Cap. 10

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SCARLLET WRIGHT

  
      Estava brincando com a cadeira giratoria, indo e vindo lentamente, pensando qual palavra seria melhor para colocar no inicio da matéria.

Ontem a PN recebeu inúmeras ligações. Parece que Nova York se tornou mais movimentada do que já é usualmente, e Stace ─ uma colega do trabalho ─ e eu ficamos responsáveis por escrever sobre "os queridinhos das câmeras."

Desde que cheguei, não consegui fazer muitos amigos. Só que até no jornal antigo em que eu trabalhava eu não tinha um amigo sequer. Aqui pelo menos meu chefe não abusa de seu poder, ou me trata como uma marionete.

Agora ele esta em sua sala, falando ao telefone com um semblante irritado e digitando algo rapidamente no notebook. Pude assisti-lo graças as persianas abertas. Por mais que ele esteja na maior parte do tempo agindo como um jornalista importante, eu não o veria assim se o conhecesse por acaso.

Ele veste blusa de flanelas, calças justas e camisa xadrez de vez em quando. Acho que seu forte com certeza não é moda. Imaginei o que Allie diria se o visse e ri sozinha. De qualquer forma, Tyler Patterson é extremamente atraente e conquistador a todos os olhos.

─ Oi, Star.

Subi minha cabeça abruptamente ao ouvir aquela voz. Blake estava parado em minha frente categoricamente, com as mãos no bolso.

─ Blake? O que tá fazendo aqui? ─ perguntei.

Ele deu de ombros.

─ Eu sempre venho aqui. É onde meu melhor amigo trabalha, esqueceu? ─ havia algo diferente em sua voz.

Pensei que fosse por o que aconteceu ontem a noite. Eu estava um pouco bebada e com a visão turva, mas lembro-me perfeitamente de quando me enforcou na minha cozinha. Quando beijou meu pescoço e o mordeu. Por sorte, não deixou marcas.

Só que ele parece estar bem com isso. Nem sequer enxerga aquilo como um erro, apenas deletou de sua mente. Talvez eu devesse fazer o mesmo. Ignorar o que ele fez na noite passada, e empurrar todos os pensamentos para o fundo de minha mente.

─ E você, o que está fazendo com esses papéis? ─ questionou, sentando-se sem permissão na minha mesa.

Embora a relação dele com o dono daqui seja de irmãos, Blake não pode simplesmente vir até minha mesa com essa intimidade. Qual é, eu sou só a porra da funcionária.

─ Blake. Saia daí agora. ─ rosnei entre dentes, e ele obedeceu, relutante. ─ Eu estou escrevendo sobre os queridinhos das câmeras de Nova York.

Ele segurou uma risada, nada disfarçadamente.

─ Então vai ter que escrever sobre mim, Star. ─ falou. Não achei que estava falando sério quando avisou que ia me chamar de Star. ─ Nunca leio esse tipo de coisa, mas sei que todos os anos meu nome e minha foto vai parar nisso.

De fato, não é algo importante. São apenas homens e mulheres que fizeram algo de "surpreendente" pela cidade no fim do ano. Ainda estamos em Abril, mas geralmente, precisamos montar a estrutura um tempo antes.

E, caramba, eu vou ter que escrever sobre ele?

─ Ainda não entendo por que você é tão adorado pela mídia. ─ lancei, fazendo-o erguer uma das sobrancelhas ─ Você nem é famoso.

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