Peter on
Chego em casa, encontro tia May na cozinha preparando o jantar. Lhe dou um beijo na testa. Jogo minha mochila no chão e sento no balcão da cozinha.
-O que foi isso na sua mão?
Tinha esquecido desse curativo!
-Nada! Não precisa se preocupar.
-Sei.-Me fita por segundos.-Como está sendo o estágio?-Mexe a panela.
-Sinceramente? Sem graça.-Bebo água.-Tenho que fazer uma entrevista idiota.-Bufo.
-Deveria ficar feliz pela oportunidade, vai aprender coisas novas.
-Tanto faz.-Sacudo os ombros.-Ainda tem a minha parceira.-Reclamo.
-Isso ainda vai render...-Murmura.
-Posso aumentar o rádio?-Ignoro seu sussurro.
-Estão falando do assalto.
"A polícia suspeita do envolvimento de Aleksei Sytsevich mas conhecido no mundo do crime como Rino!"
-Rino?-Me pergunto confuso.
-O que foi?
-Nada!-Respondo de imediato.
-Quer que separo seu jantar?
-Não precisa, boa noite!-Corro para o meu quarto.
Como Aleksei ainda está solto?
Pego meu uniforme, coloco na mochila, tranco a porta e saio pela janela. Vou até o local do assalto, noto algumas marcas de arranhões, são muitos riscos ao longo do caminho.
Acompanho os arranhões no chão até parar em frente a um túnel, olho ao redor, sem movimento. Me visto com dificuldade por causa do curativo. Não preciso mais disso.
Deixo minha mochila escondida e entro no túnel. Aparentemente não tem nada, uma fresta de luz chama minha atenção.
Ora...ora...ora!
Um escritório no final do túnel.
Vasculho as pastas com documentos sobre a mesa. Alguns deles têm carimbo da Oscorp. Essa história fica cada vez melhor.
-O chefe mandou evacuar.-Ouço vozes se aproximando.
Vou para o teto na intenção de me esconder, ando cautelosamente, passo sobre suas cabeças. Está muito escuro nessa parte do túnel não consigo ver nada que me ajude a intensificá-los.
Pego minha mochila para voltar para casa. Entro sem fazer barulho pela janela, troco de roupa, me deito, ligo a televisão e não se fala outra coisa além da busca por Rino.
Que fome!
Cruzo a sala rumo a cozinha. Me deparo com a tia May deitada no sofá com a televisão ligada.
-Meu Deus!-Me recupero do susto.
Ela está dormindo no sofá, é melhor não acordá-la. Deposito um beijo em seu rosto antes de voltar a busca por comida.
↔
Micaela on
Quando chego em casa vejo a bolsa da minha mãe na mesinha do lado da porta. A encontro na sala mexendo no notebook. Quando ela nota minha presença acena com a cabeça.
-Oi meu amor.-Diz sem tirar os olhos da tela.
-Mãe.-Suspiro.
-Como você está?
-Bem.-Sorrio fraco.-Quando meu pai volta?-Me sento no sofá.
-Em alguns dias.-Continua concentrada na tela.
-Sério?-Pergunto entusiasmada.
-Sério!-Ri fechando o notebook.-Que tal irmos jantar fora?
-Algo especial?-Franzo a testa.-Perdi alguma data?
-Não, eu só quero passar uma noite sem cozinhar.-Dramatiza.
-Okay...
Tomo meu banho, me visto sem exagero. Diferente da minha mãe, parece que vamos em lugares diferentes.
-Por que está toda produzida?
-Para, nem estou tão arrumada assim.-Ri.-Você e suas calças jeans.- Revira os olhos.-Onde estão seus vestidos?
-Vamos!-Ignoro sua crítica.
Não conheço esse caminho, observo a paisagem pela janela do carro. Um borrão azul e vermelho me chama atenção.
Seria ele?
Esquece...
-Chegamos!
-Finalmente.-Olho ao redor, há carros bem chiques na rua.
Agora sei porquê minha mãe está tão arrumada.
-Boa noite!-A recepcionista sorri.
-Boa noite, reserva em nome de Lilian Price.
-Por aqui.-Nos guia para a mesa de dois lugares.-Bom Jantar.
-Obrigada!-Minha mãe agradece.
Analiso o cardápio de cima a baixo e sinceramente não reconheço nada.
-Não falou nada desde que chegamos.-Observa.
-Estou impressionada com o lugar, tão luxuoso.-Volto a ler o cardápio.
-Eu trabalho, ganho para isso.-Corta o assunto.
-Boa noite!-O garçom se aproxima.- Escolheram?
-Sim, o meu prato é a deliciosa sopa de cebola.-Ele anota o pedido da ninha mãe.-Micaela você pode escolher o que você quiser.
-Entendi.-Engulo seco sem ter a menor ideia do que pedir. Noto algo familiar.-Ratatouille.
-Com licença.-O garçom se retira.
-Tudo bem?-Ela pergunta.
-Tudo, só não estou acostumada com tanta luxúria.
-Quis fugir da mesmice, na próxima vez te ofereço um podrão.
-Adoraria.-Debocho.
-Onde você vai?-Diz quando levanto.
-No banheiro, posso?
-Micaela, por favor!-Me repreende.
Pelo caminho posso observar melhor as pessoas que frequentam esse lugar, ricos. Roupas caras e veículos luxuosos.
Me sinto desconfortável pelo jeito que todos me olham e cochicham. No banheiro lavo meu rosto, arrumo meu cabelo com um coque e saio.
Acabo sendo esbarrada por um cara.
-Desculpa!?-Questiono.
-Desculpa! Espera, você é a estagiária.-Segura meu braço para me equilibrar.
-Oi Brian.-Solto seu braço do meu.
-Que bom te encontrar aqui, longe do trabalho.-Sorri.-Está acompanhada?
-Sim.-Comprimo os lábios.-Preciso ir.
-Nos esbarramos por aí.-Forço um sorriso.
Volto para a mesa, assim que chego minha mãe desliga o telefone.
-Estava falando com quem?
-Trabalho.-Guarda o celular.-Parece ótimo.-Elogia o prato.
Quero ir para bem longe desses olhares. Minha mãe por uma fração de segundos sinaliza para alguém atrás de mim.
-Tudo bem?-Pergunto.
-Sim.-Sorri.
Estranho.
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PETER PARKER: O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA? [REPOST]
FanfictionUm ano após o ataque de Electro a Nova Iorque, Harry Osborn ser preso e a precoce morte de Gwen Stacy, Peter Parker busca recomeçar. O que pode não ser tão simples, nem fácil quando o passado insiste em permanecer no presente. O futuro o reserva d...