Marco dispensou a conversa por hora, saiu com Maraisa me deixando sozinha no andar, com pensamentos confusos. Deixei a empresa minutos depois, dirigindo pelas ruas movimentadas, meu coração não me permitia me acalmar nem por um segundo e minha mente menos ainda, maquinando mil e um pensamentos. Minha mãe foi minha melhor opção para o momento.
A porta abre antes mesmo que eu saia do quarto, me passa pela cabeça que Murilo pode estar aqui, já que a casa também é dele. Sigo rumo à sala, em silêncio, com a sensação de que se abrir a boca, nenhuma palavra saíra ou saíra miseravelmente falha.
— Marilia, o que foi aquilo? Eu não consegui entender nada, o que aquela menina tem? Eu falava com ela e não recebia resposta alguma. — Minha mãe pergunta se sentando ao meu lado no sofá.
— Eu cometi um erro tão grande, logo eu... — Tento e as lágrimas veem.
Jogo-me em seus braços sem forças. Nunca me senti dessa forma, tão mal a ponto de ter vergonha de me encarar ou a qualquer um que seja.
— Eu fico fora alguns dias e você se perde? Começa do começo. Quem é ela? Eu me lembro do rosto. — Diz passando os dedos em meus cabelos, busco ar e repasso todos os momentos que tivemos.
— É Maraisa, filha de Almira. — Digo com um sorriso escapando-me ao lembrar-me de quando a vi pela primeira vez.
— Claro! Já havia visto ela, Eva me fala muito dela.
( N/A: Eva é uma pessoa aleatória então podem imaginar de qualquer jeito kkakkaka )— Ela é linda, não é? E sua voz alterna, ora baixa, ora alta. E é muito organizada! Se a senhora ver o almoxarifado, vai querer que luiza não passe nem perto dele! E é curiosa, seus olhos varrem tudo em todo lugar. — O sorriso faz-se presente o tempo todo enquanto falo. — Ela é uma excelente pintora também mãe! Em sua casa tem uma sala cheia de telas que pintou, tem uma minha... e nós fomos ao planetário ver a chuva de meteoros, foi um dos melhores dias de minha vida. — O gosto salgado das lágrimas adentra minha boca, aperto minhas mãos buscando controle. ( N/A: Apaixonadinha, você me deixou apaixonadinha 🎶 )
— Você...Não pode ser, Marilia! — Minha mãe toca em meu rosto, fazendo-me olhá-la. — Maraisa é uma criança! Você não está confundindo o seu encantamento com algo a mais? — Pergunta séria, fico frustrada, esperava que ela entendesse ao menos 5% de tudo.
— Não é só um encantamento. — Fecho os olhos encarando meus próprios sentimentos. — Não é nem próximo do que eu sinto por Murilo ou o que senti por qualquer pessoa nessa vida. É grande e me assusta... agora mais ainda, como vou chegar nela? — Meu medo fica estampado nessa última questão.
— Como você vai chegar em seu marido, Marilia? Vocês eram ótimos juntos, eu não entendo e uma mulher, menina...Eu não entendo. — Ela se levanta do sofá, indo até a janela. — Se você fosse uma adolescente ainda, cheia de dúvidas como era antes, eu não te repreenderia, mas hoje sendo a adulta que se tornou, sensata e correta, como pôde se deixar levar?
— Mãe você não está entendendo! Não é me deixar levar... — Sento-me olhando para o aquário lembrando de Maraisa se divertindo com os peixinhos. — Eu estava ciente o tempo inteiro, tentei não pensar, fiz perguntas às quais já sabia as respostas, fugi de Murilo todos os dias porque sabia, desde o início que ela havia entrado em meu mundo sem pedir licença e não sairia. — Seco as lágrimas, busco organizar as coisas dentro de mim. Lembro-me da conversa com Marco. — Devo me sentir culpada por me apaixonar?
— Quando se é casada, sim, você deve. E repito, Maraisa é uma criança! Você vai passar a vida inteira satisfazendo as curiosidades dela? E as suas vontades? Anseios? Onde ficam? Logo você que sempre quis tanto! — Sua voz acusa-me, uma mãe autoritária que nunca foi. Uma pessoa fechada, porém, ainda assim não me faz em nenhum momento duvidar ou arrepender-me de meus sentimentos.
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You Captivated Me || Malila
Fanfiction[ ADAPTAÇÃO ] "Eu sempre gostei da história do pequeno príncipe, de como o amor é explicado em cada detalhe. Quando era pequena meu pai me dizia para eu encontrar meu lugar na história e eu finalmente encontrei. Ao conhecer Maraisa, eu descobri ser...