cuidar do meu irmão, mas eu era a pedra em seu caminho, sempre encarando e saindo da sala quando estou por perto, é como se vivesse em uma luta e não sei se quero estar por perto quando ele finalmente perde-la.

Seu apartamento é luxuoso, uma das primeiras coisas que percebi quando cheguei. O lugar está cheio de seus prêmios de corrida e artigos sobre sua oficina e lojas de peças, sem contar a empresa de sucesso construída pelo jovem Petrov sem a ajuda de sua família. Tudo aqui grita sucesso, autorrealização e foco, ele sabe o que quer e não deixa ninguém se meter em seu caminho.

E mesmo com essa imagem inalcançável, Raphael é uma pessoa extremamente leal e devota de sua família. Há fotos espalhadas de sua família por todo o lugar, e ele conversa com todos ao menos uma vez ao dia.

A única vez que o vi evitar seus familiares, foi quando as loucuras de sua família explodiram na mídia. Raphael ficou irritado, ele bateu a porta do escritório dizendo que mataria quem ousasse levar trazer essa merda para sua porta.

Seja lá o que isso significasse, garantiu que mais cinco seguranças fossem adicionadas a sua equipe. A mídia local ficou enlouquecida, assim como sua noiva maluca que não teve permissão para entrar no prédio.

Mesmo sabendo que Raphael não é o meu maior fã, bufo com a ideia de alguém me amar um dia, conseguimos nos respeitar e conviver bem, em alguns momentos não me sentia como uma estranha e sim como uma família, não com ele sendo meu irmão e sim como algo mais. Foi bom me iludir e pensar que ele era meu, até que Helena entrou em cena novamente.

Sua boa aparência quase é o suficiente para esconder sua natureza mimada e esnobe, se eu pudesse socar a cara de alguém seria ela.

— Lavínia, por favor...

Ergo a mão o interrompendo.

— Estou subindo.

Tenho que dar crédito ao pequeno pinscher irritado que é Helena, mesmo tremendo a mulher consegue se controlar até que eu esteja no meu quarto para começar a gritar que nos quer fora daqui, e que meu irmão e eu estamos atrasando sua vida feliz.

Desejo que as paredes fossem mais grossas.

O telefone que Sunny me deu a última vez que esteve aqui, apita, com uma mensagem de Ana.

"Consegui arrumar as finanças do seu pai e recuperar o dinheiro das contas no exterior. Meus parabéns, você é uma mulher rica!"

Quase caio de costas quando vejo os números em minha conta bancária, isso é o suficiente para garantir uma boa vida para meu irmão e eu. Longe de toda essa bagunça, e principalmente longe do Raphael e das coisas malucas que sinto quando estou perto dele.