The insistence of Megan

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Para meu azar, ainda estávamos apenas no início da aula de Abigail, ou seja, me mantive durante uma hora como uma estátua que fora petrificada com a cara mais tensa possível, quem pudesse enxergar como me sinto por dentro, poderia me confundir facilmente com a obra "O grito", de Edvard Munch. Tenho vontade de gritar bem alto e sair correndo dali.

O fim da aula é anunciado com a campainha ecoando seu som estridente me obrigando minha mente voltar para a realidade.

— Espero que tenha sido uma aula proveitosa. Aguardo vocês, até a próxima. — Diz Abigail, sempre em seu tom baixo, calmo e vagaroso, jogando palavras ao vento, uma vez que os alunos saem desesperados como se estivessem anos em cativeiro.

Junto todas as minhas coisas e jogo dentro da mochila, eu queria sair dali o mais rápido possível, pois todos os alunos já haviam se retirado e os únicos restantes era eu Jack e Taylor, o que não era nenhum pouco coincidência. Tento sair mas Taylor atrapalha completamente minha passagem, ele parece intrigado com algo no livro de literatura.

Susan, ao invés de me ajudar, sai tão animada conversando com uma de suas colegas de leitura que nem percebe que não estou atrás dela

Bufo de raiva ao ver que Jack se aproxima, provavelmente não era para que eu lhe desejasse as boas vindas, afinal ele não era bem vindo ali. Penso em pedir licença a Taylor com o mínimo de educação que meus pais me deram, mas a mistura de medo e raiva faz com que eu esqueça completamente a decência.

— Será que você poderia sair pra eu passar? — Meu sangue ferve ao ver que o garoto não da ouvidos. — Você é surdo? A aula já acabou. — Cutuco o garoto que  fecha o livro e me olha com deboche.

—Já notei, mas eu não me importo nenhum pouco. — Responde, arfando descontente pelo nariz, dessa vez olhando para mim com um sorriso fechado e forçado — Eu ainda não terminei minha leitura, se quiser sair vai ter que passar por cima. — Ele me olha em tom de deboche e torna a abrir o livro.

Jogo minha mochila com raiva do outro lado da carteira, subo na cadeira e depois na mesa, eu literalmente iria passar por cima, não de Taylor, embora quisesse muito. Ao pular para o outro lado noto que ele se levanta e vem em minha direção junto com Jack, aquilo faz com que meu sangue ferva ainda mais, afinal de contas o que aconteceu na tarde anterior já havia passado.

Pego minha mochila pronta para sair da sala, cruzo o corredor o mais rápido que posso, mas tanto Jack quanto Taylor estavam bem na minha cola. Tento me misturar no meio dos alunos que ali estavam, mas antes mesmo que eu consiga ir até o refeitório Jack me encurrala em um lugar um tanto isolado.

— Olha Taylor se não é a vadia de ontem. — A voz de Jack sai tão sarcástica que meu estômago embrulha na mesma hora, e a única reação que tenho é tentar não demonstrar medo.

Devolvo um sorriso fechado, odiando ver Taylor parado seguindo os passos de Jack com um cachorrinho, o que não faz nenhum sentido.

— Sim! O que você quer?— Evito qualquer contato visual e tento sair pelas laterais, mas Jack intervém.

— Nossa ela é brava. É dessas que eu gosto. — Ele paira o olhar sobre meu pequeno decote. - Vamos ao que interessa amor. Por ser uma vadia intrometida você me fez perder algo muito importante ontem.

—Eu já disse que não foi minha intenção fazer você ...

—Ei, ei, ei... Shii! — Jack acaricia meu rosto. — Eu não estou chateado com você, mas eu quero o que é meu. E adivinha? — Jack cola sua boca no lóbulo de minha orelha fazendo com que todo meu corpo se arrepie. — Você vai me devolver.

— Você é doente, eu não te devo nada, o seu assunto é com Kurt. — Falo com firmeza, mas Jack me encurrala pressionando seu corpo no meu.

— Se você não tivesse bancado a heroína não estava no lugar dele.. — Jack grita enquanto eu permaneço em silêncio com minha expressão de medo. — Você vai me devolver, e rápido.

The stormOnde histórias criam vida. Descubra agora