Sensações

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Jimin foi deixado em casa, ainda assustado ele subiu para seu quarto e ficou lá por horas, recusando o jantar e até o lanchinho que sua avó o preparou com muito carinho.

— Olha menino, eu não sei o que aconteceu. — Sana sentou ao lado dele na cama, acariciando os cabelos loiros. — Mas saiba que eu estou aqui para cuidar de você. Eu sempre estive.

A garganta de Jimin se fechou, engasgando em um nó pesado. Ele mordeu com força o lábio inferior e assentiu em silêncio.

A mais velha o beijou na testa antes de sair do quarto e o deixar sozinho.

O medo e a sensação de impotência o arrebataram com força, lembrando de todas as vezes em que se deixou aceitar aquele tipo de situação antes. Se Jungkook não tivesse chegado a tempo ele não sabia se teria conseguido reagir às provocações e se defender das agressões. Não por falta de forças, mas por se perder em seus próprios medos.

E Taehyung, mesmo que soubesse que não tinha consentimento para contar a relação de Jimin com os alunos da outra escola, ele foi praticamente forçado a contar.

Jungkook não o deixou em paz um segundo sequer. Exigindo saber os motivos de Jimin ter sido encurralado daquela maneira. No fundo, no fundo, ele só queria saber o que usaria em sua defesa quando quebrasse a cara de Félix.

Na segunda, Jimin não foi à aula. Ainda se sentia indisposto e queria evitar sair da sua zona de conforto o máximo possível.

— Boa tarde vovô, Jimin está aí? — Taehyung perguntou ao vovô, de pé em frente ao portão fechado do quintal bem cuidado dos Park.

Jehun, revirou os olhos fazendo uma careta birrenta, sem desviar a atenção das suas preciosas plantinhas.

— Sim, entre, orelhudo. — O convidou.

Kim sorriu para ele antes de caminhar até a entrada da casa, usufruindo da intimidade que tinham e não se importando em bater na porta. Ele deixou a mochila que trazia pendurada no ombro no sofá da sala e caminhou até o pé da escada.

— Jimin! — Gritou.

— Oi. — Jimin respondeu, no topo da escada enquanto vestia uma camisa qualquer para cobrir o peito nu.

— Por que não foi à escola?

— Eu não quis ir. — Deu de ombros, caminhando até a cozinha.

— Eu e o Jungkook ficamos preocupados, pensamos tudo de ruim possível. — Reclamava enquanto seguia o outro. — Pensamos que você tivesse sido sequestrado, pensamos que tivesse atirado no meio de becos sujos e vielas fedorentas, pensamos que..-

— Chega, Meu Deus. — O loirinho se virou, cobrindo a boca que tagarelava sem parar.

Taehyung projetou a pontinha da língua para fora, lambeu a palma pequena até ter sua boca livre novamente, limpou os lábios enquanto o outro fazia uma careta e passava a mão no tecido da camisa, se livrando da babá.

— Eu entendo que não queira ir, Jimin. — Abriu a geladeira. — Mas não me deixe mais preocupado assim. — Fechou a geladeira. — Ei, vovô? — O velhinho virou em direção a janela de vidro entre a cozinha e o quintal. — Não tem nada para comer não?

O velhinho respondeu com um dedo do meio.

O queixo de Taehyung caiu, indignado.

Jimin abriu o armário e apanhou um pacote de biscoitos, seguindo para o lado de fora, com um Taehyung resmungão em seu encalço.

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