Taylor, sem vergonha nenhuma, se junta a mim e a Petter como se tivesse sido chamado de bom grado e com palavras acolhedoras, bem diferente do que digo mentalmente ao vê-lo sentando ao lado de Petter com as pernas cruzadas e as costas eretas.
- E ai carinha - Ele bagunça o cabelo de Petter.
Meu coração para ao ver Taylor perto de Petter, relembro as palavras de Jack ameaçado descontar toda sua raiva em meu irmão caso eu não fosse atrás de Kurt pegar seja lá o que seja. Meus olhos se arregalam agressivos, mais do que eu gostaria, faço questão de demonstrar que não estou satisfeita com essa aproximação inconveniente e errada. No entanto, Taylor não dá para trás, age como se nenhum clima tenso estivesse nos envolvendo e continua interagindo com meu irmão.
-O que eu já disse sobre você falar com estranhos? - Levanto e puxo Petter para que ele fique atrás de mim.
-Ah, mas não seja por isso. - Taylor come a maçã por inteira, limpa a mão úmida pelo pouco líquido derramado da fruta em sua jaqueta preta e estende a mão para Petter. - Muito prazer, meu nome é Taylor, e agora que você já sabe, eu não sou mais um estranho. Não é mesmo Lia?.
Petter, vendo certo sentido no que Taylor propõe, sela a troca de informações com um aperto de mãos. Antes que eu fale algo para mandar Taylor para bem longe, ele, ao olhar bem para Petter, percebe um roxo em seu braço, em seguida consegue ver o ralado no cotovelo.
-Qual é a sua? Jack mandou você como cãozinho de guarda dele? - Ele solta um riso abafado, molha os lábios com a língua e me olha.
-Caralho! Você é bem mais idiota do que eu pensei. - Ele ri
-Não me importo com o que você pensa, se encostar no meu irmão de novo eu... - Taylor da a volta em mim e olha para Petter preocupado.
-Ih, garotão, o que foi isso? Anda caindo muito por aí?
-Não é da sua conta. - Interfiro, mas nenhum dos dois dá ouvidos para mim, eu era literalmente invisível.
-Espera aí, tem uma coisa no carro que pode ajudar.
Taylor caminha até uma camionete vermelho, espero até que ele tome distância e me abaixo para falar com Petter.
-Olha fica aqui e não sai por nada.
Sem mais demora, corro até a camionete e vejo Taylor remexendo no bagageiro, e antes mesmo que ele se vire para voltar até Petter me coloco em sua frente e o encaro furiosa.
-Qual foi a parte que você não entendeu que quero que fique longe? - Grito em protesto atraindo alguns olhares.
-Eu só vim pegar um kit de primeiros socorros que tenho no carro. Só isso.
-Ele não precisa obrigada por sua falsa caridade, agora saia - Respondo ríspida. Taylor suspira cansado.
- Infelizmente eu não pedi sua opinião. - Ele desvia de mim e segue de volta ao parque.
Ao mesmo tempo que estou receosa, também não quero remeter Petter ao pânico. Quando Taylor se aproximou de nós, tive medo de que Petter o reconhecesse daquela fatídica tarde a qual nossas vidas se entrelaçaram, mas não, não reconheceu. Antes que Taylor alcance o garotinho que nos espera sentado sobre o pano vermelho e branco, ando depressa e chego primeiro.
-Aqui, acho que isso vai te ajudar. - Com cautela e paciência Taylor ergue o braço de Petter, o suficiente para que o cotovelo fique reto e visível para receber limpeza com um algodão embebedado de soro fisiológico. Em seguida, a ferida é seca e enfaixada com um bandeide duplo que cobre toda a área machucada.
-Viu, só? Pronto! Novinho em folha. - Taylor abre um sorriso e volta a bagunçar o cabelo do garoto.
Petter analisa os cuidados recebidos e sorri para Taylor, e isso me causa um irritamento tão grande quanto o mundo, mas só observo, pois, enquanto Taylor bancava o paramédico, discretamente disquei o número da polícia no celular, se ele tentar qualquer coisa contra nós, aperto o botão e rapidamente tudo isso acaba.
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The storm
RomanceLia é uma garota de 17 anos que acaba de perder os pais em um terrível acidente de carro. Ela e seu irmão mais novo Petter passam a morar na mesma casa com a tia, que após o ocorrido se muda as pressas para Ohio. O último ano letivo se inicia e Lia...