Um novo amanhecer

O segundo álbum

Como vocês já devem saber, eu estou com algumas dores na barriga (farei exames pra ver se pode ser gastrite), então não pude terminar os capítulos dos livros que publico no fim desta semana. Assim, hoje sai "Um Novo Amanhecer" e tentarei publicar "(in) Justos" e "O Lenço Vermelho" com calma no final de semana.

Bem, neste capítulo, uma personagem que protagonizou um livro da SLU reaparece...

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- Depois a gente conversa... Você quer se despedir primeiro ou eu me despeço?... Eu sei que você precisa trabalhar e eu tô de folga... Tudo bem, amor... A gente se vê depois...Beijo, tchau!

- Quem é você e o que você fez com o Leonardo que eu conheço?

- Na verdade esse é o Léo ideal, Henrique!

- Eu acho que tomei sol demais!

O advogado e um dos executivos da CDM/Calete disfarçou o quanto pôde a surpresa ao perceber a forma como Leonardo Cavalcante de Menezes se comportava ao celular naquela tarde. O professor aproveitou o dia de folga para fazer uma visita a sua velha amiga Rosa, outrora Rosa Williams e agora Rosa Dreyfus, a vocalista de uma das bandas mais consagradas do momento, os Day Riders.

A jovem estava em seu momento de descanso entre turnês e um momento de puro relaxamento e tempo para ela mesma, já que o marido Christian levara as filhas Martine e Virgínia para um passeio de lancha pelo litoral norte.

Virgínia nunca tinha pisado em uma embarcação do tipo, e Christian queria fazer todas as vontades da pequena, cuja guarda provisória já estava com a família.

- Como é que Virgínia tá lidando com tudo isso? Eu aposto que ela deve estar impressionada daquele jeitinho fofo e não querendo falar nada... – comentou a amiga Cíntia, deitada em uma boia rosa na piscina e aproveitando o sol, de óculos escuros, enquanto tomava uma piña colada. – Com a Espoleta puxando a coitada pra todo canto!

- Nós estamos levando tudo com bastante tranquilidade – explicou a cantora, protegendo-se do sol com um chapéu de palha com aba longa. - e nós frequentamos um terapeuta para acompanhar esse novo processo. No começo, a gente temia que Martinha fosse ficar um pouco amuada, porque agora ela tinha uma irmã, e ia dividir a atenção, mas ela está talvez mais encantada do que nós! É "Gigi" pra lá, "Gigi" pra cá, já fez chamada de vídeo com Stephen lá na Inglaterra pra mostrar a irmã... Mas eu não quero falar de mim, eu estou aqui para ouvir as palavras de Leonardo! O que é que está acontecendo? Eu estou louca para conhecer Tainá!

- Se você deseja uma testemunha, eu vi essa moça rapidamente e foi uma excelente escolha de Léo. - comentou Henrique, enquanto tomava um suco de laranja gelado. - Ela é bastante simpática, me pareceu inteligente, e muito bonita. E pelo que eu entendi vocês dois têm o mesmo jeito, as mesmas prioridades.

- Sim! – o riso do professor era incontido, aberto, franco, tomava o rosto. – Eu nunca pensei que ia me entender tão bem com uma pessoa! É como se nós fossemos moldados para nos conhecermos e ficarmos juntos. Coisa do destino mesmo.

Para Léo, estar ali conversando com Rosa a respeito dos seus próprios sentimentos era algo novo e reconfortante, já que durante vários anos ele teve uma paixão platônica pela cantora, quando eles trabalhavam juntos no Colégio Global. No entanto, tanto a terapia quanto os erros que cometer escondendo sua verdadeira identidade da jovem, fizeram Leonardo perceber que ele só entregaria de fato o seu coração, sem concessões, quando encontrasse a mulher por quem seu coração bateria mais forte o suficiente para que ele tivesse vontade de abrir a si mesmo, em todas as suas imperfeições, para ela.

Quando ele entendeu isso, concluiu que Rosa nunca foi a mulher da sua vida. Eles eram bons amigos, tinham as mesmas ideias, pensavam parecido. Mas Rosa era um vulcão prestes a entrar em erupção, uma personalidade titânica que funcionava bem com Christian, um homem de personalidade igualmente forte. Léo caminhava um pouco mais lento, via ao mundo com um olhar diferente, um olhar de calma, de maré vazante.