O táxi me deixa em frente a uma pequena pousada, onde eu alugo um quarto e ponho minhas malas. Tomo um banho, como algo que trouxe e caio na cama exausta.
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Acordo e já é de manhã. Tomo o café da manhã na pousada. A dona é uma senhora bastante agradável. Volto para o quarto e me preparo para ir a reserva. Tiro algumas coisas da mala, e ponho na cômoda do quarto. Não sei quanto tempo vou passar aqui. Mas tudo depende das respostas que vou receber hoje.
Pego um táxi, e ele para perto de algumas casas, pago e ele vai embora.
Só então percebo o quanto estou nervosa, não faço idéia de com quem falar, e nem como começar. Começo a me questionar se realmente fiz a coisa certa, ao sair do país e vir até aqui, para sofrer uma possível segunda rejeição, quando um garoto aparece, e fala:
- Tudo bem? É que você parece meio pedida.
- Sim. Na verdade estou mesmo - digo um pouco sem graça.
- Eu moro aqui, então se quiser achar um lugar, acho que posso ajudar.
- Na verdade é alguém. Que eu nem conheço... - digo e ele ri.
- ...Eu queria encontrar o chefe ou líder do povo Quileute - continuo.
- Então você encontrou a pessoa certa, porque ele é meu pai - ele fala sorrindo.
- Sério? - digo sem acreditar na coincidência.
- Sim, pode vim comigo que eu te levo até ele.
Chegamos a uma casa, e ele me fala para entrar. Encontramos um homem de cadeira de rodas e uma mulher com ele.
- Pai, tem alguém que quer falar com você.
- Prazer, meu nome é Alira Castro. Nós não nos conhecemos, mas eu ouvi histórias sobre o seu povo, e queria conversar com o senhor. É um assunto um pouco complicado.
A mulher que está com ele diz que vai para casa para nos dar privacidade. O filho dele também diz que vai sair, mas eu digo:
- Pode ficar, imagino que não tenha problema já que ele é seu pai.
Ele concorda e me pede para sentar. Eu me sento em uma mesa em frente a ele e seu pai. Solto um suspiro, e me preparo para contar a minha história completa pela primeira vez...
- Um homem do seu povo, foi para o Brasil e entrou na tribo Tupi Guarani, e alguns descendentes dele nasceram com habilidades, até de se tornarem lobos.
- Eu soube disso. - diz ele e me olha para continuar.
- Meu pai é um descendente dele. Mas aparentemente as habilidades dele nunca surgiram. E um dia ele conheceu minha mãe, ela não fazia parte da tribo, mas eles ficaram juntos. E ela engravidou de mim, e quando estava perto de me ter, ela foi atacada por um vampiro.
Paro por um momento ao falar dessa parte. E eles me olham com certa empatia. Me concentro e continuo:
- Ela não sobreviveu, mas ainda conseguiram me tirar da barriga dela com vida. Os líderes da tribo ficaram com medo de eu ter sido infectada pelo veneno do vampiro, e acabar sendo uma ameaça para eles. E me quiseram longe, então meu pai saiu da tribo comigo. Ele me criou, mas ele morreu faz um pouco mais de um ano. E nos últimos meses eu tenho sentido mudanças, na minha força, velocidade e sentidos...
- E você quer que nós te ajudemos a descobrir se isso vem do lobo, não é? - o homem diz.
- Sim. Mas só se o senhor achar seguro eu estar por perto. Não quero causar nenhum problema para ninguém.
- Entendo... Mas infelizmente essa decisão não é só minha. Eu sou o líder do conselho, mas isso interfere na matilha, que tem outro líder e temos que falar com ele primeiro - responde. - Jacob traga o Sam aqui para falarmos com ele.
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Névoa - A História de Alira
FantasyAlira, filha de um descendente de lobo, com uma humana, que foi morta por um vampiro durante a sua gravidez; foi criada por seu pai, após ser rejeitada pela tribo. Com habilidades surgindo, ela agora, busca um lugar para viver, onde se encaixe, e t...