Capítulo 23

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Capítulo 23

Raphael

Somente Lavínia seria capaz de conseguir controlar meu lado ciumento e possessivo, para me fazer passar pela inauguração sem dar um tiro em algum babaca por dar em cima dela ou elogiá-la.

Depois que todos os convidados finalmente vão embora, fico sentado em uma das mesas conversando com meu irmão, enquanto as mulheres dão risada e comemoram o sucesso. Não é uma novidade que com algumas horas de inauguração esse lugar já esteja entre os assuntos mais comentados na internet.

— O que você estava fazendo? Percebi que desapareceu por um momento. — Meu pai pergunta.

— Um piloto novo que estou contratando me deu alguns problemas. — Respondo, bebendo um pouco de café.

— O que contratou na sua última corrida?

Aceno.

— Sim, ele é um bom corredor, ambicioso até, mas idiota. — Explico. — Disposto a tudo para ganhar.

— Ele vai aprender com o tempo.

— Nem sempre o tempo ajuda as pessoas a aprender, não quero perder meu tempo com alguém assim.

— Se ele é talentoso...

— Talento não ganha de disciplina, nunca! — O lembro. — Disciplina é o que te leva longe, e talento sem disciplina te deixa na merda. Não gosto de perder tempo com esse tipo de baboseira, por culpa dele perdi boa parte do dia de hoje.

— Tente dar tempo a ele.

— Tempo é algo precisos, é a única coisa que não conseguimos recuperar quando perdemos, e não vou ficar perdendo o meu com um babaca mimado.

Ao final do meu comentário mamãe e Lavínia se aproximam, puxo minha mulher para o meu colo e dou um beijo em seu rosto. Não perco o olhar feliz da minha mãe, é engraçado ver o quanto esta animada com meu relacionamento.

— Vamos? — Lavínia pergunta.

Aceno e nos despedimos dos meus pais, a gerente contratada é quem vai fechar depois que a equipe de limpeza for embora.

***

Na manhã seguinte, sinto a falta do corpo de Lavínia colado ao meu, seu lado da cama está frio quando estendo a mão, me sento e olho em volta, não é comum ela se levantar antes de mim.

Escuto um barulho vindo do banheiro e caminho até lá, apenas para encontrá-la ajoelhada em frente ao vaso sanitário, seu cabelo solto, enquanto ela vomita. Corro para o seu lado e seguro seu cabelo, leva mais um tempo até que sua ânsia se acalme e ela caia sentada no chão.

— Se sentindo melhor? — Pergunto, pegando-a e colocando sentada em cima da pia.

Sua pele está pálida e com algumas gotas de suor, acaricio seu rosto, preocupado. Durante todo o tempo que a conheço nunca a vi doente.

— Sim. — Acena, fraca.

— Quando começou a se sentir mal?

— De madrugada, acordei com ânsia. — Explica. — Mas já estou me sentindo melhor, provavelmente é alguma virose.

— Por que não me acordou? — Reclamo, não gosto de ficar no escuro quando ela está doente.

— Não é nada demais. — Ela estende a mão para pegar a escova de dentes.

Pego a escova de sua mão e coloco pasta, quando ela tenta pegar a escova da minha mão, puxo para longe dela e faço sinal para ela abrir a boca. Lavínia revira os olhos, mas faz o que digo, depois de ajudá-la, a carrego para nosso quarto e a deito na cama.

Amor DominanteOnde histórias criam vida. Descubra agora