Nine

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EDA
No passado

Serkan me masturbou.
Eu sequer consigo pensar no que fizemos na noite do meu aniversário sem que eu fique com vergonha, mas foi bom... muito bom.

Desde então eu e ele voltamos a nos aproximar de novo, como amigos. Serkan parou de sair com outras garotas, mas nós não repetimos nada do que já fizemos, nem beijos... as vezes acho que ele quer me beijar porque ele perde muito tempo olhando para a minha boca, no entanto nunca pediu ou me beijou.

Não vou negar e dizer que não quero que ele me beije, porque eu quero. E muito. Talvez mais do que eu deveria.

— E então, como estão os seus planos para a universidade? — Serkan pergunta quando estamos chegando na porta da minha casa após mais um dia de aula.

— Não sei... se eu decidir ficar na universidade daqui, eu não sei se vou conseguir uma bolsa de estudos cem por cento gratuita, mas na outra universidade, que é fora do país, há mais possibilidade de ganhar tudo gratuitamente.

— Entendi — ele chuta uma pedra que está no seu caminho — Acho que você deveria focar na bolsa da universidade de fora.

— Mas e você, já decidiu para onde vai?

Ele ri.

— Com as notas que eu tenho? Nem pagando me aceitariam, não que eu tenha dinheiro para pagar alguma coisa.

— Não seja ridículo, acho que você consegue sim... suas notas não são tão ruins.

— Ah, são sim.

Não percebo que meu tio estava na frente da casa até ouvir o som dos seus passos.

— Ao menos ele admite que é sem futuro.

— Tio, por favor, não... — tento evitar essa briga.

— Deixa, Eda — Serkan diz — É que o seu tio tem muito medo de que eu não seja um fracassado igual a ele, mas não se preocupe, cara, estou ficando igualzinho a você, um inútil de merda.

— Eda, para dentro agora — meu tio grita comigo — Eu não quero mais você conversando com esse merdinha.

— Vá se foder! — é a resposta de Serkan antes de nos dar as costas e sair.

— Você não precisava falar assim com ele, não é certo...

— Eu não me importo com o que você pensa ser certo ou errado, Eda.

Eu não vejo a hora de dar o fora dessa casa.

•••

— Cinema? — pergunto ao entrar no quarto de Serkan pela janela após ele me mandar mensagem sobre ir ao cinema com ele.

— Sim, mas cinema aqui no meu quarto já que aquele cuzão não me quer saindo com você.

— Talvez eu queira desobedecê-lo...  — eu me aproximo dele, sentando na cama.

Mmm, então quer dizer que eu consegui te transformar em uma rebelde sem causa? Até palavrão eu já consegui tirar de você...

Lembrar daquela noite tem sido constante nos meus pensamentos e eu posso jurar que os olhos do Serkan escurecem quando ele menciona sobre o palavrão que eu disse para ele quando estávamos juntos na cama.

— Você nunca vai esquecer isso, né?

— Jamais, eu tenho revivido esse momento na minha mente várias vezes.

ALL IN MY HEADOnde histórias criam vida. Descubra agora