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       antes de começarem a leitura, deem uma passadinha nas notas finais. boa leitura!


                                                                      any gabrielly pov.

— Finalmente! Até parecia que você estava vindo de Hanover, não meus sogros. — Nour me recebeu com um abraço quando apareci na porta da mansão dos Ardakani propositalmente atrasada.— Só Harry chegou por enquanto.

Mas, ao que parecia, não atrasada o suficiente. Fazia uma semana desde o que eu chamava de incidente da cafeteria. Na verdade, chamava de acidente gostoso da cafeteria, mas, ao mesmo tempo, lutava para remover a última parte. E tentava, com muito cuidado, não estar ao redor de Noah para cometer o mesmo erro outra vez.

Eu, porém, não conseguiria evitá-lo naquela noite. Michael e Linda Mandon, os adoráveis pais de Alex, estavam chegando de Hanover para o casamento do filho e minha amiga tinha insistindo em um jantar em família que, é claro, incluía os padrinhos. Em outra situação, eu teria amado a ocasião. Os pais de Alex eram incríveis e super humorados.

Tinham sido minha grande companhia na nossa festa de formatura, já que meus tios se recusaram a participar do que chamavam de Sodoma e Gomorra. Desde então, eu adorava a presença de Linda e Michael. Os tios de Nour também eram simpáticos e receptivos. Era maravilhoso estar perto de uma família que não se alfinetava o tempo todo enquanto recitava versículos bíblicos. No entanto, naquele momento, estava apreensiva.

— Oi, Any! Você está bonita. — Saby apareceu para me cumprimentar. Era bondade me elogiar quando ela mesma parecia uma deusa em seu vestido rosa curtinho.

— Você também está. — retribuí e seus olhos brilharam.

— Sério? Estou dando um tempo no bronzeamento para que nós duas possamos ficar bem nos vestidos de madrinha — explicou e aquilo, de alguma maneira estranha, tocou meu coração. Conhecia aquela mulher desde que Nour entrara na minha vida e ela sempre teve uma pele invejavelmente dourada. Era muito gentil – do jeito Saby de ser gentil – que estivesse fazendo aquilo.

— Obrigada. Não tenho muito tempo e nem muito jeito para essas coisas.
A loira riu, divertindo-se.

— Quem está aí? — uma voz feminina envelhecida perguntou.

— É minha amiga, vovó Elizabeth — Nour respondeu, mas a velhinha não parecia reconhecer. — A Any. — No sofá espaçoso dos Ardakani, uma senhora cruzou os braços, parecendo bastante entediada. — Essa é minha avó, mãe do meu tio. Ela veio para o casamento. — Nour revirou os olhos com um sorriso terno.

— Oi, Any. Venha pegar um uísque com a gente — Raymond chamou do outro lado da sala. Quis dar meia volta. Ao lado do tio riquíssimo de Nour, estava o homem que eu tinha tentado sem muito sucesso esquecer nos últimos dias. Minha amiga me deu um empurrãozinho para olhar para a porta, se erguendo em seus pés para ver se o noivo estava chegando.

— Oi, Ray — cumprimentei quando cheguei perto da dupla, um sorriso que mais devia parecer uma careta estampando o rosto. — Noah.

— Como vai, menina? — O tio de Nour perguntou, enchendo um copo com gelo e o líquido cor âmbar.

— Bem, e você? -- Raymond odiava ser chamado de senhor. E de Raymond.

— Tudo bem também — respondeu. Meus olhos vagaram, por vontade própria, em direção ao homem com postura relaxada ao lado dele. Para minha surpresa, Noah não parecia com raiva, nem prestes a me hostilizar por sair correndo da cafeteria como temia que estivesse. Na verdade, parecia estar se divertindo ou tentando conter um meio sorriso enquanto me encarava fixamente. Me endireitei da posição encolhida. Idiota.

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