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Haviam se passado dois dias desde o ocorrido na cozinha, desde então eu e Alycia não conversávamos nada além do necessário e Octávia estava dormindo em casa todos esses dias. Eu queria evitar Alycia ao máximo, não era certo isso com meu pai e eu não me perdoaria se isso acontecesse de novo, mas Octávia dizia todos os dias que eu deveria conversar com Alycia para entender o que aconteceu naquele dia, pois ela ainda achava muito estranho.

                     

Porém, eu preferia evitar de todas as formas essa conversa, porque eu tinha medo do rumo que ela poderia tomar, mas eu sabia que uma hora ou outra teríamos que conversar, meu pai logo chegaria e seria perceptível que o clima entre nós estava diferente.

                     

Octávia estava indo embora hoje, ela voltaria no dia seguinte, talvez, porque a mãe dela precisava dela lá, parece que alguns parentes dela iriam chegar.

                     

Descemos as escadas abraçadas e rindo de uma besteira que Octávia havia acabado de falar, Alycia estava deitada no sofá assistindo alguma série ou filme que eu não me dei ao trabalho de descobrir qual era.

                     

— Juízo, hein, senhorita Taylor. — Ela beijou minha bochecha — Tchau, Alycia!

                     

— Tchau, Octávia! — Alycia disse sorrindo e nos olhando, mas logo voltou a atenção para a televisão.

                     

— Se cuida — Eu disse e Octávia saiu. Fechei a porta e quase corri em direção a escada, mas mais uma vez, Alycia Jauregui me fez parar.

                     

— Eliza, precisamos conversar.

                     

Virei-me para ela e minha voz saiu desanimada.

                     

— Precisamos?

                     

— Sim, Eliza. Nós precisamos. — Ela disse extremamente séria, sentando no sofá.

                     

Respirei fundo contando até dez e fui até o sofá, sentando-me de frente para ela, que estava com as pernas tipo indiozinho.

                     

— O que você quer falar? — Eu disse assim que sentei.

                     

— O que nós fizemos, Eliza?

                     

— Traímos meu pai. Quase transamos. Eu te chupei, você me chupou. — Eu disse, suspirando.

                     

— Por que fizemos isso?

                     

— Porque você pediu. Você pediu para que eu te beijasse.

                     

Ela arregalou os olhos. Não era exatamente essa a pergunta dela e nem exatamente a resposta que ela queria ouvir, mas não deixava de ser verdade.

ᗩᒪYᘔᗩ ✓ MY DEAR STEPMOTHEROnde histórias criam vida. Descubra agora