Eight

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SERKAN
No passado

Beijar Eda foi o pior erro que eu poderia ter cometido. Eu mereci o soco que o novato me deu, mas mereci também as palavras que ele me disse. O problema é que eu sou um  covarde que não faz ideia do que deve fazer para consertar a merda que fez. 

Minha amiga agora passa por mim e sequer olha no meu rosto e eu não posso sentir raiva dela porque a culpa é minha. É por isso que eu tenho feito de tudo para me distrair, e Selin e seus amigos tem sido parte disso... Fumar e beber acabou se mostrando ótimas formas de distração. 

Mas pensar em Eda é inevitável e a cada segundo do dia me pego desejando ter ela comigo. Seu sorriso doce, suas músicas ruins, seu jeito desengonçado de atropelar as palavras quando está empolgada falando sobre um assunto... Eu sinto a falta dela e penso nos nossos beijos mais do que deveria. 

É por isso que eu vou até o quarto dela sem avisar, como eu fazia e era bem vindo, dessa vez encontro a janela aberta, mas ouço o som do chuveiro ligado, então apenas a espero no canto do quarto.

— Que susto, Serkan! — ela diz quando volta para o quarto, infelizmente usando apenas uma toalha. 

Me pego imaginando como seria ver ela totalmente nua. Eda e eu nunca tivemos problemas em ficar pelados na frente um do outro, mas eu nunca havia sentido desejo por ela, e agora é diferente ter que lidar com isso... ela é minha amiga afinal.

— Nem com susto eu consigo tirar um palavrão de você? 

Ela tenta esconder o sorriso, mas eu consigo o ver no canto da sua boca. Nós sempre brincamos sobre isso, mas nunca, nunca, eu consegui vê-la xingar de verdade. 

— O que você está fazendo aqui? — ela pergunta e eu me sento na cama, conseguindo ver uma gota de água escorrer do seu cabelo até o vale entre seus seios, se perdendo dentro da toalha.

Como seria acompanhá-la com a minha língua...

— Eu acho que preciso te pedir desculpas. 

— Se você só "acha" então deve dar o fora daqui.

— Desculpa, tá bom? Eu fui um filho da puta total com você. Eu não devia ter feito o que fiz e me arrependo. 

Ela parece pensar um pouco, mas eu sei que ela vai me desculpar. 

— Tá certo, agora se vire, preciso vestir uma roupa. 

— Por que você não simplesmente se troca no banheiro? 

— Porque eu não gosto — Eda é teimosa pra caralho. 

— E você trocaria de roupa de janela aberta? — o pensamento me deixa um pouco incomodado — E se alguém estivesse te espionando?

— Você é o único que poderia me espionar — ela explica — não há nenhuma casa do outro lado da rua, ninguém conseguiria me ver a menos que estivesse colado na minha janela como você faz.

— Você tem um ponto.

Me viro de costas para que ela troque de roupa e ouço o barulho da sua toalha sendo jogada na cama. Respiro fundo tentando não pensar sobre ela nua, mas toda minha tentativa é frustrada quando eu vejo seu reflexo no detalhe prateado do seu abajur... é apenas um vislumbre dos seus seios e isso por si só já me deixa nervoso. 

— Pode virar — ela avisa. 

E quando faço o que ela pede vejo que ela está usando a minha camisa. É uma visão ainda melhor do que antes. 

ALL IN MY HEADOnde histórias criam vida. Descubra agora