O Hospital

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Após Albus e Scorpius saírem da pequena loja — que o Malfoy agradeceu mentalmente pelos olhos tornando a funcionar novamente — estes seguiram para um parque perto do comércio. As ruas eram muito movimentadas e havia cavalos — e suas fezes — por todo lugar. Os amigos avistaram de longe um casal que andava de braços dados, cada um com uma sacola em mãos. Eram os seus pais. Scorpius sentira vontade de aparecer no meio deles e explicar o que iria acontecer, assim estes poderiam se prevenir contra a doença de Astoria ou algo do tipo.

Albus e Scorpius acompanharam Draco e Astoria em direção à velha mansão. Enquanto eles andavam alguns metros de distância mais atrás para não serem notados, Scorpius perguntou-se o motivo de seus pais não entrarem em um acordo de um ficar com o pequeno Malfoy e o outro saísse para fazer compras.

Após passar pelas ''armadilhas'' — nomeado por Albus — como se locomover silenciosamente pelo enferrujado portão e esconder-se atrás das moitas cerca de duas vezes, a dupla Albus e Scorpius se saíram muito bem na missão de ''Entrar pelo o túmulo velho'' — mais um nome dado por Albus.

Astoria saudou o pequeno Scorpius fazendo cócegas em sua barriga. Draco encheu o copo de água e murmurou algo para a esposa, que endureceu as feições e entregou o bebê para Draco, que a observou engolir uma pílula.

— Isso deve fazer você se sentir melhor — afirmou Draco em voz baixa.

Quando o casal subiu para o outro andar, Scorpius aproximou-se do pequeno Scorpius.

— Olá, eu júnior — ele abaixou-se e estudou o seu ''eu'' mais novo. — Lhe garanto que hoje à noite tudo permanecerá do jeito que está: calmo e tranquilo.

Albus ajoelhou-se ao lado de Scorpius, que tinha as suas mãos como alvo de ''mira de mão'' — ou brinquedo — para o pequeno Scorpius. De repente um barulho de vidro espatifando-se no chão ecoou pela a casa. Os pelos de Scorpius ficaram em pé. Ele agarrou a sua pequena réplica e correu para o andar de cima.

Scorpius forçou-se a freiar enquanto Draco atravessava a porta do seu quarto. Assim que ele desaparecera pelo cômodo, Albus, Scorpius e Scorpius júnior seguiram para o canto do quarto, onde mantiveram-se em total silêncio — para a surpresa dos meninos mais velhos, que achavam que o pequeno Malfoy agiria que nem em festa de fantasia.

— Que que houve? — Draco perguntou em pânico.

— Eu tentei beber água — a mulher de cabelos castanhos respondera em um suspiro.

De repente Scorpius tivera um déjà vu do seu primeiro sonho de volta ao passado, onde ele sonhara com a morte de sua mãe.

— A-Albus — ele gaguejou em pânico. — E-essa é uma ótima hora p-para nós salvarmos a minha mãe.

— E como iremos fazer isso? — Albus engoliu em seco.

— × —

Albus nunca achou que fosse fazer algo que superasse o acontecimento mais estranho de sua vida, tipo aquela vez em que ele ajudara o seu tio a colocar o blusão ou beijar a sua tia — aquilo fora um trauma. Era um sentimento dos tipo que ele estremecia só de pensar. Porém ele conseguira superar o Tio Ron.

O Potter se encontrava correndo ao lado de Scorpius em direção ao hospital bruxo — segundo o Malfoy — para trancar Draco em uma sala. Só emoção.

Draco discutia abertamente com um médico, que saíra bufando para uma outra sala. Sem muito pensar no que fazer Albus fechou a porta e Scorpius a trancara enquanto Draco vestia seu crachá de ''Visitante amigo, Bruxo e Indefeso''. Um atordoado Albus olhara para Scorpius.

— E agora? — a sua voz soara distante, sombria e baixa, como se ele nunca fizesse algo mais cruel que prender esconder a varinha de seus irmãos.

— Agora nós encontramos a minha mãe. — Scorpius falou com um tom simples, como que trancasse as pessoas para salvar a própria mãe todos os dias.

Eles seguiram em passos largos para o cômodo com o número ''134'' gravado na branca porta, exatamente como Scorpius garantira ser em seu sonho. O loiro fechara a porta após Albus entrar. O Potter não sabia se sentia remorso, pena, raiva, tristeza ou se corria. Talvez executar os cinco de uma só vez fosse uma boa opção. Mas, ao invés de escolher uma das ações — ou todas —, ele se aproximara do Malfoy e falara:

— Oh-oh.

Astoria estava vestindo uma longa camisola de cor creme e situava-se deitada sob uma branca cama com soros cravados em seu braço direito. Sua pele branca parecia leite talhado e seus olhos estavam tristes e cansados.

— Conhece um feitiço para deixá-la forte o suficiente para pelo menos andar? — Scorpius perguntou em um fio de voz.

— Bem, Rose me ensinara um, mas nunca uso. Não sei se será eficiente para a sua mãe...

— Por favor — Scorpius pediu brincando com os dedos do amigo, tentando manipulá-lo.

Então, por livre e espontânea pressão, o Potter murmurou o feitiço e a varinha correspondera, soltando faíscas em direção à mulher.

— Feliz? — Albus perguntou ao guardar a varinha.

— Sim! — Scorpius o abraçou e aproximou-se da mãe. — Hm, mamãe?

A mulher o olhou desnorteada. Ela tirara os soros de seu braço e, ao virar-se para Scorpius, falou:

— Desculpe?

Scorpius suspirou.

— Bem, será meio complicado o que eu irei lhe dizer mas... eu sou o seu filho.

— Meu filho? — Astoria sentou-se como se nunca estivesse esgotada em um hospital.

— Sim. Scorpius Hyperion Malfoy.

— S-Scorpius? M-mas o meu filho é um...

— Bebê. Sim, eu sei. — ele juntou as mãos nervosamente.

A mulher levantou-se, ainda fitando o Malfoy e segurou delicadamente o seu rosto pálido.

— Sim, você tem a mesma carinha e os mesmos olhos lindos. A cópia de seu pai. — ela sorriu. — Pena que te chamam do filho de... — ela suspirou.

— Sei do que está falando. Mas eu tenho o mesmo nariz que papai — ele franziu o nariz como entonação para a sua resposta. A mulher deu um triste sorriso. Era jovem demais para morrer de uma maldição tão... injusta.

— Bem, como falei anteriormente, tudo o que lhe irei falar é meio complicado, mas é puramente verdade. — Scorpius respirou fundo e contara sobre o futuro de sua mãe e o motivo dele e de Albus estarem naquela sala. Astoria nada dissera; ela continuava abraçada aos próprios braços com um olhar melancólico.

— Então — Albus interviu. —, está tudo bem se tirarmos a senhora daqui?

Astoria o fitou e, com um mínimo brilho de esperança em seus olhos, ela assentiu.

🚂: In another Dimension | Albus × ScorpiusOnde histórias criam vida. Descubra agora