Cap. 7

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SCARLLET WRIGHT

     
   Quando pisei na Perfect News pensei em duas coisas: a primeira delas é que todos aqui tem mesas grandes. Grandes mesmo, daquelas em que as gavetas conseguem guardar umas mil pastas. E isso era perfeito para mim. Minha antiga mesa era uma droga.

A segunda é que, nossa, eu consegui mesmo um emprego no jornal foda de Nova York, que sempre foi meu concorrente? Isso tudo graças a Blake. É claro que eu mereço estar aqui, afinal tudo que eu faço é estudar desde os dezoito, e aos 22, eu sei que consigo ser a melhor jornalista que a PN já contratou.

Mas aquele homem de sorriso gentil e ombros largos com certeza me ajudou.

— Você deve ser a Scarllet Wright? — uma voz alheia me chamou.

Eu estou segurando alguns livros, minha câmera fotográfica e minha agenda onde escrevo as coisas sobre Beck. Estou completamente desajeitada.

Quando me virei para ver quem estava falando comigo, me deparei com um cara alto, com o corpo repleto de tatuagem. Na verdade, ele estava usando um cardigã que me impedia de ver seus braços. Mas no pescoço ele tinha desenhado uma rosa escura, e vi alguns rabisco descendo por sua clavícula.

— Sou Tyler. Tyler Patterson. Vamos ser parceiros. — um sorriso sincero estendeu-se por seus lábios finos — Deixe-me te ajudar com isso.

E num gesto rápido, Tyler pegou os livros de minha mão e colocou na minha nova mesa. Eu o acompanhei pelo outro lado da sala.

— Obrigada. — agradeci, ajeitando meu cabelo atrás da orelha. — É um prazer, Tyler. Sou Scarllet.

Embora você já saiba disso, meu subconsciente me constrangeu. O que esta acontecendo comigo? De repente me tornei uma insegura que mal consegue falar?

Tyler esta usando roupas claras e tem o cabelo longo castanho-claro jogados para trás ajeitadamente. Seus olhos cor de mel e as tatuagens o fazem tentador. Intimidador. Apesar de tudo, sua voz é suave e calma.

— Eu sei, Scarllet. Você trabalhava no jornal da outra avenida, não é? — questionou, enquanto eu me sentava em minha nova cadeira, a vontade. — Você me dava trabalho.

Franzi o cenho em resposta.

— Como eu poderia te dar trabalho?

— Sou o dono da PN. Suas matérias desbancavam a de todos os meus funcionários. — contou, fazendo-me ficar envergonhada. Esse é meu novo chefe? — Rezava para você ser demitida todas as noites.

— E no entanto, aqui estou eu. — dei de ombros, me divertindo com a situação.

Ele sorriu. Um sorriso calmo e bem delineado. Seus dentes são brancos e retos.

—Eu rezava para isso também. —  confessou, me deixando boquiaberta. — Tenha um bom dia de trabalho, amor. — me lançou uma piscadela, virando as costas logo em seguida.

Amor?

Eu não sabia o que esperar do trabalho novo. Desde o momento em que coloquei meus pés aqui, tudo pareceu inacreditável demais. E agora meu novo chefe, era o cara que lia minhas matérias. Que tentava superar elas, e aparentemente, falhava.

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