Feliz aniversário, Taehyung

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Finalmente o sábado tinha chegado. O dia em que Taehyung completaria seus dezenove anos de vida inteiros.

O aniversariante tentou se manter ocupado o dia inteiro para evitar pensar em sua maior dor. Evitava pensar que, durante dois anos, aquela mesma data havia sido comemorada ao lado da primeira pessoa na qual ele se permitiu amar.

Choi Soobin.

O garoto que foi seu primeiro beijo, seu primeiro amor. O garoto na qual ele dividiu momentos únicos e inesquecíveis.

Há três anos atrás, Taehyung sofreu uma dor inexplicável. Uma dor dilacerante que o destruiu por inteiro e o fez se odiar todos os dias.

O dia em que Soobin tirou a própria vida, foi o mesmo dia que Taehyung sentiu algo morrer dentro dele.

Sentia que a culpa era sua. O garoto se culpava por não ter prestado atenção aos detalhes, por não ter percebido antes, por não ter ouvido os pedidos de socorro silenciosos do mais novo.

Taehyung e Soobin eram como unha e carne, não se desgrudavam por nada e nem ninguém.

Aos quinze anos, os dois garotos se descobriram juntos. Descobriram o que gostavam, descobriram suas preferências e criaram uma conexão única.

No entanto, apesar de ter Taehyung ao seu lado, Soobin tinha muitos problemas e não sabia lidar com nenhum deles. Era novo demais para responsabilidades tão grandes. Vivia em um lar destruído, a mãe era viciada e o pai ausente.

O garoto, mesmo com a pouca idade trabalhava para manter as despesas da casa, estudava para tornar-se alguém melhor, para ter um futuro melhor e deixar para trás a vida que levava. 

Quando se conheceram, Soobin sentiu-se mais leve. Taehyung Kim era a única luz na vida escura do garoto.

Mas Soobin, dia após dia, lutava contra sua real vontade. Ele não queria mais viver. Queria sentir-se livre de toda aquela dor, fugir daquela sombra escura que tomava seus pensamentos quando estava sozinho.

E após mais uma discussão com a mãe, Soobin decidiu que se tornaria uma estrela. Um anjo que retornaria para casa.

E com a notícia da partida dele, Taehyung perdeu o chão, perdeu a luz e o sorriso.

E perdeu a capacidade de amar novamente. Aprisionando todos os sentimentos dentro de si mesmo, incapaz de se entregar novamente a outra pessoa por puro medo.

E por isso, fugia. Sempre fugia quando percebia que as coisas estavam saindo do seu controle. Ele se negava a amar novamente e perder outro alguém.

Jungkook suspirou, sentando-se ao lado de Jimin. — Vai se machucar se continuar roendo as unhas assim.

Jimin se virou para ele, o indicador na boca enquanto arrancava a película da unha curta. — Você acha que ele está bem?

O capitão observou o irmão. Taehyung estava sentado perto da piscina em completo silêncio a quase vinte minutos enquanto olhava para o céu.

— Não precisa se preocupar.

O loiro soltou o ar pelas narinas. — Impossível, ele é o meu melhor amigo e eu não suportaria ver ele daquele jeito de novo.

Jungkook segurou nas mãos dele, obrigando-o a parar com a auto-mutilação das unhas. — Nem eu suportaria.

Por diversas vezes, Jungkook correu para o quarto ao lado do seu após ouvir os gritos desesperados e o choro sofrido de Taehyung após mais um pesadelo. O capitão o acolhia em um abraço quente e sussurrava palavras de apoio até que ele se acalmasse e voltasse a dormir.

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