A rebelde do deserto

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SINOPSE:
O destino do deserto está nas mãos de Amani Al'Hiza ― uma garota feita de fogo e pólvora, com o dedo sempre no gatilho. O deserto de Miraji é governado por mortais, mas criaturas míticas rondam as áreas mais selvagens e remotas, e há boatos de que, em algum lugar, os djinnis ainda praticam magia. De toda maneira, para os humanos o deserto é um lugar impiedoso, principalmente se você é pobre, órfão ou mulher. Amani Al'Hiza é as três coisas. Apesar de ser uma atiradora talentosa, dona de uma mira perfeita, ela não consegue escapar da Vila da Poeira, uma cidadezinha isolada que lhe oferece como futuro um casamento forçado e a vida submissa que virá depois dele. Para Amani, ir embora dali é mais do que um desejo ― é uma necessidade. Mas ela nunca imaginou que fugiria galopando num cavalo mágico com o exército do sultão na sua cola, nem que um forasteiro misterioso seria responsável por lhe revelar o deserto que ela achava que conhecia e uma força que ela nem imaginava possuir.

O QUE EU ACHEI?
É inovador e revolucionário? Não. Mas durante aquela meia hora...
Esse livro foi escrito em 2016, e acho muito importante contextualizar isso, porque explica algumas coisas que aconteceram aqui.
Comecemos pelo que eu mais gostei: a diferença cultural que existe desse livro para outras fantasias que já li. Aqui, tudo se passa num deserto, e isso é extremamente interessante. O cenário, as pessoas, os locais, os nomes, tudo bastante diferente do que estou acostumada a ler. Acredito que isso seja um diferencial muito positivo que foi apresentado nesse primeiro livro da trilogia.
Quanto a história, não posso falar que nunca li algo parecido. Uma rebelião, intrigas políticas, familiares querendo se matar, uma garota que não sabia que tem poderes... é realmente tudo muito batido, mas acredito que o ano de escrita possa justificar tudo isso. Essas são questões que eu relevei na hora de escrever essa resenha. Porém, tiveram outras que não pude deixar passar, como a forma que a história é contada. É tudo muito confuso. Parece que Alwyn Hamilton quer colocar diversos acontecimentos no livro, mas não cria profundidade em nenhum deles, contando-os um por cima do outro. A autora também utilizou de reviravoltas como uma receita a ser seguida, então cada coisa que a personagem principal fosse fazer, eu já sabia que não daria certo, porque era sempre assim que a história estava seguindo.
Falando sobre a personagem principal, Amani me irrita profundamente. Chata, burra, impulsiva, infantil... eu sinceramente não aguentaria ficar perto dela sem partir para a agressão.
Amani e Jin criam uma conexão logo de cara, se sentindo atraídos um pelo outro. Não é o tipo de romance que me apetece, então sou bem suspeita para falar, mas querer fugir e proteger alguém que você conhece fazem apenas dois dias não me parece muito inteligente. É uma vibe bem princesas antigas da Disney.
A história só foi me prender e me fazer ter vontade de não largar o livro de ⅔ pro final, o que é muito frustrante, de verdade. Dei 2,5 ⭐, mais pelo final do que por qualquer outra coisa, e espero que os próximos dois livros já comecem bem, para que eu não tenha que me arrastar no início da leitura como fiz nesse.

É IGUAL AO FILME?
Ainda não há uma produção audiovisual, por mais que Willow Smith tenha adquirido os direitos em parceria com sua produtora, MSFTS Production, e também com a Cartel Entertainment, em 2017. Até então, não se sabe mais nenhuma notícia sobre o filme.

QUANTO TEMPO EU LEVEI PARA LER?
Onze dias. Não foi uma leitura que me prendeu logo de cara, por isso eu ficava enrolando para ler.

RECOMENDO?
Não acho que seja um livro que você precise ler, mas também não é de todo ruim. Acho que vai de gosto.

AS FRASES QUE EU MAIS GOSTEI:

"Diziam que só pessoas mal-intencionadas andavam pela cidade de Tiroteio depois do anoitecer. Eu não tinha más intenções. Nem boas."- página 7.

"Haviam homens demais com ideias velhas e armas novas para alguém abrir a boca contra o governante."- página 23.

"Mas se conhecimento era poder, o desconhecido era a grande fraqueza dos seres imortais."- página 61.

"— Ele costumava dizer que a cidade era para ladrões, prostitutas e políticos (...)"- página 111.

"O custo de uma vida dizia tudo o que era preciso saber sobre um lugar, especialmente na cidade do comércio, onde tudo era tratado como produto. Ali, a vida humana era o item mais barato."- página 115.

"São os homens mortais que dão trabalho hoje em dia."- página 121.

"Quando todo mundo parece ter tanta certeza, é difícil acreditar que alguém esteja certo."- página 123.

"— Sabe, não acreditava em destino até conhecer você. Aí eu comecei a achar que a coincidência jamais teria um senso de humor tão cruel."- página 140.

"Ele não merecia ser deixado para trás por uma garota do deserto querendo salvar a própria pele."- página 165.

"É por isso que eu não queria envolver você nesta revolução, Amani. Não queria ver o fim da Bandida de Olhos Azuis por causa de um príncipe sem reino."- página 224.

"— Você é este país, Amani — ele disse, mais baixo agora. — Mais viva do que qualquer coisa deveria ser neste lugar. Toda feita de fogo e pólvora, com um dedo sempre no gatilho."- página 225.

"Família e laços de sangue não são a mesma coisa."- página 259.

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