One Shot 3

2.2K 69 26
                                    

Tom ouviu o celular tocar no quarto e tinha certeza que era Daya.

Correu do banheiro, com a escova de dentes ainda na boca, e atendeu rapidamente, murmurando um incompreensível "Oi, amor".

Mas de alguma forma, ela o entendeu, o que fez Tom abrir um pequeno sorriso ao caminhar novamente para a pia, onde continuou a escovar os dentes, esperando que ela respondesse.

O que ele não esperava era a voz dela tão baixa e chorosa:

— Amor, eu... Eu acho que estou grávida!

Tom engasgou. Isso por que ela soltou a sentença de uma só vez bem quando ele enxaguava a boca, o que o fez tossir e cuspir água por toda a pia enquanto tentava recuperar o fôlego.

Ao ouvi-lo, Zendaya imediatamente soou preocupada:

— Você está bem, amor? Tom, fala comigo! Calma, respira, eu tô brincando.

— O que você disse? - sua voz soando fraca e rouca, ainda se recuperando do susto.

— Ah, era só uma brincadeira! Nossa, você quase teve um ataque, imagina quando for verdade. - disse Daya começando a rir um pouco da reação dele.

Tom limpou a pia de forma rápida e caminhou até o quarto, sentando na cama, antes de voltar a falar:

— Você não pode brincar com essas coisas, não podemos ter filhos antes de nos casarmos.

— Ah, em nome de Deus, você não está vivendo em 1850. - disse Z tentando fazer graça.

— Mas seu pai está. Ele foi bem claro sobre isso. - Tom sussurrou de forma dramática, como se Kazembe pudesse está ouvindo a conversa deles.

Zendaya riu. Ela sabia que seu pai tinha tido "a conversa" com Tom, logo após ela começar a usar o anel de compromisso, e era engraçado como Tom transformara toda situação em: "Seu pai não quer netos antes de casarmos."

— E se fosse verdade? O que você ia poder fazer? - ela falou, querendo manter a brincadeira.

— Simples, nós iríamos a Vegas imediatamente. Sempre quis casar com a benção de Elvis.

Os dois riram abertamente da forma entusiasmada em que ele falou, como se fosse uma ideia que realmente já tivesse passado por sua mente.

Z suspirou, pensando em como ela sentia falta de está ao lado dele. E como ia demorar mais um pouco pra matar essa saudade.

Sendo assim, resolveu falar logo o motivo da sua ligação tão cedo.

— Amor, eu liguei antes de você ir trabalhar pra dizer...

— ... Que me ama? - Tom a interrompeu, a voz doce e cheia de gracejo.

Ela lutou contra um sorriso.

— Também. Mas, principalmente pra avisar que não vou poder ir na sexta...

— Por favor me diga que é outra brincadeira? - ele interrompeu novamente, dessa vez a voz soando quebrada.

— Eu queria muito que fosse, porém marcaram uma reunião logo cedo, e outra após o almoço, que nem sei que horas irá terminar. O que me faz ficar presa aqui até sábado de manhã.

Argh! Eu não acredito que não vou ter você na minha folga, eu planejei um dia perfeito!

— Por favor, não fale assim, eu também estou perdendo o dia com você, e por causa de trabalho! Você ainda pode sair com os meninos e se distrair até eu chegar.

— Não quero sair com os meninos! - Tom soou birrento. — Fiz reserva num restaurante que parece ser incrível, e eu só pensei em você quando vi, por que...

— Não! - foi a vez dela de interrompe-lo. — Não diga o porque, não fale sobre a programação, só remarque para o sábado, eu ainda quero ter surpresa, ainda quero ter o dia perfeito que sei que planejou.

A maneira como Z sabia que Tom tinha se empenhado em organizar tudo pra cada fim de semana com ela, como estava se recusando a conhecer coisas novas durante a semana só para poder viver as experiências ao lado dela a fazia ama-lo ainda mais.

— Tudo bem, eu vou remarcar. Tem certeza que não seria mais fácil eu ir pra aí? Eu espero sua reunião, almoçamos juntos e saímos no final do dia. Você pode me mostrar aquele museu que você fotografou.

— O Isabella Stewart Gardner Museum? Você gostou mesmo desse lugar, né? - ela estava surpresa, pois de todos os lugares que ela fotografou, o que ele mais falava era o museu com jardim interno.

— Você falou com tanta paixão sobre o lugar, e as fotos ficaram realmente incríveis, claro que quero conhecer um lugar que você ficou tão encantada.

Ela ficou em silêncio, sorrindo, totalmente encantada sim, mas por ele.

— Tom?

— Sim, meu amor?

— Eu te amo.

Ele sentiu seu coração errar uma batida, a respiração falhou por um segundo. Nunca iria se acostumar com sensação que essas três palavras, ditas por ela, fazia com ele.

Como sempre parecia a primeira vez.

— Eu também amo você, senhorita Coleman. - murmurou ele, sorrindo.

Antes que ela falasse mais alguma coisa, ouviu a voz de Darnell ao fundo. Entendeu somente algumas palavras como "treino" e "carro" o que provavelmente significa que ela precisava ir.

— Amor, o carro está quase aqui e você também precisa trabalhar. Não seria justo você vim na sexta, é sua folga, você ficaria preso no apartamento até eu terminar as reuniões.

— Eu ficaria com Noon, tenho certeza que ele sente minha falta.

— Óbvio que ele sente, tanto quanto eu. Talvez até mais, mas, ainda assim, estaremos aí no sábado e vocês vão matar a saudade. Prometo até deixar você sair só com ele. É importante um tempo de qualidade entre pai e filho.

Tom ouviu Harry gritar da cozinha que o carro deles tinha chegado e que precisavam sair enquanto murmurava um "Eu amo esse cachorro."

— Estou indo! - Tom gritou de volta pra Harry, voltando a falar com Z logo depois. — Tudo bem, parece não haver o que fazer. Eu espero você no sábado; me avise o horário do vôo pra que possa te buscar, tá bem?

— Eu mando por mensagem assim que confirmar com Darnell. Tenha um ótimo dia, sweetheart, te vejo no almoço.

— Você faz facetime parecer que estará aqui. Tenha um bom treino, por favor, não se machuque de novo.

Ele não perdia a oportunidade de falar dos machucados que ela estava adquirindo por treinar todos os dias.

— Você parece adorar beija-los quando estou nua na sua cama...

Ela disse isso para rebater a observação dele, mas percebeu que ele respirou fundo antes de responder.

— Não fale sobre você nua na minha cama quando nós dois precisamos trabalhar, Daya! - ele fez uma pequena pausa e depois disse, a voz rouca:

- Quer saber, não marque o vôo! Eu estarei aí quinta-feira a noite. E então vou te mostrar como adoro beijar seu corpo enquanto você está nua em SUA cama.

Foi a vez dela de puxar uma respiração, pela maneira como como a voz dele soou, o desejo mal disfarçado, as palavras decisivas.

E Zendaya com a voz fraca e o corpo quente, implorando a todos os deuses que a quinta-feira chegasse logo, só pode confirmar com uma simples frase:

- Mal posso esperar, baby.

One shots tomdayaOnde histórias criam vida. Descubra agora