Eighteen

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SERKAN

Toda noite eu venho até a casa de Eda com a desculpa de que estou fazendo os reparos na casa, mas passo a maior parte do tempo conversando com ela e nossos filhos. Ela sempre se retira em alguns momentos e prepara lanche para nós, mas hoje eu quero que seja diferente, não quero que ela se afaste um minuto que seja.

— Ei — a sigo até a cozinha quando ela sai de perto de nós achando que não está sendo notada — Não faça nada, vamos só pedir pizza hoje.

— Eu posso fazer um lanche rápido, não tem problema — ela é a mesma teimosa de sempre.

— Não, não... — pego meu celular e começo a mandar mensagem pra pizzaria mais próxima — Já estou pedindo a pizza.

— Serkan... — ela ainda tenta me repreender, mas eu continuo digitando o sabor que eu sei que é o seu favorito.

— Pronto, pedido feito!

— Você nem sabe qual eu queria — ela me desafia.

— Com certeza eu sei, pedi suas fatias de chocolate, não se preocupe — toco meu ombro no seu e esse mínimo movimento fez uma descarga elétrica tomar meu corpo.

E eu acho que ela sentiu o mesmo.

— Tem sido dias bons — ela suspira — Eu não sabia que sentia tanta saudade de estar aqui, nessa casa, mesmo com todos os problemas que eu encontrava nela.

— Você pode ficar... — eu deixo ela saber minha vontade — Às vezes essa saudade não é sobre a casa, mas sim quem você tem por perto quando precisa.

— É até errado dizer, mas eu com certeza não sinto saudade dos meus tios — ela ri.

E eu me dou ao luxo de pensar que ela está indiretamente dizendo que sentiu a minha falta.

— Eu sei — sorrio para ela, deixando que meu dedo se entrelace ao seu.

Eda olha pra mim e seu sorriso vai diminuindo na medida que seus olhos descem até a minha boca. Isso não ajuda a minha vontade louca de beijá-la, mas eu já disse a mim mesmo que só vai acontecer algo se for iniciativa dela. Não quero interpretar errado seu sinal só para depois ter o meu coração partido.

Errei muito com Eda e tenho que conviver com isso, mas se eu puder ter de volta apenas sua amizade eu já estarei feliz, mesmo que meu amor por ela nunca mude.

— Papai!
— Mamãe!

Alp e Kiraz aparecem na cozinha com seus papéis de desenho em mãos.

— Nós temos uma surpresa! — É Kiraz que diz.

— Vocês irão gostar! — Alp completa.

E os dois se olham entre eles e viram as folhas ao mesmo tempo.

No desenho do meu filho há quatro pessoas e um cachorro. Não é um desenho grandioso, mas sua intenção é clara.

— Que lindo, filho, quem são? — eu pergunto, mesmo sentindo que sei a resposta.

Olho para Eda e vejo que Kiraz também fez o mesmo desenho. Ela com certeza também já percebeu as intenções da filha.

— Somos nós, oras! — Alp ri — Meu pai é tão bobo, tá vendo, Kiraz?

— Mas nós não temos um cachorro — É Eda quem diz.

— Ainda! — os dois falam ao mesmo tempo e sorriem por isso.

— Então você quer um cachorrinho? — pergunto a Alp, ele nunca me disse que queria um — E Kiraz também?

— Não, não, não, tio — Kiraz intervém — É um só.

ALL IN MY HEADOnde histórias criam vida. Descubra agora