CAPÍTULO 52

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Peter on

- Bom dia!-Apareço na cozinha.

- Bom dia.-May despeja o café na xícara.-Jonas ainda está dormindo, fala baixo.

- Ele me paga.-Bebo o café olhando o bêbado no sofá.-Acorda!-Tiro seu lençol usando teia.

- Para!-Ele reclama virando para o outro lado.

- Peter!-Ela briga.-Vai sujar a casa de teia.-Cruza os braços.

- Desculpa.-Levanto as mãos. Deixo a xícara no balcão e começo a limpar a sala.

- Adam me convidou para almoçar...

- Legal.-Volto a cozinha.-Ele é um cara legal.-Ela sorri.

- Ele é...-Suspira.

- E esses olhinhos brilhando?-Implico.

- O que?-Tenta esconder o sorriso.

- Eu vi...-Me aproximo dela.-Está apaixonadinha...-Faço cócegas.

- Peter... Para... Para...-Diz entre risos.

- Onde tem remédio de enxaqueca?-O zumbi aparece.

- Bom dia querido.-May vai até ele.-Eu fiz um café especial para você.-Bagunça seu cabelo.

- Obrigado, meu anjo.-Beija sua testa.

- Ih... Preciso ter uma conversa com o Adam.-Alfineto tomando meu café.

- Quem?-Ele pergunta confuso.

- O namorado dela.-Explico.

- Como é?-A encara.-Por que ninguém me contou?

- Você estava ocupado... Dormindo.-Pontuo.-Bom, vou deixar que coloquem o papo em dia. Preciso trabalhar. Alguém aqui precisa né?

- Peter, para sua informação meu tio é o meu chefe.-Jonas retruca.

- Foi mal, herdeiro.-Penduro a mochila nas costas.-Tchau!

- Bom trabalho.-May grita.

- Pode falando dona May.

É a última coisa que escuto antes de passar pela porta. Coloco os fones no ouvido, pego o metrô.

O vagão para em uma freada brusca, as pessoas se desequilibram chegando a cairem. Me apoio no bastão.

- Senhora...-Ajudo.-Tudo bem?

- Sim... Obrigada.

Ajudo as pessoas caídas a se levantarem. Olho ao redor, está tudo escuro lá fora. Estamos submersos.

- Onde está homem-aranha?-Alguém pergunta no outro vagão. Seu sotaque russo me dá calafrio.

- Aleksey?

Ando em direção a voz. Não é o careca, pelo contrário. Encontro um homem alto, cabelos cumpridos, forte.

- Olá amigo.-Seu sorriso é ameaçador.

Antes mesmo de processar suas palavras, em um único golpe ele me arremessa para fora.

- Eu esperei tanto por isso!-Ele caminha na minha direção.

- Nós nos conhecemos?-Levanto.-Não me diga que veio vingar o careca.

- Volta aqui!-Grita. Coloco a máscara no rosto.-Não precisa se esconder de mim!

- Estou bem aqui!-Chamo na plataforma. Tiro a roupa social, me exponho apenas de uniforme. Virou hábito sair de casa usando o traje por baixo.

Ele sorri ao me ver. De repente, arranca o corrimão da escada e o arremessa.

- Isso é vandalismo!-Lanço teias em seu rosto, pés e o puxo para o chão. Ele nem se move.-Você é de ferro?

- Você é de boracha?-Me pega de ponta cabeça. Ao me jogar contra parede, ele dá socos no meu estômago.

- Ei!

- Você? O que quer garotinha?

- Sua cabeça!

Não sei como, ele foi lançado longe. Me levanto do chão sentindo os golpes. O homem está desmaiado no chão, a parede atrás dele está quebrada.

- Você está legal?-A mulher pergunta.

Seu cabelo é branco, preso em rabo de cavalo. Sua roupa é preta, de couro, sua máscara cobre a área dos olhos.

- Aham...-Respondo ainda impressionado.

- Melhor ir embora.-Aponta o meu braço apoiando o outro.

- Eu aguento.-Minto.

- Escolha sua.

Em um piscar de olhos ela está levantando o homem do chão segurando apenas seu pescoço.

- Quem é você?

- Angra.

Ela sai voando com o homem na mão. Como se ele tivesse o mesmo peso de uma pena. Observo pelo buraco aberto no teto sua silhueta sumindo.

- Homem-aranha!-As pessoas gritam no vagão.-Nos tira daqui.

Corro até elas, arrebento a porta imperrada liberando caminho para eles saírem. Depois explico tudo o que aconteceu aos bombeiros e policiais.

Volto para casa ainda atônito. Nunca ouvi falar em uma heroína com esse nome, quem é ela?

- Tudo bem?-May me recebe na sala.

- Tudo.-Sorrio cansado.

- Vai tomar banho.

- Tá bom.-Assinto.

Depois de me trocar, faço curativo no corte do braço. Enfaixo com atadura.

- Ah... Oi Adam.-Digo surpreso pela sua presença na sala.

- Oi Peter.-Olha meu curativo.-O que houve?

- Caí do skate.-Minto.

Meu celular vibra no bolso da calça. Leio a mensagem de Jane, marcamos de nos encontrar em dez minutos.

- Toma cuidado.-Adam pede.

- Pode deixar.-Visto o casaco.-Tchau.

Olho da cozinha o casal na sala. Adam sentado no sofá com minha tia apoiada em seu peito. Ambos assistem televisão rindo. Sorrio deixando os dois a sós.

- Oi.-Abraço minha amiga.-Qual a emergência?

- Consegui a bolsa!-Diz entusiasmada.

- Mentira?-Arregalo os olhos.

- Vou para a Itália amanhã!-Explica animada.

- Parabéns!-A abraço de novo.

- Precisamos comemorar.-Diz.-Marquei de encontrar meus amigos no Brooklyn.

- Então vamos.-Encolho os ombros.

PETER PARKER: O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA? [REPOST]Onde histórias criam vida. Descubra agora