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Perdi minha mãe quando eu tinha 5 anos não foi nada fácil, eu era muito apegada a ela e a perda repentina dela me machucou demais — obviamente. Mas, eu sabia que o estrago era bem maior para o meu pai, que estava com ela desde seus 15 anos e simplesmente perdeu o amor da sua vida sem fazer nada.

Minha mãe morreu em um acidente de carro. Um cara completamente embriagado e sem amor a vida acabou perdendo o controle do carro — se é que ele tinha controle de algo naquela situação — e a vítima fatal foi minha mãe.
Me lembro de ter visto meu pai chorando escondido diversas vezes, pois ele não se permitia chorar em minha frente. Uma vez, eu acabei ouvindo uma conversa que ele tinha com um amigo dele, ele dizia que tinha medo de não conseguir ser um bom pai. Ele sempre foi muito focado no trabalho, e o isso sempre consumiu maior parte do seu tempo, por isso eu era bem apegada a minha mãe, mas depois que ela morreu, ele se desligou um pouco da empresa para cuidar de mim. Desde então, eu era completamente grudada a meu pai.

Apesar de ser a garotinha do papai, eu sempre fui muito moleca, adorava assistir jogos e ao invés de suspirar por meninos, nós conversávamos sobre meninas, pois além de eu ser lésbica, eu também era intersexual. Só que nunca sofri bullying por isso, até porque, nunca aceitei. Os garotos da escola até tinham inveja de mim porque as meninas sentiam certa curiosidade sobre a minha condição.

Voltando ao assunto, o tempo foi passando e meu pai não se permitiu se envolver com mais ninguém, mas apenas porque não queria, já que da minha parte ele sempre teve todo o apoio possível. Eu dizia a ele "Papai, você é jovem, arranje uma namorada! Com certeza mamãe também apoiaria sua felicidade". Ele sempre se negou a isso, dizia que jamais encontraria alguém tão maravilhosa quanto minha mãe, e apesar de eu concordar com essa parte, eu sabia que mesmo assim ele podia ser feliz, existe tantas pessoas tão maravilhosas por aí.
Meus últimos treze anos foram assim, apenas eu e ele naquela casa gigantesca, e se eu não dissesse que eu gostava disso, eu estaria mentindo. Eu tinha toda a liberdade do mundo com o meu pai e eu amava isso, mas no fundo eu sabia que ele sentia falta de ter alguém, apesar dele nunca admitir.

Então, para a minha surpresa, há quase um ano atrás, ele começou a ficar um pouco estranho. Inventando desculpas para poder viajar com reuniões da empresa, pelo menos era o que ele dizia, mas eu não acreditava. Não mesmo.
Eu tentava de todas as formas tirar alguma coisa dele, alguma pista de que ele estava seguindo os meus conselhos e conhecendo alguém, mas Alex era pior do que eu para se esquivar dessas coisas. Não era à toa que eu era sua filha.

Então, há uma semana atrás, ele admitiu — finalmente — que estava namorando realmente, ele me disse que seu nome era Alycia Debnam-Carey e ela tinha 22 anos. Ok, quando eu pensava que teria uma madrasta, eu não imaginava que ela teria quase a minha idade, mas eu estava muito feliz por ele, e esperava que ela fosse realmente uma boa pessoa. Até porque, seria uma puta sacanagem meu pai realmente arranjar alguém e a mulher ser uma megera, não é?

Hoje eu finalmente a conheceria, ela veio de Nova York e agora moraria com a gente, em breve eles ficariam noivos — Outra coisa que eu não esperava que iria acontecer tão cedo.

Escutei meu pai me chamando do andar baixo e eu já sabia o assunto, Alycia , minha querida nova madrasta estava ali.
Levantei-me da cama e desci até o andar de baixo ajeitando meu boné, antes que eu pudesse terminar de descer as escadas avistei-a de costas para mim.
Uau, não era assim que eu a imaginava.

— Eliza! — Meu pai disse sorridente ao me ver. Eu não via ele assim a anos. Seu sorriso era bobo e largo, seus olhos brilhavam e sua voz tinha um tom de empolgação que me alegrava totalmente. Essa garota era realmente especial. Alycia se virou sorridente para mim e...
Puta. Que. Pariu.

Alycia era linda, seus olhos eram verdes e hipnotizantes, seus cabelos pretos eram compridos e lindos. Seu sorriso era de tirar o ar e, porra, eu realmente não esperava que ela fosse assim. Alycia também era um pouco menor do que eu, pude perceber isso quando me aproximei dela para cumprimenta-la e, uau! Que perfume gostoso!

— Prazer, Alycia. Eu sou a Eliza Taylor! Bem, você já deve saber isso, mas enfim. — Rimos.

— O prazer é todo meu Eliza — Ela me abraçou, parecia estar tão empolgada quanto meu pai.

— Alycia não é linda, filha? — Meu pai abraçou Alycia por trás e eu sorri com a cena. É, ele realmente estava bobo por ela.

— Sim, papai. É linda. — Sorri. Ela parecia bastante envergonhada, suas bochechas estavam vermelhinhas.

— Para, amor. Você sabe que eu não gosto disso. — Ela disse, tímida.

— Vou deixar os pombinhos em paz — Eu disse, rindo — Tenho alguns trabalhos para fazer agora. Mais tarde desço para nos conhecermos mais, Alycia — Sorri e ela assentiu sorrindo — Beijos, papa. — Ele mandou um beijo e eu voltei para o meu quarto.

Eu estava realmente feliz por eles e sentia que eu me daria bem com Alycia, ela não parecia ser nenhuma megera. Eu sentia que iriamos ter uma ótima amizade. Eu realmente esperava que sim.                                

ᗩᒪYᘔᗩ ✓ MY DEAR STEPMOTHEROnde histórias criam vida. Descubra agora