Cap VIII - Luzes de neon

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POV: Harper Condor

(...)

Já falei que amo o Theo, não é? Pois então, esse menino é tudo na minha vida. Assim que Mack saiu da minha casa, o meu irmão entrou e me deu um desenho mostrando eu e a minha amiga. Fiquei emocionada.

No dia seguinte, depois das aulas, fui até a casa dela. Era um pouco mais longe da escola, mas fomos juntas e o caminho todo foi interessante. Ela me contou um pouco sobre os projetos que participava em Nova York e comparou as escolas de lá com as de Lake Charles. Mack disse que entendia a euforia das pessoas com ela, mas que não estava acostumada a ser uma das mais populares.

- Eu sempre dancei e fui reconhecida por isso - ela continuou. - Mas aqui a atenção com o grupo da April é muito maior. Preciso de um tempo pra me acostumar.

- Vai ser rápido, confia. - Soltei uma risada nasal. - E como é Nova York?

- Movimentada. - Foi a vez dela rir. - Tem horas que é quase impossível você andar pelo centro sem esbarrar com alguém. Essa tranquilidade toda que vocês tem aqui? - Ela apontou para a calçada e para a rua. - Não existe lá. É uma correria sem fim.

- E você gosta, né?

- Sim. Eu já estava acostumada, sabia todas as artimanhas de como andar naquela cidade. Sinto muita falta.

Foi nítido a mudança de expressão de Mack e percebi que aquele ainda era um assunto delicado para ela.

- Eu sempre quis sair de Lake Charles - revelei. - Aqui é bem tranquilo, mas não sei. Queria ver outros lugares.

- Se você pudesse ir pra algum lugar hoje, qual seria?

- Houston, Texas.

- É uma escolha interessante. - Ela deu uma leve risada. - Posso saber o porquê?

Pensei em contar que era onde o meu amigo provavelmente estava, mas resolvi não revelar.

- Ah, é a cidade da Beyoncé - respondi e dei de ombros.

- Justo. - Mack riu outra vez e parou na frente de uma casa. - É aqui.

Entramos. Ela disse que a mãe dela estava trabalhando e que tínhamos um bom tempo sozinhas para fazermos o nosso projeto. Almoçamos, descansamos um pouco e depois fomos até o quarto dela. Era enorme, bem maior que o meu.

- Tenho cortinas blackout - Mack explicou. - Mesmo de dia, fica bem escuro.

- Que inteligente, Dallas - brinquei e ela riu. - Bom, eu tenho as tintas e a câmera. Você já pensou no que vai fazer?

- Já tenho os movimentos na minha cabeça. Acho que vai ficar interessante.

- Confio em você.

Ela sorriu e começamos a arrastar alguns móveis para termos mais espaço. Depois disso, montei um pedestal improvisado com um banquinho e livros. Mack parou na minha frente.

- Só tenho uma dúvida - ela disse e olhei para ela. - Eu vou ter que... tirar a minha roupa?

Apertei os lábios para segurar a risada e abaixei a cabeça para não deixá-la mais constrangida.

- Não, Dallas - respondi e disfarcei um sorrisinho que teimava em sair. - Assim, eu espero que você tenha roupas coladas porque o efeito vai ficar melhor.

Ela riu e colocou as mãos no rosto, mas mesmo assim deu para perceber que as suas bochechas estavam vermelhas.

- Tipo, o problema não é tirar a minha roupa pra você - Mack explicou. - É que... sei lá, vai que fica muito exposto.

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