Lavínia
Saindo do hospital pensei que as coisas ainda estariam uma loucura, mas a imprensa se tranquilizou com a minha entrevista e o vídeo de Helena fazendo sexo com seu padrasto desviou totalmente o foco. Helena, pela primeira vez, decidiu fugir da mídia, e passou a evitar sair de casa, coisa que deixou Raphael feliz, não tanto quanto a noticia de que ela estava planejando sair do país devido ao seu relacionamento complicado com os pais.
Também, é meio impossível manter qualquer relacionamento saldável com alguém, mesmo essa pessoa sendo sua mãe, quando você dorme com seu padrasto, na cama dela e ainda faz piadas de mal gosto a insultando.
As nossas discussões atuais sempre voltam quando o meu homem protetor tenta argumentar a respeito das razões que o levaram a não me contar, e sua alegação é sempre de que tinha razão, uma vez que segundo ele fui acabar no hospital por causa disso.
— Eu pensei que estava te protegendo. — Raphael argumenta, pelo que parece ser a milésima vez em um período curto de tempo.
— Ficando tenso e agindo estranho o dia todo? — Coloco as mãos na cintura, o movimento o faz cerrar os olhos e fazer uma careta.
— Pegue leve...
Sei que mais uma vez ele vai agir todo protetor e começar com seu discurso de que preciso cuidar da minha saúde e me recuperar, ele tem mantido essa porcaria de discurso há um tempo agora, e já estou a ponto de enlouquecer.
— Você falou com o médico, até mesmo importunou Caroline, que teve toda paciência do mundo em revisar os exames e dizer exatamente a mesma coisa que os outros dois, e por falar nisso, TODOS DISSERAM QUE NÃO TEM NADA RELACIONADO AO STRESS.
— Eles podem pensar assim, mas até que tenha um estudo...
— Claro, precisa de um estudo e você, como o médico especialista é quem tem a última palavra. — Sou irônica com ele.
— Não me faça perder a calma, e te amarrar na cama.
Evito revirar os olhos, a última vez que fiz isso, ele realmente cumpriu sua ameaça e eu não gostei nenhum pouco. Ele tem se recusado a me tocar de forma sexual desde que voltamos para casa, mesmo com o médico dizendo que já estou recuperada e que podemos voltar a nossa vida ao normal, o que inclui nosso casamento esta tarde.
— Por quanto tempo vai continuar com isso? Quero dizer, não vou me casar com você se ficar se recusando a me tocar. — Bufo irritada. — Talvez eu deva arrumar outro noivo. — Finjo pensar, batendo o indicado no meu queixo.
— Não se atreva...
— Raphael! O que está fazendo aqui? Saia imediatamente! — Sunny empurra o filho para fora do quarto, que me lança um olhar irritado e cheio de promessas entes de Sunny bater a porta.
— Obrigado, mais um minuto e eu poderia tê-lo matado.
— Conheço bem a peça, ele é idêntico ao pai. — Ela franze a testa por um momento. — Se bem que ele está um pouco pior.
Sunny me contou melhor a história dela e do Ahmar, sem deixar de lado detalhes importantes como ela quase sendo morta e perdendo seu bebê, toda a emoção que ela e as outras mulheres tiveram antes de conseguir o seu final feliz. Essa família é como um grande hospício, embora não tenha certeza se os membros dela são sãos o suficiente, ou apenas uma espécie diferente de loucos, se comparados com os criminosos que os rondam.
— Pior como se recusando a me tocar? — Me sinto corar com a pergunta, mas preciso saber.
Sunny ri e acena.
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Amor Dominante
RomanceA.M.O.R A palavra de quatro letras que todos estão acostumados a ouvir, ou deveria. Não nasci ou cresci em um lar onde as pessoas expressavam seus sentimentos ou cuidavam umas das outras. Meu irmão e eu somos tudo um do outro, lutando para ficarmos...