A promessa do sol

Sakonji Urokodaki, o treinador

—Com licença, posso pegar aquele cesto e um pouco de palha e bambu?— Pediu Nezuko.

—Tudo bem, pode ficar a vontade— O fazendeiro respondeu gentilmente para a alegria da garota— Mas o cesto tem um grande buraco.

—Tudo bem mesmo assim, eu vou pagar por tudo.

—Não, não precisa, afinal esse cesto tá todo furado.

—Não, eu pago— Insistiu.

—Não, tá tudo bem, eu te dou a palha e o bambu também— Estava sendo muito gentil; mas Nezuko odiava ficar devendo, especialmente se fosse em dinheiro.

—Mesmo assim eu vou pagar!— Colocou a mão dentro do que sobrou de seu Kimono e começou a procurar algumas moedas.

—Eu já disse que não precisa! Sua pirralha cabeça–dura não me ouviu não?!?— Mas Nezuko já havia obrigado o moço a aceitar as moedas colocando–as em sua mão com tanta agressividade que chegou a machuca–las.

—POR FAVOR! ACEITE ISSO SIM! SÃO APENAS ALGUNS TROCADOS!— E logo Nezuko corria com um cesto, palha e bambu em seus braços enquanto o fazendeiro gritava de dor— MUITO OBRIGADA POR TUDO SENHOR!

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—Tanjirou? Ué Tanjirou?— Nezuko levou um susto ao não ver seu irmãozinho na caverna que havia o deixado, mas sentiu um alívio ao vê–lo colocando a cabeça pra fora de um buraco— Ah você tá aí... Você... Cavou um buraco...?

"Meu Deus... Meu irmão virou uma toupeira..."— Pôde perceber que o rosto do mais velho estava bem emburrado—"E pelo visto ele quer mesmo evitar o sol.."

—Espera só um pouquinho tá bom?

Nezuko então começou a trabalhar, usou a palha e o bambu não apenas para consertar o buraco no cesto como também para deixa–lo maior, se tivesse sorte, Tanjirou caberia ali.

—Tanjirou? Você consegue entrar aqui? Eu quero continuar andando mesmo de dia, pode deixar que eu te carrego— O mais velho encarou a irmãzinha com a mesma cara, a garota teve medo de que ele não a tivesse entendido—Pode... Entrar aqui? No. Cesto?— Disse pausadamente apontando para o objeto.

Nezuko sentiu um alívio ao ver que seu irmão saiu do buraco e foi engatinhando até o cesto, mas não se decepcionou de novo ao ver que não cabia nem metade dele direito ali dentro.

—Ah... Fica parte pra fora...

"Poxa... O que eu tava pensando? É claro que não ia caber... O Tanjirou é maior do que eu..."— Nezuko se sentiu extremamente idiota por não ter se lembrado daquele pequeno detalhe— "Aí... As vezes eu sinto falta daquela época que eu era mais alta que ele... Hm... Ah já sei!"

—Tanjirou! Lembra quando você cresceu e ficou grandão tipo um adulto? Acha que consegue fazer o contrário e diminuir?— O oni se remexeu um pouco dentro do cesto— Vamos lá irmãozinho, eu preciso da sua ajuda! Mini–Tanjirou! Mini–Tanjirou! Mini–Tanjirou!— A mais nova começou a torcer.

Após mais algumas remexidas, Tanjirou pegou mais impulso e colocou o cesto em pé enquanto entrava nele. Então foi ficando cada vez menor até que coube perfeitamente dentro do cesto.

—Muito bem!— Nezuko elogiou, mas logo seguida prestou mais atenção e percebeu algo— Awwwt! Você tá tão fofinho assim! Dá vontade de apertar suas bochechinhas!— Acariciou a cabeça do irmão que fechou os olhos feliz ao receber o carinho— Parece que eu sou a "Irmã maior" agora, não é?

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—Monte Sagiri?— Nezuko confirmou a pergunta da moça a qual havia pedido informação— Pra chegar no monte Sagiri você tem que atravessar aquela montanha, más já tá escurecendo, você vai carregar essa bagagem toda? É perigoso, sabia?