SINOPSE:
Seis autoras extraordinárias. Seis histórias de amor entrelaçadas. Uma noite que tinha tudo para ser um desastre ― mas acaba sendo brilhante.
Uma onda de calor causa um apagão em Nova York. Multidões se formam nas ruas, o metrô para de funcionar e o trânsito fica congestionado. Conforme o sol se põe e a escuridão toma conta da cidade, seis jovens casais veem outro tipo de eletricidade surgir no ar…
Um primeiro encontro ao acaso. Amigos de longa data. Ex-namorados ressentidos. Duas garotas feitas uma para a outra. Dois garotos escondidos sob máscaras. Um namoro repleto de dúvidas.
Quando as luzes se apagam, os sentimentos se acendem. Relacionamentos se transformam, o amor desperta e novas possibilidades surgem ― até que a noite atinge seu ápice numa festa a céu aberto no Brooklyn.
Neste romance envolvente e apaixonante, composto de seis histórias interligadas, as aclamadas autoras Dhonielle Clayton, Tiffany D. Jackson, Nic Stone, Angie Thomas, Ashley Woodfolk e Nicola Yoon celebram o amor entre adolescentes negros e nos dão esperança mesmo quando já não há mais luz.O QUE EU ACHEI?
Incrível!
Juro por tudo que eu nem queria ler esse livro. Nem estava na minha lista de desejados, e eu só comprei porque achei no sebo a 10 reais (ainda novo, nem tinham destacado o marca páginas). E, sério, foi uma das melhores compras que fiz.
Começa que a premissa é incrível. Seis histórias de amor (de todos os tipos de amor) que são contadas sob uma Nova York totalmente apagada. Um prato cheio para fanfiqueires de plantão (como eu).
Uma das coisas que eu mais achei legal (e engraçadas) é que todas as histórias se interligam de alguma forma. Fulano conhece Beltrano, que é irmão de Sicrano, e por aí vai. Literalmente tive que fazer um mapa mental para não me perder em quem tinha ligação com quem. Entretanto, confesso que isso foi muito divertido, porque assim eu prestava mais atenção em cada novo detalhe adicionado.
Sobre os contos, comentarei cada um deles de forma individual e em ordem de aparição.
A longa caminhada: ex-namorados ressentidos. Esse é um conto, diferente dos demais, que é dividido em 5 atos, ou seja, ele vai se desenvolvendo em 5 capítulos curtos ao longo de todo o livro, enquanto os outros se iniciam e encerram em um longo e único capítulo. Por conta disso, esperava bem mais de tudo o que foi apresentado. A começar pela história. Por mais que eu saiba que esse é um aspecto mais particular, não curto muito um enredo amoroso entre ex-namorados (se fosse bom, não era ex). Isso realmente se mostrou verdadeiro, porque o relacionamento deles estava bem longe de ser saudável. O que me leva ao segundo ponto a ser comentado: personagens. Eu gostaria muito de dizer que amei a protagonista, mas infelizmente esse não é o caso. Tammi, nossa personagem principal e pessoa pelo qual temos o ponto de vista da história, é chata, infantil e imatura. Com certeza, ela era a pessoa abusiva da relação. Claro que Kareem, o par romântico dela, não era um santo e fez algumas coisas erradas no passado dos dois, mas nada comparado a falta de confiança e necessidade de controle dela. Resumindo, não acho que eles fizessem bem um para o outro. Como eu disse, eram ex por um motivo. E eu preciso falar rapidamente sobre a escrita da autora, que deixou bastante a desejar. Era tudo bem superficial e com pouquíssima descrição de ações/locais. Como conto que acompanhamos durante todo o livro e que, de certa forma, dá a deixa para os próximos contos começarem, eu esperava que ele fosse muito mais instigante e delicioso de acompanhar do que de fato foi.
Sem máscara: dois garotos escondidos sob máscaras. Eu simplesmente amei esse conto e achei uma pena que tenha terminado tão rápido. A tensão, o flerte, o autodescobrimento, o cuidado e carinho que um teve com o outro... tudo isso foi simplesmente maravilhoso de ler. Foi muito interessante a forma que o conto foi narrado, porque mesmo nas primeiras páginas, onde as coisas são apenas contadas e não mostradas, não ficou chato de acompanhar. Os dois personagens são muito legais, e esse é o típico romance aquiliano (romance entre dois homens, não sendo necessariamente dois gays) que deixa o coração quentinho no final. Eu super leria um livro que fosse a continuação desse conto específico.
Feitas para se encaixar: duas garotas feitas uma para a outra. O que dizer sobre um conto tão bem escrito, formulado e construído como esse? O que dizer além de que ele é maravilhoso? O romancezinho com uma pitada de mistério era tudo o que eu não sabia que precisava, até ler essa história, e por mais que eu já tivesse desvendado a parte do mistério logo quando ele foi inserido, ainda sim foi bem divertido de acompanhar. E o casal sáfico (romance entre duas mulheres, não necessariamente duas lésbicas) Nella e Joss, mesmo sendo um instalove (amor à primeira vista), conseguiu me conquistar a cada página (além de ter me chamado de encalhada em 35 línguas diferentes). Fofo, fofo e fofo!
Todas as grandes histórias de amor... e pó: amigos de longa data. Esse é um dos clichês que mais amo. Contudo, acho que foi um pouco esticado demais. Não me entendam mal, eu gostei e muito do conto. Toda estética da invasão, da competição, da amizade verdadeira deles, do nervoso que dá antes de contar a alguma pessoa que gosta dela, tudo isso me pegou logo de início. Porém, à medida que eu avançava na leitura, senti que a autora não tinha conteúdo o suficiente para escrever o conto, e acabou esticando demais a ideia que teve. Quanto a escrita, eu achei padrão, mas no final ela foi bem corrida, e eu acabei não gostando muito de como encerrou. Também acho válido falar que, por conta dos pensamentos da protagonista apaixonada, todo o conto é beeeeem meloso. Para quem gosta de histórias assim, esse conto é certeiro.
Sem dormir até o Brooklyn: um namoro repleto de dúvidas. Eu gostei muito dessa história, porque ela foi tudo o que eu não esperava. Além de ser muito bem escrito, o conto foi carregado de uma tensão em que eu realmente ficava ansiando pela próxima página, sem ter a menor ideia de como se encerraria. O final foi super válido e achei muito inteligente terem colocado um enredo com essa temática no livro. Foi tudo muito gostoso de acompanhar.
Seymour & Grace: um primeiro encontro ao acaso. Na minha opinião, esse foi um pouco sem sal. Sabe quando você faz um trabalho em grupo e tem uma pessoa que só tá lá pra segurar o cartaz? Pra mim, esse foi o papel desse conto no livro todo. Não que tenha sido uma história chata, mas também não foi cativante (em todos os sentidos, tanto narrativa, quanto personagens e escrita). Acho que, como era o último conto, poderiam ter tido um pouco mais de cuidado com ele, já que encerraria a história.
A resenha ficou enorme, mas sinto que falei tudo o que queria. Dei 4 ⭐ pro livro e favoritei no skoob. Talvez se eu tivesse visto a festa, de fato (que todo mundo ficou falando no livro, mas não foi mostrada), a nota tivesse sido maior, mas foi uma boa nota mesmo assim. Gostei demais da experiência.SOBRE A ADAPTAÇÃO:
Reza a lenda que o livro será adaptado para filme e/ou série da Netflix pelos Obamas, mas ainda não se sabe muito sobre isso.QUANTO TEMPO EU LEVEI PARA LER?
Como estou em final de período, levei seis dias para ler, mas pode tranquilamente ser lido em dois.RECOMENDO?
Óbvio??
O livro tem muita representatividade, além de um humor incrível e de deixar o gostinho de quero mais.AS FRASES QUE EU MAIS GOSTEI:
"Alguma hora vou ter que parar de ficar guardando tudo só pra mim."- página 32.
"Eu percebi que me sentia atraído por pessoas no segundo ano. Você não acreditaria como uma galera reage quando percebe que não pode te rotular."- páginas 47 e 48.
"— O negócio é o seguinte — disse Tremaine —, se eu não posso me amar e me aceitar como sou, por que esperaria que outra pessoa fizesse isso?"- página 49.
"Quando as pessoas parecem boas demais para serem verdade, em geral não são verdade mesmo (...)"- páginas 73.
"A diferença pode ser o fim"- página 90.
"Mas acho que, não importa quão diferente você seja de alguém, se quiser fazer funcionar e as duas pessoas estiverem dispostas a tentar, geralmente dá pra encontrar um jeito."- página 92
"— É mais fácil acreditar nas coisas ruins do que nas boas."- página 93.
"— É estranho pensar que estamos tão acostumados a ver tudo."- página 99.
"— Lágrimas nunca são bobagem."- página 102.
"Ou seja, olha pra você. Todo o seu... ser é uma obra de arte."- página 106.
"Amor é amor, meninas. Melhor aprenderem isso desde já."- página 111.
"As pessoas se distanciam, mudam. E não dá pra lutar contra a mudança. Querer impedir alguém de mudar é uma luta contra si mesmo. Só dá para aceitar e amar a pessoa nas condições da. E se não conseguir, precisa deixá-la ir, pro seu próprio bem."- página 129.
"Mas até histórias de amor podem brilhar quando as luzes se apagam."- página 133.
"Mas acho que encontrar o amor é tão raro quanto encontrar flocos de neve iguais."- página 133.
"Tristán viva pela conversa fiada."- página 138.
"(...) escritores precisam desbloquear seus sentimentos para dizer a verdade nas páginas."- página 141.
"Me pergunto como é ter esse tipo real de amor. A mão de outra pessoa entrelaçada na sua. A boca de outra pessoa colada na sua. Outra pessoa que quer estar enrolada em você."- página 145.
"Eu só amo o amor e sou homem suficiente para dizer isso "- página 153.
"Garotos negros de pele escura tendem a ficar majestosos ao luar."- página 182.
"A ansiedade faz os mais frustrantes jogos mentais."- página 192.
"Lógica é coisa da cabeça, e o coração tem raciocínio próprio."- página 196.
"A expectativa pode virar tortura se a gente deixar."- página 204.
"(...) ninguém espera que eu me enfie em situações ruins porque sempre faço as escolhas certas."- página 210.
"Seu coração nunca te engana, mas pode ser difícil ouvi-lo. Você precisa dar espaço para que ele fale. Isso é um tipo de amor também."- página 211.
"Não temos nada em comum com nosso antigo eu. Então por que dizemos que somos a mesma pessoa?"- página 229.
"Amo pensar sobre as grandes perguntas da vida."- página 249.
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O que dizer sobre?
RandomJá sentiu aquela sensação de quando você termina de ler um livro e quer falar sobre ele com alguém, mas ninguém que você conhece leu o mesmo livro? Pois é, foi essa a sensação que eu tive quando a ideia desse livro veio. Aqui vou dar a minha opinião...