Capítulo 18

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Você já esteve em paz? Mesmo com o mundo estando em caos? No momento em que abraço Maraisa sinto paz, uma que, por um breve tempo antes, pensei jamais recuperar.

Não sei dimensionar em palavras o quanto ela significa, quanto mais falo sobre mais tenho a falar.

— Você e Murilo estão juntos? — Maraisa se afasta, olhando ao redor do quarto. Tem um longo trabalho para arrumar tudo isso.

— Não...nós conversamos e não tem como continuar, relacionamentos precisam ser recíprocos.

— Eu sei disso...mas, não sei o que significa para nós, Eu e você.

— Você não precisa me dizer o que sente Maraisa, ou se sente, no todo. Só preciso que me diga se quer isso, se quer tentar. — Talvez eu não queira saber a resposta.

— Eu... — Maraisa passa os olhos por mim, as palavras somem. Estremeço pensando que isso pode ser ruim, muito ruim.

Penso em dizer algo, porém, não tem o que dizer. Maraisa me olha nos olhos, sustenta esse olhar por alguns segundos e abaixa a cabeça. Não esperava por isso, não agora, preciso de ar.

Viro as costas para sair, tomar um copo d'água, pensar. Sinto um toque em meu ombro e me viro, Maraisa segura minha nuca e me beija. Avança até que meu corpo encoste na porta, meu coração parecem explodir. Seus dedos apertam minha nuca, é um beijo calmo é muito diferente de tudo, é muito doce.

Não quero que acabe, Maraisa se afasta e sorri olhando meus lábios. Não permito que diga nada, me aproximo puxando-a para perto de mim de novo, beijando novamente, mordendo seus lábios. Esperei demais por isso para acabar tão rápido.

aperto sua cintura, sua respiração está pesada quando nos soltamos.

— Isso é diferente do que eu pensava... — Diz, mordendo os próprios lábios.

— É ruim? — Fico apreensiva, quantos anos eu tenho? 10?

— Nada ruim... — Toca em meu rosto com ambas as mãos e me beija de novo e de novo. Tem como me apaixonar mais e mais a cada segundo? Meu corpo inteiro reage de diversas formas a Maraisa.

— Maraisa...

— Eu quero tentar, quero aprender coisas, quero crescer...sabe? Recuperar o tempo que estive presa, quero mais disso... — Morde meus lábios e ri. — Muito mais, Marilia.

— Não sei quem vai me matar primeiro, sua mãe ou sei pai. — Brinco.

— Te matar? — Maraisa me olha séria.

— Eu fiz uma bagunça, Maraisa... sua mãe não vai aceitar assim, ela é minha amiga a tanto tempo e...vamos ter que conversar.

— Engraçado serem amigas a tanto tempo e eu não ter te conhecido antes. — Brinca fazendo carinho na minha mão. — Vamos falar com ela.

— Se conseguirmos arrumar aqui já vai ajudar. — Esmoreço vendo a bagunça da sala.

Começamos a arrumar juntas, colocar os potes de tinta em um armário que ela guarda, levantar as telas e encostar na parede, separamos os lençóis em um canto e só ficou o chão sujo de tinta.

— Não vamos limpar isso. — Maraisa se adianta abrindo a porta. — Não, não.

Damos um passo para fora e encontramos Almira e Marco nos olhando. Nos entreolhamos, ninguém sabe exatamente o que dizer.

— Maraisa, você está bem? Que diabos aconteceu aqui? — Almira disse olhando para dentro da sala. — Marilia?

— Nós conversamos...

You Captivated Me || MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora