Capítulo 26
Lavínia
Estamos assistindo Moana na sala, Shiloh está sentado entre Raphael e eu, os olhos fixos na tela, quando se trata de seu filme favorito nada é capaz de tirar sua atenção, nem mesmo seu pai tenso, constantemente olhando o celular.
Seja o que for que está incomodando Raphael está ligado a mim, do contrário, ele não estaria tão tenso ou insistido em desligar até mesmo os telefones fixos da casa. Sua tentativa de nos isolar do mundo é preocupante, ele nunca agiu dessa forma, sempre lidando com os problemas como se fossem um incomodo.
Quando Moana termina, Raphael e Shiloh começam a escolher outro filme, provavelmente um de herói ou de desenho, já que são gêneros de "meninos". Me levanto e vou para a cozinha, por mais divertido que seja a ideia de passar o dia comendo porcaria, preciso comer algo saldável e nutritivo.
Coloco carne para assar, enquanto refogo alguns legumes e faço um purê de batatas, estou distraída na cozinha quando Raphael entra.
Ainda não consigo me acostumar com o quão bonito ele é, o cabelo bagunçado é sexy e me lembra da nossa noite, dos nossos momentos juntos e do quanto gostei de emaranhar meus dedos entre os fios. Ele está usando uma calça cinza de moletom e uma camiseta branca, que se encaixa perfeitamente em seu peito musculoso. Fico esperando o momento em que vou acordar presa na casa do meu pai, na vida horrível que eu tinha, a vida ao lado de Raphael é boa de mais para não ser apenas um sonho.
— Não combinamos que teríamos pizza? — Envolve seus braços na minha cintura, me puxando para junto de seu corpo. — Como está o nosso bebê?
Desde que descobrimos sobre o bebê, Raphael decidiu que o chamaria assim "bebê", ele disse que não quer magoar seu futuro filho ou filha, fazendo nascer com a sensação de que não era o sexo desejado.
— Está bem, mas nós nos recusamos a passar o dia sem comida de verdade. — Beijo seu queixo.
— Comida de verdade? — Ri.
— Sim, aquela que tem vitaminas e nutre seu corpo, não apenas te faz engordar. — Provoco.
— Tudo bem, se é isso o que vocês desejam.
Seu telefone toca, e ele me encara, lutando entre ficar na nossa "bolha", e voltar para o mundo real, onde ele está lidando com um problema sério. Quando ele entro na cozinha pensei que estivesse mais relaxado, no entanto, esta ligação o fez lembrar dos problemas reais.
— Vá atender sua ligação, quando voltar vamos almoçar juntos e passar o dia na piscina. — Ofereço.
— Eu te amo.
Assisto Raphael se afastar, um aperto estranho no meu peito.
Meu homem é protetor e tem esse medo terrível de me perder, para alguém tão intenso e confiante como ele, é engraçado que até mesmo considere a possibilidade de me perder, de me levar para longe. Quando na verdade, nada e nem ninguém seria capaz de me tirar dele.
Com a demora dele para sair do escritório, e faltando apenas a carne assar para almoçarmos, decido ligar na cafeteria e verificar como as coisas estão. Sei que Sunny disse que cuidaria de tudo, mas detesto a ideia de deixa-la ficar com todo o trabalho duro.
— Chefe? Como você está? — A voz da minha gerente parece preocupada.
— Estou bem, apenas ligando para saber como está tudo aí e se precisa de alguma ajuda.
— Estamos sob controle, apenas aqueles caras checando as câmeras de segurança, algumas delas ainda não estão conectadas ao sistema principal da empresa.
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Amor Dominante
RomanceA.M.O.R A palavra de quatro letras que todos estão acostumados a ouvir, ou deveria. Não nasci ou cresci em um lar onde as pessoas expressavam seus sentimentos ou cuidavam umas das outras. Meu irmão e eu somos tudo um do outro, lutando para ficarmos...