A ideia Louca

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Scorpius estava num corredor apertado. Escadas de madeira escuras e paredes cremes davam vida ao minúsculo lugar. Ele vira Draco murmurar algo para o seu ''eu'' mais novo, beijar-lhe na testa e aparatar. Scorpius piscou e aparatou junto ao pai, que discutia com uma bela moça de cabelos claros.

— Por favor, Daphne. Me escute! — Draco implorou.

— Não vou lhe dar ouvidos! Saia da minha casa! — a mulher ralhou.

— É por Astoria!

— Que seja! Minha irmã escolheu você e olha no que deu! Agora você tem um filho que não tem com quem deixar e uma esposa com uma maldição sanguínea infernal. — a voz da tal Daphne estremeceu quando falou sobre a irmã. Ela estava tão brava que a sua aura era vermelha.

— Você só irá tomar conta de Scorpius por algumas horas! Pense em sua irmã! Você não quer que a sua irmã morra, quer? — Draco lentamente foi se aproximando da mulher, cujo o brilho nos olhos ia se dissipando.

— Não, não quero. — ela falou em um tom calmo. Qualquer um acharia que a mulher estava relativamente bem com o assunto, mas seus olhos brilhavam mais que o normal — de raiva ou de tristeza ainda era anormal.

Draco sussurrou algo parecido com ''obrigado'' e aparatou. Em seguida a mulher também aparatou. Scorpius piscou e ele encontrava-se correndo atrás de seu pai. O local que estavam parecia um hospital, com atendentes e idosos tossindo fogo. Espere... tossindo fogo?;  pensou Scorpius. Eles estavam no Hospital St. Mungo para Doenças e Acidentes Mágicos, o hospital bruxo. 

Draco correu até uma sala com o número ''134'' fixado na madeira branca da porta. Ele jogou bruscamente a porta de lado e ajoelhou-se ao lado de Astoria, que tinha tubos de soro cravados em seu braço direito. Scorpius sentiu um aperto no peito. A vontade de abraçar a mãe era inconfudível com qualquer coisa — até mesmo com um McDonald's dando sopa na esquina.

— Como se sente? — Draco perguntou enquanto acariciava a mão livre da esposa.

— Fraca. Me sinto fraca. — ela falou em meio a um suspiro.

— Você vai ficar bem. Vai ficar tudo bem... — Draco murmurou mais para si mesmo, como que quisesse se convencer.

— Acho que já estou viva há muito tempo, Draco. Um descanso seria bom...

— Está delirando! — ele abriu um sorriso triste. — Você não quer isso... não pode... — lágrimas escorreram pelas bochechas do homem.

— Estou falando a verdade, querido. — ela o olhou com carinho. — Sempre te amei e sempre vou amar. — ela tossiu fortemente e cospiu sangue para o lado oposto em que o marido estava agachado.

Scorpius engoliu em seco. Ele não gostaria de ver sua mãe morrer na frente de seus olhos, mas ele também não desejava ficar ali, embora precisasse. Seus pés não se moviam. Respirar estava tornando-se uma coisa difícil a ser cumprida.

— Eu sinto muito...

— Do que está falando, Draco? — a mulher perguntou após se recuperar da crise de tosse.

— Por tudo isso. Por Scorpius. O que te enfraqueceu foi ele... Não querendo colocar a culpa nele, claro. Me responsabilizo totalmente.

— Você está brincado?! — a mulher tentou sentar-se, mas voltou a deitar, gemendo de dor. — Ter Scorpius foi o melhor dia de minha vida. A melhor coisa que já fiz... que já fiz na minha vida — e com você. Não há nada que se compare a você e o seu bom coração, Draco. — ela começou a chorar e a máquina que media seus batimentos acelerou.

— Acalme-se! Maldito dia... Maldito eu!

— Cale-se. Por favor. Não vamos discutir sobre a melhor pessoa em nossas vidas enquanto morro lentamente. — ela respirou fundo. — Sei que é difícil, mas aceite que vou morrer. É muito melhor eu morrer agora com suprimentos e em um lugar seguro do que morrer lentamente enquanto a maldição contamina meu sangue.

🚂: In another Dimension | Albus × ScorpiusOnde histórias criam vida. Descubra agora