O rebelde sem causa.

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Jungkook poderia, de fato, parecer o adolescente rebelde sem causa, um sem futuro, mimado e revoltado.

Como dava a atender em vários aspectos. Mas não era.

Talvez devesse ao fato de não ter tido uma infância afetuosa como a maioria das crianças teve. Quando pequeno, Jungkook presenciava as constantes discussões dos pais. Os adultos se odiavam, viviam brigando, o que acabava afetando o pequeno garoto.

Quando os dois decidiram se separar, ele achou que as coisas iriam melhorar, sabia que seus pais não se amavam, e ele se sentia péssimo por ter ficado tão feliz com aquela notícia, mas Jungkook acreditava que as brigas iriam ter um fim.

No entanto, não foi exatamente o que aconteceu. Quando completou doze anos, sua mãe decidiu que mudaria de cidade, foi para Seoul, deixando o pequeno Jungkook aos cuidados do pai.

Jeon Jiyoung sempre foi um homem ocupado, era dono da maior empresa de jogos de Busan. Seu trabalho ocupava a maior parte do seu tempo, fazia viagens constantes e vivia com a agenda lotada de reuniões, não tinha tempo para as travessuras e birras do filho.

Alguns anos após a separação, quando Jungkook tinha apenas quinze anos, Jiyoung casou-se novamente com Kim Chaerin. O garoto tinha uma boa relação com a madrasta, e principalmente com o meio irmão, Taehyung. Porém, apesar da boa convivência, Jungkook sentia falta do afeto dos pais.

Mesmo se esforçando para se esconder atrás daquela pose marrenta e desapegada, Jungkook era solitário e carente. Poucas pessoas conheciam seu lado amoroso e protetor.

Quando o garoto fez sua primeira tatuagem, com apenas dezesseis anos, teve que escutar do próprio pai que era um ingrato, que jamais chegaria a lugar algum com aquele jeito rebelde e o corpo manchado por tatuagens. E ao notar que conseguia a atenção do pai com aquele tipo de comportamento, Jungkook não parou mais. Fez várias outras tatuagens, passou a sair com mais frequência, ia a baladas, bebia além da conta e acabava suas noites transando com desconhecidos.

E, em uma de suas saídas noturnas, o capitão se envolveu em um grave acidente de moto enquanto dirigia bêbado de madrugada. Sofreu uma fratura no tornozelo que o impediu de praticar aquilo que mais amava fazer.

O basquete.

Jungkook almejava terminar a escola, conseguir uma bolsa de estudos e sair das assas do pai, para dar continuidade a sua vida sem a ajuda dele.

Viajou com os dois adultos, seu meio-irmão e o melhor amigo para visitar diferentes fisioterapeutas, somente os melhores profissionais ficaram responsáveis por sua recuperação.

No entanto, mesmo tendo sido liberado a voltar aos treinos, Jungkook sentia medo de não estar cem por cento pronto para voltar a ativa no esporte.

Talvez o medo de se machucar novamente tivesse o impedindo de se arriscar.

O peito do garoto subia e descia pelo esforço enquanto encarava o teto metálico da quadra. Seus olhos ardiam pela raiva que o consumia no momento. Enquanto esperava o irmão conversar com os professores novos, decidiu tirar um tempo para treinar, mas a maldita dor latejante em seu tornozelo não o deixava em paz.

— Inferno. — Praguejou irritado. Levando a mão ao local dolorido e iniciando uma massagem.

Ouviu uma nova notificação no celular, anunciando uma nova mensagem. Tirou o aparelho do bolso da calça de moletom. Era Taehyung pedindo para que ele esperasse por mais alguns minutos.

Detestável ensino médio Onde histórias criam vida. Descubra agora