As Compras

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Assim que Albus entrou no quarto, Scorpius trancara a porta agilmente. Ele suspirou e flagrou-se fitando as mãos. Ele notou um objeto — grande demais para um colar e pequeno para uma relíquia —. Uma pequena ampulheta situava-se no meio do círculo dourado. As finas correntes — igualmente tonalizadas de dourado — ameaçavam escorregar nos longos e pálidos dedos do Malfoy.

— Qual é o plano? — Albus arquejou.

— Voltar dezessete anos no passado e evitar a morte da minha mãe. — Scorpius fechou a mão com o vira-tempo.

— O quê? Você ficou louco? — Albus negou com a cabeça, incrédulo. — Isso é impossível! Isso é... Suicídio!

— Dane-se o suicídio. Eu vou voltar no tempo e salvar a minha mãe. — Scorpius retrucou.

Quando o Malfoy dera exatas dezessete voltas no vira-tempo, Albus segurou a sua mão justamente quando seus movimentos passaram a ser inversos ao que eram e tudo passou a girar e borrar rapidamente. A rapidez era tremenda que Scorpius caiu e, com a sua sorte, levou o amigo junto de encontro ao chão.

— Desculpe. — Scorpius pediu amargamente enquanto recuperava o vira-tempo, que encontrava-se afundado na grama.

Scorpius colocara o vira-tempo em seu pescoço e levantou-se junto à Albus. Não havia muito o que admirar na ''capa'' da casa: era a mesma mansão em que Scorpius vivia junto ao pai, só que mais bem cuidada. Scorpius correu em busca de Astoria. Ele destrancou a porta com um feitiço e adentrou na casa com Albus em seus calcanhares. A dupla Albus e Scorpius deparou-se com a sala de estar, que era a mesma. Porém, ao invés de uma grande mesa para refeições, encontrava-se uma improvisada biblioteca — e muitas, muitas plantas, o que tornava o lugar alegre e... vivo.

— O que vai fazer agora? Gritar pela a sua mãe? — Albus perguntou com ar de zombaria.

— Boa ideia. ASTORIA!

Albus apressou-se em tapar a boca do amigo.

— Cale a boca! Eu estava brincando!

Scorpius dirigiu um olhar mal-humorado para Albus, como se dissesse ''Late mais alto que daqui eu não te escuto''. Ele sabia o caminho de cor: este subiu as escadas apressadamente, dobrou o primeiro corredor à direita, no segundo quarto. Ele abriu a porta como se estivesse em pânico — ou com uma convulsão. O segundo cômodo era o quarto de seus pais. Não havia Sr. e Sra. Malfoy em lugar algum.

Mas se eles não estão aqui, onde devem...?; Scorpius interrompeu seus próprios pensamentos e seguiu para o terceiro quarto, onde abriu cuidadosamente a porta. Era o seu quarto. E lá estavam um casal feliz com um bebê em seu colo.

Astoria usava um vestido de mangas curtas e bufantes, com fundo verde-claro. Em seus castanhos cabelos haviam duas tranças de cada lado puxadas para trás, assim Scorpius conseguia saber que sua mãe costumava ser uma pessoa simples. Draco vestia uma camisa social e suspensório — nada a ver com o homem sombrio que ele se tornara.

Scorpius chegara a pensar se o vira-tempo estava com defeitos, pois sua mãe aparentava ser uma mulher forte e doce. De repente ela abafou uma tosse com as mãos. Ela petrificou por um tempo.

— Está ficando mais forte.

— Não, não está. — Astoria sorriu consoladora. — Não se preocupe, Draco. — ela deu um belo sorriso.

— Está, sim. — ele puxou a mão da mulher. — Não está vendo o sangue em sua mão?

Astoria o olhara como se fosse um cachorrinho pedindo comida nas movimentadas ruas de Nova Iorque.

🚂: In another Dimension | Albus × ScorpiusOnde histórias criam vida. Descubra agora