ALL IN MY HEAD

Thirteen

EDA
No passado

Sinto como se eu estivesse naquele momento do conto de fadas onde tudo estava perfeito, mas de repente tudo começa a desmoronar.

Recebo uma foto e um endereço por mensagem de um número desconhecido. E isso é o suficiente para que a raiva tome conta da minha mente... meu coração pede para que eu tenha calma e é por isso que eu primeiro passo na casa de Serkan só para ter certeza que ele não está em casa.

"Pensei que ele estava com você, ele não foi te buscar?" Foram as palavras de Kemal quando bati na sua porta.

Sim, ele foi me buscar, mas parece que não se deu o trabalho nem de entrar em casa antes de sair e ir para uma festa encontrar com Selin.

Porque é isso que a imagem mostra.
Serkan e Selin sentados no sofá de uma sala qualquer e a mão dela tocando o peito dele, como se ele a pertencesse.

— Ihh, a primeira dama chegou — Engin diz quando abre a porta para mim.

— Onde ele está? — são as únicas palavras que consigo pronunciar sem perder a calma.

— Você tem certeza que quer saber? — Ferit ri se aproximando de mim — Ele está em um dos quartos. Sabe como é, aproveitando melhor a noite.

— Talvez você queira se juntar a nós — Engin toca uma mecha do meu cabelo — Curtir um pouco também, acho que Serkan nunca foi homem o bastante pra você.

Sinto vontade de vomitar.
Mas engulo a bile que se forma na minha garganta e subo as escadas, procurando pelos quartos. Ignorando os sorrisos maldosos daqueles que se diziam ser amigos do meu namorado.

No entanto, não dá pra ignorar o que vejo quando abro a segunda porta do corredor.

Serkan está deitado, enquanto Selin está o montando na cama. Consigo ver seus cabelos loiros caindo por suas costas nuas, enquanto ela segura a mão dele, colocando sua palma sobre seu seio.

Minha ficha demora a cair de que tudo isso está acontecendo, mas a raiva que me domina é tão forte que parece fazer Selin sentir minha presença na porta. Ela sorri para mim, como se tivesse vencido o jogo que ela criou.

Ou talvez isso sempre tenha acontecido e eu tenha sido boba o suficiente para acreditar nas fantasias que criei com ele na minha própria cabeça.

Isso pra mim é o suficiente.

Fecho a porta e desço as escadas, ao mesmo tempo que sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto. Não consigo sequer enxergar os degraus, mas de alguma maneira eu chego ao lado de fora e consigo ligar para Deniz.

— Eu vou entrar, vou arrebentar a cara dele.

Meu amigo diz, totalmente furioso quando chega ao local.

— Não, por favor, eu só quero ir embora.

— Mas Eda...

— Deniz, não, por favor — repito, sentindo as náuseas me dominarem de novo.

— Você está bem? — ele toca a minha testa, mas não consigo responder porque coloco pra fora o pouco que comi.

— Merda, Eda, vamos — ele me ajuda a subir no carro.

O vento da estrada ajuda a aliviar um pouco a angústia do meu peito. Não consigo acreditar que Serkan fez isso comigo... Enquanto eu pensava em abandonar tudo pra ficar com ele aqui, ele estava me traindo.