CAPÍTULO 3

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Peter on

Chego em casa, encontro tia May na cozinha preparando o jantar. Lhe dou um beijo na testa. Jogo minha mochila no chão e sento no balcão da cozinha.

-O que foi isso na sua mão?

Tinha esquecido desse curativo!

-Nada! Não precisa se preocupar.

-Sei.-Me fita por segundos.-Como está sendo o estágio?-Mexe a panela.

-Sinceramente? Sem graça.-Bebo água.-Tenho que fazer uma entrevista idiota.-Bufo.

-Deveria ficar feliz pela oportunidade, vai aprender coisas novas.

-Tanto faz.-Sacudo os ombros.-Ainda tem a minha parceira.-Reclamo.

-Isso ainda vai render...-Murmura.

-Posso aumentar o rádio?-Ignoro seu sussurro.

-Estão falando do assalto.

"A polícia suspeita do envolvimento de Aleksei Sytsevich mas conhecido no mundo do crime como Rino!"

-Rino?-Me pergunto confuso.

-O que foi?

-Nada!-Respondo de imediato.

-Quer que separo seu jantar?

-Não precisa, boa noite!-Corro para o meu quarto.

Como Aleksei ainda está solto?

Pego meu uniforme, coloco na mochila, tranco a porta e saio pela janela. Vou até o local do assalto, noto algumas marcas de arranhões, são muitos riscos ao longo do caminho.

Acompanho os arranhões no chão até parar em frente a um túnel, olho ao redor, sem movimento. Me visto com dificuldade por causa do curativo. Não preciso mais disso.

Deixo minha mochila escondida e entro no túnel. Aparentemente não tem nada, uma fresta de luz chama minha atenção.

Ora...ora...ora!

Um escritório no final do túnel.

Vasculho as pastas com documentos sobre a mesa. Alguns deles têm carimbo da Oscorp. Essa história fica cada vez melhor.

-O chefe mandou evacuar.-Ouço vozes se aproximando.

Vou para o teto na intenção de me esconder, ando cautelosamente, passo sobre suas cabeças. Está muito escuro nessa parte do túnel não consigo ver nada que me ajude a intensificá-los.

Pego minha mochila para voltar para casa. Entro sem fazer barulho pela janela, troco de roupa, me deito, ligo a televisão e não se fala outra coisa além da busca por Rino.

Que fome!

Cruzo a sala rumo a cozinha. Me deparo com a tia May deitada no sofá com a televisão ligada.

-Meu Deus!-Me recupero do susto.

Ela está dormindo no sofá, é melhor não acordá-la. Deposito um beijo em seu rosto antes de voltar a busca por comida.

Micaela on

Quando chego em casa vejo a bolsa da minha mãe na mesinha do lado da porta. A encontro na sala mexendo no notebook. Quando ela nota minha presença acena com a cabeça.

-Oi meu amor.-Diz sem tirar os olhos da tela.

-Mãe.-Suspiro.

-Como você está?

-Bem.-Sorrio fraco.-Quando meu pai volta?-Me sento no sofá.

-Em alguns dias.-Continua concentrada na tela.

-Sério?-Pergunto entusiasmada.

-Sério!-Ri fechando o notebook.-Que tal irmos jantar fora?

-Algo especial?-Franzo a testa.-Perdi alguma data?

-Não, eu só quero passar uma noite sem cozinhar.-Dramatiza.

-Okay...

Tomo meu banho, me visto sem exagero. Diferente da minha mãe, parece que vamos em lugares diferentes.

-Por que está toda produzida?

-Para, nem estou tão arrumada assim.-Ri.-Você e suas calças jeans.- Revira os olhos.-Onde estão seus vestidos?

-Vamos!-Ignoro sua crítica.

Não conheço esse caminho, observo a paisagem pela janela do carro. Um borrão azul e vermelho me chama atenção.

Seria ele?

Esquece...

-Chegamos!

-Finalmente.-Olho ao redor, há carros bem chiques na rua.

Agora sei porquê minha mãe está tão arrumada.

-Boa noite!-A recepcionista sorri.

-Boa noite, reserva em nome de Lilian Price.

-Por aqui.-Nos guia para a mesa de dois lugares.-Bom Jantar.

-Obrigada!-Minha mãe agradece.

Analiso o cardápio de cima a baixo e sinceramente não reconheço nada.

-Não falou nada desde que chegamos.-Observa.

-Estou impressionada com o lugar, tão luxuoso.-Volto a ler o cardápio.

-Eu trabalho, ganho para isso.-Corta o assunto.

-Boa noite!-O garçom se aproxima.- Escolheram?

-Sim, o meu prato é a deliciosa sopa de cebola.-Ele anota o pedido da ninha mãe.-Micaela você pode escolher o que você quiser.

-Entendi.-Engulo seco sem ter a menor ideia do que pedir. Noto algo familiar.-Ratatouille.

-Com licença.-O garçom se retira.

-Tudo bem?-Ela pergunta.

-Tudo, só não estou acostumada com tanta luxúria.

-Quis fugir da mesmice, na próxima vez te ofereço um podrão.

-Adoraria.-Debocho.

-Onde você vai?-Diz quando levanto.

-No banheiro, posso?

-Micaela, por favor!-Me repreende.

Pelo caminho posso observar melhor as pessoas que frequentam esse lugar, ricos. Roupas caras e veículos luxuosos.

Me sinto desconfortável pelo jeito que todos me olham e cochicham. No banheiro lavo meu rosto, arrumo meu cabelo com um coque e saio.

Acabo sendo esbarrada por um cara.

-Desculpa!?-Questiono.

-Desculpa! Espera, você é a estagiária.-Segura meu braço para me equilibrar.

-Oi Brian.-Solto seu braço do meu.

-Que bom te encontrar aqui, longe do trabalho.-Sorri.-Está acompanhada?

-Sim.-Comprimo os lábios.-Preciso ir.

-Nos esbarramos por aí.-Forço um sorriso.

Volto para a mesa, assim que chego minha mãe desliga o telefone.

-Estava falando com quem?

-Trabalho.-Guarda o celular.-Parece ótimo.-Elogia o prato.

Quero ir para bem longe desses olhares. Minha mãe por uma fração de segundos sinaliza para alguém atrás de mim.

-Tudo bem?-Pergunto.

-Sim.-Sorri.

Estranho.

PETER PARKER: O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA? [REPOST]Onde histórias criam vida. Descubra agora