CAPÍTULO 44

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Micaela on

-Creio que Happy tenha passado todas as informações para você.-Tony diz enquanto andamos pelo corredor.

-Sim...

Depois da minha chegada, ontem, fui conduzida ao meu quarto. Sei apenas o necessário, que estou no sul do país, em uma espécie de base.

Pela madrugada me acomodei no meu novo lar, desfiz a mala, recebi meu jantar no quarto, assim como todas as outras refeições.

Hoje farei exames, por enquanto só tenho ficado no quarto sem perguntar muito. Por questão de segurança não posso ter contato com outras pessoas.

-Micaela essa é a doutora Palmer.-Tony nos apresenta.-Volto mais tarde.

Ele nos deixa a sós, me dirijo a maca, onde me sento de frente para a Palmer.

-Olá Micaela, vamos começar os exames?-Sorri.

Depois de algumas espetadas, sou liberada para voltar ao quarto e aguardar.

Desde que cheguei aqui é só o que eu tenho feito, aguardar.

Trouxeram meu almoço mas não tenho apetite, até agora nenhuma expectativa minha foi alcançada.

-Com licença.-Happy abre a porta.- Pode me acompanhar?

Assinto. O sigo. Entramos no laboratório.

-Chegou!-Tony gira na cadeira.-Como vai Maria?

-Maria?-Franzo a testa.-Mica, me chama assim.-Sorrio.

-Tudo bem.-Ele vai até um monitor.-Vou resumir o que são esses desenhos, estranhos...-Faz careta.-Essas são as células do seu sangue.-Aponta.-E essas...-Muda de monitor.-São as alterações causadas pelo extremis.

-De acordo com o gráfico, cerca de noventa porcento do seu corpo é composto pelo extremis.-Palmer explica.-Entretanto ele não é maligno como pensávamos.

-Pelo contrário, essa substância serviu como uma... Cura.-Encolhe os ombros.-Esses dez porcento que faltam, nós não sabemos o porquê dele ainda não ter se manifestado.

-Por isso, precisamos tomar todo cuidado possível com você, não sabemos se são esses dez porcento que serviriam de gatilho para uma possível sobrecarga no seu corpo.

-Eu não estou entendendo... Quer dizer que não tem cura?-Indago.

-Cura?-Tony questiona.-Por que alguém iria se livrar disso? Deveria agradecer porque foi o que te manteve viva.

-Do que está falando?-Pergunto. Ele olha para a doutora que diz:

-Você devia ter morrido no dia que injetaram isso no seu corpo, mas por algum motivo, o extremis serviu de defesa para o seu corpo.

-Tipo uma doença genética que ainda estava em processo de expansão.-Ela assente.-Essa coisa me livrou de ter o mesmo fim que meu irmão?-Eles concordam.

-A não ser que você queira virar um monstro verde, não vamos tirar.

-A conclusão que tiramos disso é que no seu sistema imunológico o extremis serviu de cura, mas no caso de outras pessoas ele não foi tão legal.-Ela faz uma careta.-Bom, sobre os outros exames, tudo certo, você está saudável, recomendo se alimentar um pouco melhor por conta do colesterol que está pouco acima da média e se hidratar.

-Certo.-Sorrio.-Uma coisa, tem alguma chance de isso ir além de mim?-Eles se entre olham.-Pode parecer loucura mas... Uma vez consegui lançar contra uma pessoa.-Eles me olham curiosos.

-Saiu com alguma forma?-Tony coloca a mão no queixo intrigado.

-Uma bola de fogo.-Ele arregala os olhos.-E eu preciso controlar minhas emoções para que ele não tome controle sobre minha mente e eu acabe machucando alguém.

-Normal que você se sinta ameaçada a qualquer deslize.-Palmer alerta.

-Justamente, vamos ajudar você a se controlar e... Quero saber mais sobre a bola de fogo.-Rimos.

Happy me leva de volta ao quarto e percebo que o caminho não é o mesmo.

-Seu quarto novo.-Apresenta.-Qualquer coisa é só ligar.-Mostra o interfone.

Diferente do outro, esse é maior, dando uma sensação de conforto.

As paredes pintadas de azul claro, a cama tem lençóis e travesseiros brancos, uma escrivaninha, uma cômoda, um sofá no canto e no outro lado uma poltrona, fora muitas almofadas azuis, roxas e lilás.

Minha mala está ao lado da cômoda, guardo minhas roupas nela. Procuro meu celular na mala e me sinto aliviada quando o encontro.

Várias chamadas da Marina perdida, claro que retorno.

-Finalmente!-Ela diz aliviada.

-Desculpa a demora, estou bastante ocupada aqui.-Me deito na cama.

-Faz dois dias mas temos saudades.

-Eu também.-Ela ri.-O que foi?

-Lukas disse que está com saudades.- Ouço sua risada no fundo.

-Falso.-Brinco.-Avise a todos que estou bem, depois mando mensagem.

-Tá bom, quero fotos do lugar!

-Sim... Claro.-Gaguejo. Ela desliga.

Largo o celular pela cama e penso um pouco olhando para o teto do quarto.

Que loucura!

Penso quando lembro do meu dia. Eu conheci Tony Stark, ainda não acredito nisso.

Acordo no outro dia com uma dor de cabeça horrível. Ainda não me acostumei com o fuso horário.

Tomo banho, visto a camisa branca de algodão, gola alta e manga cumprida, junto a jeans preta e calço o coturno que ganhei.

-Bom dia!-Palmer me cumprimenta quando entro no laboratório.-Tudo bem?

-Sim.-Sorrio.-Obrigada por me chamar, não aguentava mais olhar para as paredes.

-Se sente sozinha?-Assinto.-Eu me sentia assim no começo.-Sorri.-Mas encontrei como me ocupar.-Aponta para os diversos tubos de ensaio na mesa.

-Sabe o que vai acontecer comigo?-Ela me olha confusa.-Daqui para frente, quando eu estiver curada e...-Ela me interrompe.

-Curada?-Ela ri.-Quer mesmo se livrar do seu poder?-Ela senta ao meu lado.

-Poder?-Franzo a testa.

-Micaela seu corpo se regenera, você mesma disse que lança bolas de fogo, acha mesmo que foi um castigo?-Não respondo.-Eu não acho.

-Achei!-Tony grita na porta.-Estava te procurando.

-Oi.-Sorrio fraco.

-Estavamos conversando sobre o poder dela.-Palmer levanta.

-Dupla identidade, pais agentes, irmão sociopata e cobaia de um experimento involuntário?-Ele recita.-Magnifico!

-Como... Esquece...-Cruzo os braços.

-Podemos te ajudar a desenvolver, a canalizar seu poder.-Palmer começa.- Você não será mais refém das suas emoções, será você no comando.

-Escuta ela.-Tony apoia.

-Tá legal!-Levanto.-Eu aceito.

Acreditando na hipótese de ter poderes, quero descobrir do que sou capaz e para isso só existe uma maneira:

-Quero que me treine.-Confirmo. Tony sorri.

-Que os jogos comecem.-Responde.

PETER PARKER: O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA? [REPOST]Onde histórias criam vida. Descubra agora