Petter entra em meu quarto me chacoalhando freneticamente, ele parecia animado com algo, como se aquele dia fosse um dos mais felizes de sua vida infantil. Levanto da cama olhando para Petter que corre em direção a porta para descer as escadas, entro no banheiro para fazer minha higiene matinal e tomar meu banho demorado.
Eu não estava nenhum pouco afim de sair de casa aquele dia, eu ainda tinha algum tempo antes de voltar para o colégio. Resolvo colocar roupas velhas e descer para tomar um café da manhã reforçado.
- Bom dia! - Saúdo todos da mesa.
- Querida, você estava acompanhada ontem? - Tia Ana questiona e logo começo a suar frio.
- Não por que?
- Alguns vizinhos vieram falar que viram você acompanhada ontem.
- Deve ser o horário que Natan me trouxe. - Abro um sorriso nervoso.
Pego todo meu café e subo as escadas para voltar para o meu quarto ignorando completamente os olhares de desaprovação de meus tios por eu não me sentar à mesa.
- Não esqueça que a limpeza do porão é você e Petter que vão fazer - Ana berra.
Pego novamente no sono por mais o menos três horas, acordo assustada com o clarão do sol batendo em minha cara, um cheiro magnifico de carne temperada invade minhas narinas, provavelmente tio Martin estava fazendo seu famoso churrasco. Olho no relógio que marcava hora do almoço, e eu deveria estar limpando o porão com Petter, desço as escadas correndo e vou para garagem.
- Lia vamos logo. - Peter me puxa pelo braço.
- Já vou Petter - Me solto do garoto.
O porão estava lotado de coisas velhas e empoeiradas, tio Martin havia alugado um caminhão para facilitar a limpeza, todas as coisas ali seriam doadas para caridade, inclusive roupas e sapatos de papai e mamãe. Eu e Petter poderíamos escolher algumas coisas para nós, eu iria dar prioridade a maquina de escrever de papai e aos belos vestidos e joias de minha mãe.
- Olha o que eu achei Lia, papai adorava esse treco - Petter tinha em suas mãos um pião de corda.
- Pegue para você, assim quando você tiver seus filhos, você poderá entregar de recordação.
- Eu não vou ter um bebê eles são chorões e fedorentos - O garoto faz uma cara de nojo
-Petter você também já foi um bebê chorão e fedorento.
- Não mesmo Lia, mamãe dizia que eu tinha cheiro de flores.
- Depois de mortas Petter - Caio na gargalhada com Petter.
Conforme as caixas vão sendo empilhadas o porão vai ficando mais limpo, havia diversas prateleiras que guardavam diversos pertences de nossos pais. Olho de relance e noto que em uma das prateleiras se encontra a tal caixa de cor marrom que minha tia tanto olhava. Atravesso a pilha de caixas para pega lá e ver o que tanto minha tia escondia, mas a mesma entra de supetão na garagem. Ela trazia em suas mãos uma bandeja com sanduiches e suco, tento esconder a caixa rapidamente, mas já era tarde de mais. Ana derruba a bandeja ao ver que eu estava com a maldita caixa em mãos, ela me olha pálida e tanto eu quanto Petter notamos o nervosismo.
- Oh céus que desastrada eu sou - Tia Ana fala sem jeito enquanto eu e Petter corremos para ajudar a limpar a bagunça. - Querida a caixa que você estava nas mãos... me dê por favor. - Ana abre um sorriso nervoso.
-O que tem nela? - Entrego para ela a caixa e rapidamente ela puxa de minhas mãos.
-Nada é só uma caixa que achei vazia e resolvi colocar umas coisas pessoais. - Ela ri nervosa
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The storm
RomanceLia é uma garota de 17 anos que acaba de perder os pais em um terrível acidente de carro. Ela e seu irmão mais novo Petter passam a morar na mesma casa com a tia, que após o ocorrido se muda as pressas para Ohio. O último ano letivo se inicia e Lia...