leaving home

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- Alguém em casa? - Grito jogando minha mochila no sofá e indo direto para meu quarto, mas não obtenho respostas.

Corro para um banho rápido e pego as roupas mais confortáveis que vejo em meu guarda roupa e visto. Pego meu celular e disco o número de Natan, mas ele não me atende. Pego minhas coisas e decido ir entregar aqueles currículos sozinha mesmo.

Peço um táxi e vou em direção ao centro de Ohio torcendo encontrar algo compatível com a minha falta de experiência. Passo a tarde toda caminhando na expectativa de achar algo, mas todos os lugares ao qual consegui um bate papo não estavam abertos a contratar uma estudante de 17 anos.

Olho o visor do meu telefone e já se passava das cinco horas, meu estômago roncava de fome e eu só queria ir pra casa. Noto três ligações perdidas de Natan, provavelmente ele estava chateado, disco novamente o número do garoto que não demora a atender.

—Ei Lia, me perdoa. Fiquei preso no colégio. — Ele tinha uma voz cansada, como se tivesse corrido uma maratona.

—De boa, não era sua obrigação.

—O que acha de sairmos hoje? Pra descontrair.

—Natan desculpa, mas eu prefiro ficar em casa.

—Tudo bem, você que manda. Bom até.

—Até — Desligo sem mais delongas.

Chamo novamente um táxi com o destino casa, coloco meus fones para remoer o dia de merda que eu tive.

O táxi encosta em frente a garagem de casa, vejo o carro de tio Martin estacionado, o que significa  que eu não teria paz.

Sem falar com ninguém, subo as escadas indo em direção ao meu quarto, tiro toda roupa e entro no chuveiro tomando meu banho demorado para relaxar. Desço as escadas e noto que Martin ainda estava ali, abro a geladeira pegando algo para comer, ele mantém os olhos fixos em mim observando cada movimento sem falar uma palavra.

-Lia, senti sua falta - Petter corre em minha direção pulando em meus braços.

- Oi pirralho, por onde andou?

- Fui passear com a tia Ana, ela me buscou na escola. - Petter parecia animado.

- Legal

Tia Ana estava com uma expressão cansada movendo as costas de trás pra frente como se estivesse se contorcendo de dor, ela parecia estar malhando mais que o necessário para impressionar tio Martin. As visitas de tio Martin eram sempre muito boas e repletas de novidades, ele sempre participava de tudo, porém as mesmas visitas sempre vinham carregadas de exaustão, o que deixava todos ali dentro muito irritados.

- Vá para o banho Petter, vamos sair em 20 minutos - Ana beija o topo da cabeça de Petter. - Lia hoje todos nós iremos jantar fora. - Tia Ana toma um gole de água.

- Dispenso o convite, estou de castigo. - Minha cara carrancuda faz Ana bufar de raiva.

- Lia vai ser divertido, pela primeira vez estaremos em família. - Tio Martin rouba uma fatia de pão de meu prato.

- Eu dispenso mesmo tio, agradeço o convite mas...Fiquei de pesquisar umas vagas de emprego. - Martin me olha orgulhoso.

- Você não vai trabalhar até a maior idade Lia - Tia Ana me olha seria, arqueando uma de suas finas sobrancelhas.

-Qual o problema Ana? Vai ser ótimo para ela - Tio Martin espalma as mãos indignado.

- Os estudos Martin, esse é o problema - Ana suspira cansada.

O dia tinha sido cheio, eu havia tomado meu longo banho para relaxar e agora eu iniciaria uma cansativa briga com minha tia sobre meu primeiro trabalho, e eu não estava nenhum pouco a fim de discussões e assim como o ocorrido mais cedo com Megan eu iria colocar Ana em seu devido lugar, mesmo que isso me custasse um longo castigo.

The stormOnde histórias criam vida. Descubra agora