O Castigo

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O dia de Scorpius fora bom demais para ele participar de uma detenção logo no segundo dia de aula. Ele suspirou torcendo para que blusões feitos de lã fossem aceitos na diretoria. O garoto não trajava suas vestes de Hogwarts. Ele usava um blusão de cor bege e calças jeans claras. Ele respirou fundo antes de dar duas batidinhas na porta e entrar na sala.

Como o Malfoy nunca havia ido para a diretoria, ele não sabia muito bem o que esperar da aparência da sala. A sala era espaçosa e demasiada poluída com quadros — que Scorpius suspeitava que eram os antigos diretores —, livros, poções, esculturas com estranhos símbolos — como um triângulo com um círculo e um traço dentro de si — e uma confortável lareira. Scorpius não sabia dizer se era bom ou ruim passar a maior parte do dia naquela sala — isto supondo que Minerva também dê aulas.

— Malfoy — Minerva encontrava-se observando a janela. Ela fizera um gesto para que Scorpius se sentasse. Enquanto Scorpius se sentava ele notou o Chapéu Seletor em uma prateleira. Ele tentou ignorar o objeto enquanto prestava atenção na diretora. — Que bom que veio.

Scorpius segurou-se o impulso de contrapor ''Fui Obrigado''. Para evitar mais acidentes, ele apenas balançou a cabeça.

— Bem, poderia me explicar o motivo de derrubar molho quente nas vestes da Chapman? — McGonagall perguntou gentilmente.

Scorpius respirou fundo em uma batalha de ''Sim. Fiz isso por puro ódio'' e ''Não. Foi Albus Potter''.

— Sim, admito o meu erro de derrubar o molho quente em Polly. — Scorpius tentou ao máximo parecer sincero.

A diretora o estudou, como se discutisse consigo mesma. Por fim ela deu um meio sorriso, como se aprovasse as desculpas do garoto.

— Professora, você conhece o meu pai melhor do que qualquer pessoa neste mundo. — Scorpius tomou coragem. 

— Aonde você quer chegar, Malfoy? — uma paciente Minerva entrelaçou as mãos.

Scorpius contou os sonho que tivera.

— Interessante... E o que quer saber sobre isso?

— Tudo. — Scorpius relaxou os ombros.

McGonagall suspirou.

— Você já sabe demais. Acho que o resto deve ser dito pelo seu pai. — Minerva fez um gesto para que Scorpius não falasse. — Está liberado. Pode ir.

Embora estivesse demasiado cansado, Scorpius não conseguia parar de pensar no ''resto'' que tem que ser dito pelo seu pai, Draco Malfoy. Ele seguiu para a comunal da Sonserina, onde colocou o pijama e deitou-se na cama. Ele imaginou o que teria feito caso não tivesse ido para a detenção. Ele poderia ter conversado com Albus, jogado Xadrez Mágico com Albus, olhado o céu com Albus.

— A minha vida não gira em torno de Albus. — Scorpius pensou alto.

O garoto pigarreou e tornou a pensar nas coisas que poderia fazer caso não tivesse ido para a detenção. Ele se imaginou provando feijõezinhos de todos os sabores... com Albus. Ele se xingou e adormeceu.

🚂: In another Dimension | Albus × ScorpiusOnde histórias criam vida. Descubra agora