Acordo no meio da noite assustada ouvindo batidas no vidro da sacada de meu quarto, olho de relance com muito medo, eu não poderia acreditar que Taylor havia invadido minha casa da forma como ele havia invadido. Caía naquela noite uma grande chuva, levanto da cama com raiva, minha cabeça fica zonza e preciso me apoiar na mesinha de cabeceira, tento me recompor para tentar abrir a janela.
— O que você está fazendo aqui? - Bufo de raiva vendo ele molhado da chuva.
— Você não atendeu, fiquei preocupado — Ele deixa duas sacolas na escrivaninha.
— Agora você decidiu virar meu guarda costas? — Deito com cuidado na cama.
— Acho que te devo isso — O garoto tira duas cervejas de uma das sacolas.
— Não Taylor, você não me deve nada,só quero você longe — Uma voz passa em minha mente me chamando de hipócrita.
— Quer mesmo? Então por que me ligou? — Taylor encosta na escrivaninha dando um gole na cerveja.
—Sim, liguei pra te pedir o livro do trabalho, mas pelo visto você esteve bem ocupado né — Arqueio a sobrancelha.
O garoto me olha e cai na risada, deixa alguns vidros de cerveja em cima da escrivaninha e caminha em minha direção. Ele entrelaça uma de suas mãos em meu cabelo e com a outra acaria meus lábios com o polegar.
Travo com a reação de Taylor, e toda minha postura de garota imbatível se desfaz em questão de segundo.
Os olhos de Taylor se encontram com os meus e logo ele diz;
— Que isso? Está com ciúmes Freeman? — Diz Taylor colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Você é ridículo! — Esbravejo. — Já te disse, você não é tudo isso — Reviro os olhos e tomo distância.
— Não sou? — O garoto tira a camiseta e puxa seu cinto.
—Não — Afirmo em provocação
Taylor me encurrala perto do guarda roupa, tento espernear para que ele me solte, mas ele era mais forte do que eu.
— Agora me fala a verdade — Ele segura meus punhos acima da cabeça.— Está caidinha por mim né Freeman? — Ele morde um lábio.
— Não tem nenhuma verdade, só fui parte de uma aposta. — Ele me solta e toma distância. Recupera sua cerveja e volta a encostar na escrivaninha.
A verdade é que nem eu sabia o que sentia por Taylor, não era algo comum. Ao mesmo tempo que eu queria Taylor perto, também queria ele longe.
—Bom que seja, não vou mais tomar seu tempo. — Ele caminha até a janela para ir embora.
— Ótimo, eu já sei o que sou pra você. — Me levanto e vou até a sacada.
— O que você é pra mim Freeman? — Taylor se apoia na sacada.
—Uma simples idiota que tapa suas vontades pervertidas. A imbecil que você usa e depois joga fora. — Digo alterando meu tom de voz.
Taylor me analisa com uma expressão serena, suspira cansado e diz:
— Pense o que quiser. — Ele se vira para pular a sacada.
— Então essa são suas palavras finais?
— Não importa o que eu diga Lia, você nunca ouve. E... essas sim são as minhas palavras finais. — Ele dá as costas para pular a sacada, mas impeço agarrando o garoto pelo colarinho.
Taylor se vira assustado com a minha reação, puxo o garoto pela gola de sua camiseta e o beijo. O gosto mentolado de Taylor faz com que eu continue querendo mais, ele me puxa pela cintura para que eu fique mais perto e o calor de nossos corpos nos aquecesse da chuva. O garoto pressiona seu corpo no meu, o que intensifica nosso beijo, empurro Taylor que me olha confuso.
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The storm
RomanceLia é uma garota de 17 anos que acaba de perder os pais em um terrível acidente de carro. Ela e seu irmão mais novo Petter passam a morar na mesma casa com a tia, que após o ocorrido se muda as pressas para Ohio. O último ano letivo se inicia e Lia...