Chá Suspeito

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O quarteto seguiu para a floresta que, cada vez mais que os jovens se aproximavam, mais escura e sombria o local parecia ser. Houve um ponto que o quarteto teve de acionar o Lumus Maximus para enxergar metade do chão que pisavam. Scorpius pegou o papel com a foto do animal que teriam de achar: um Testrálio.

— Que legal! Nós vamos procurar um animal que só se vê depois de ver a morte! — Lady Jane comemorou sarcasticamente.

— Não é "ver a morte" — Rose censurou a menina.

— Esperem! — Albus parou do nada.

— O que foi? — Jane perguntou.

Albus posicionou o dedo indicador no lábio. A floresta estava tão silenciosa que parecia que Nico di Angelo tinha passado por ali e pegado as almas dos alunos — e dos mortos. O barulho de um galho quebrando estalou na floresta. Albus correu em direção ao barulho.

— Albus! — Rose gritou.

Scorpius jogou o papel para trás e correu en direção ao amigo.

O Malfoy desviava de galhos que arranhavam sua face, fugia do frio e do medo que grudavam em sua pele e, sobretudo, tentava ignorar o aperto em seu coração que tinha sido acionado ao ver o Potter correr para a floresta. E se ele se perdesse? Ou se morresse num ataque de algum animal selvagem?

— Albus! ALBUS! — Scorpius parou recuperando o ar. Ele sentia o seu coração martelar em seu peito.

O pânico lhe consumia. Sua fragilidade gozava de si mesma; ele não queria admitir, mas um impulso de defesa gritava pelo amigo.

— ALBUS! — ele engoliu em seco e correu até um barulho, onde encontrou o amigo ofegando. — Seu merda! — Scorpius parou no lugar. — Tem ideia do que fez?

— Shh! — Albus chiou. — Ele está aqui perto. Está assustado.

Scorpius já ia fazer a pergunta mais inteligente do mundo — ele quem? — quando lembrou-se do animal que procuravam.

— Onde está ele? — Scorpius aproximou-se do amigo, que alisou o ar.

O Potter pegou a mão do amigo, que fora forçado a alisar o nada, que tinha a consistência de um couro grosso, como o de um cavalo. Enquanto alisava o tal Testrálio, Scorpius não pôde deixar de olhar para os braços do amigo, que estavam arranhados por causa dos finos galhos. Seu nariz estava vermelho, como se tivesse batido de cara num árvore, mas era apenas por conta do frio.

— Por que fez isso? — o Malfoy abraçou o amigo fortemente. — Você me assustou... — Scorpius sussurrou acariciando os cabelos do amigo.

— Me desculpe. Eu estava apenas cumprindo a tarefa de Hagrid...

— Vamos sair daqui. Rose e Jane devem estar preocupadas.

Scorpius pensou ter escutado um ''Quem liga para elas?'' vindo de Albus, mas ignorou e apertou com força a mão do amigo. Um silêncio constrangedor reinava na floresta enquanto a dupla andava apressadamente em busca dos amigos.

— Por que está segurando a minha mão tão forte? — Albus quebrou o silêncio.

— Porque eu não quero te perder. — a voz do Malfou falhou. Ele queria completar a sua frase com um ''de novo'', mas este detalhe morreu em sua garganta. Ele olhou para Albus, que fitava o chão, aparentemente constrangido.

Scorpius pensou em tentar consolar o amigo ou pedir desculpas, mas ele provavelmente estragaria tudo, como sempre faz.

— Então — Scorpius limpou a garganta. — Que acha que estão pensando agora?

🚂: In another Dimension | Albus × ScorpiusOnde histórias criam vida. Descubra agora