Encontro de hashiras

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Nezuko só pôde assistir em puro terror a cena em sua frente enquanto Sanemi praticamente esfregava o braço ensanguentado na cara de seu irmãozinho que já tinha sido esfaqueado três vezes, dava para ver a saliva escorrendo e o som dos dentes afiados do oni mordendo a mordaça com força numa tentativa desesperada de se conter.

—Qual é o problema oni? Pode tomar, você sabe que quer— E definitivamente ele não estava ajudando nenhum pouco.

—Onni-chan!!!— Os outros hashiras levaram um susto quando a menina literalmente arrebentou as cordas que amarravam seus pulsos e correu para perto da varanda, mas não se atreveu a subir na mesma, tudo o que pôde fazer foi gritar pelo seu irmão— ONNI-CHAN!!!

Parecia absurdo, mas na verdade aquilo ajudou Tanjirou.

Foi como se em sua mente de repente tudo ficasse escuro antes de sentir um frio de doer os ossos, mesmo que aquele fosse um dia particularmente quente.

E então viu a neve cair mesmo que não estivesse em época de nevar antes de ver como se fosse na terceira pessoa o dia em que ele e sua irmã foram encontrados por Tomioka.

—Ele é meu irmão!— A voz desesperada de Nezuko ressoou em sua cabeça— Meu irmão mais velho!

—Não foi o Tanjirou! Por favor! Eu não sei como ele ficou desse jeito, mas...— E então tudo escureceu de novo.

Agora ele via outra cena, estava na cozinha de uma casa que lhe parecia tão familiar... Será que... Ele morava ali?

Lá ele podia ver um homem de aparência frágil se sentando em um degrau enquanto uma mulher estava de costas para ele, parecia estar cozinhando alguma coisa.

Eles eram tão familiares... O homem inclusive se parecia tanto com ele...

E de repente a mulher se virou, seu rosto parecia ser extremamente familiar também.

—O jantar está pronto.

Tanjirou se lembrou, aqueles eram seus pais!

De repente outra cena apareceu para ele, estava do lado de fora olhando para uma criança que parecia estar se divertindo muito correndo com seu próprio haori verde com preto e xadrez nas costas como se ele fosse uma capa. E antes que pudesse fazer qualquer pergunta sentiu um puxão na manga de sua blusa e viu outra criança ainda menor se agarrando em sua roupa e sorrindo.

Ele se lembrou novamente... Aqueles eram seus preciosos irmãozinhos!

"Todos os humanos são sua família"— A sugestão hipnótica de Urokodaki ressoou em sua cabeça novamente enquanto ele via o seu irmãozinho... Via Shigeru correr pelo quintal sendo perseguido por Takeo e Hanako, que parou para acenar para ele antes de correr atrás dos dois.

E então de repente viu Nezuko, sua única irmã que lhe restava aparecer ainda na época em que ela tinha cabelo longo e o encarar com um sorriso.

"Proteja os humanos"— Foi como se tudo ficasse escuro novamente, a única coisa que aparecia em seu campo de visão era Nezuko sorrindo para si antes que o fundo da floresta nevada onde conheceram Giyuu aparecesse novamente.

"Eu tenho... Que proteger... E defender os humanos!"— Ele pensou.— "Eu não posso machucá-los... Eu nunca irei machucá-los!"

Então sua mente voltou para a realidade, ele estava novamente naquele lugar estranho sendo tentado, mas agora... O cheiro de sangue não era mais tentador. o fazia se sentir enjoado.

Tão enjoado que se sentiu na obrigação de virar o rosto, como se fosse uma criança se recusando a comer algo que foi colocado em seu prato.

Não apenas Sanemi como todos os hashiras pareceram impressionados, Nezuko abriu um sorriso sentindo novamente o alívio percorrer pelo seu corpo.

A promessa do solOnde histórias criam vida. Descubra agora