ALL IN MY HEAD

Twenty one

EDA

Estou saindo de um avião e já pensando no dia que vou voltar para a minha casa, para Serkan e nossas crianças.

— Eda! — ouço Melo me chamar no portão de desembarque.

Vou até minha amiga, a pessoa que mais me ajudou nos últimos anos, e a abraço.

— Ah, Melo, como você está?

— Estou feliz por você finalmente ter se acertado com o Serkan, sinto até que já o conheço mesmo sem nunca tê-lo visto.

Melo é adorável, tenho certeza que Serkan iria adorar conhecê-la. Talvez ela nos visite no futuro...

— Eu estou feliz... foi difícil sair de perto dele e das crianças, mesmo que por poucos dias.

— Eu adiantei algumas coisas, então com sorte você consegue voltar antes para a sua família — Melo me ajuda com a mala — Agora vamos sair, você tem muito o que me contar e algumas coisas para embalar.

Quando chego na casa que morei nos últimos anos, mando mensagem para Serkan avisando que já cheguei e que depois ligaria. Começo a organizar algumas roupas e objetos que preciso levar comigo, não é muito, mas me ajuda a conversar com Melo e colocar os assuntos em dia.

— Não, espera aí, você e Serkan ainda não... — ela faz aquele gesto com a mão, insinuando sexo.

— Não, ainda não — eu respondo, rindo da sua reação chocada.

— E o que vocês faziam durante todo esse tempo?

— Sexo não é tudo, mas os flertes dele me deixava louca — eu confesso —, mas ele queria esperar. E quando finalmente nós tivemos certeza do que queríamos eu precisei entrar em um avião.

Melo parece um pouco revoltada agora.

— Amiga me desculpe, mas do jeito que você fala desse homem, acho que eu não aguentaria não estar sob as calças dele.

Eu começo a rir e lembrar do pouco de aventura que tivemos, do aperitivo que ele me dava... do que me espera quando eu voltar.

— Safada! — ela joga um dos panos no meu rosto — Você está pensando nele agora mesmo, aposto que todo o papo de esperar não foi tão casto assim.

Me sinto corar.

— Não, não foi.

Nós duas sorrimos e continuamos a empacotar as coisas. Melo me contando algumas fofocas me distrai da saudade que eu já sinto de casa.

O dia passa e antes de dormir eu finalmente ligo para Serkan.

— Oi — eu digo quando ele atende a minha chamada de vídeo.

— Oi, amor — sua voz grave me diz que ele estava dormindo — Está tudo bem?

— Tudo estaria ótimo se eu não sentisse tanta saudade de vocês — eu confesso — As crianças já estão dormindo?

— Sim, eu cansei os dois hoje — ele ri — Me ajudaram na casa e foram dormir cedo.

— Onde você está? — pergunto, mas agora que ele está sentado eu posso ver a cabeceira da minha cama.

— No seu quarto, mas não é a mesma coisa sem você aqui.

Suspiro vendo que ele está sem camisa.

— Eu queria estar com você, nós não tivemos tempo de... aproveitar...

— Eu já estou com saudade — ele diz — Me sinto um idiota dependente, mas eu não ligo, volte logo pra mim.

— O quanto você me quer? — Eu pisco para ele, totalmente ciente de que apenas ouvir sua voz e ver seu rosto, mesmo que a distância, me excita.